domingo, 25 de novembro de 2012

Acontecerá um arrebatamento secreto?


“Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado outro. Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”. Mateus 24: 40-42.

Este texto (Mateus 24:40-42) é utilizado para crer-se que os santos serão raptados secretamente antes da volta de Jesus.

Esta teoria firmada neste texto isolado é um mito medieval criado pelos adeptos da Contra Reforma. Este ensino empana o majestoso brilho da ressurreição bíblica. Em Mateus 24 Jesus apresenta a maior profecia de Sua vinda. E no contexto (Mat. 24:48-51) evidencia-se o ensino claro de Jesus: Estar alerta, porque ao retornar o Senhor, um será “tomado”, outro será “deixado”.

Em Sodoma e Gomorra apenas três pessoas foram “levadas”, isto é: escaparam da destruição. No dilúvio, oito se salvaram. Na destruição de Jerusalém, quem estava alerta (Mat. 24:15-20), fugiu e se salvou. Nenhuma daquelas pessoas foi arrebatada. Arrebatados na Bíblia só houve Enoque e Elias, e o arrebatamento não foi secreto. A Bíblia é clara ao apresentar a doutrina da ressurreição:

I Coríntios 15:51-54: – “Eis aqui vos digo um grande mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória”. 

I Tessalonicenses 4:13-18: – “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os demais, que não tem esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com Ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela Palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido e com a voz de Arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com Ele nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”. 

Na primeira ressurreição, participarão todos os justos mortos de todas as épocas (I Tess 4: 16). Com os justos vivos, são todos arrebatados (I Tes. 4:17). Mil anos mais tarde ocorre a segunda ressurreição, que é a dos ímpios (Apoc. 20:5).

OBSERVAÇÃO – Um pouco antes da volta de Jesus, ocorre uma ressurreição parcial, menor, segundo Daniel 12:2. Nesta ressurreição parcial, ressuscitarão para contemplar o Senhor os que recusaram, traspassaram, crucificaram, zombaram e escarneceram da agonia de Cristo (Apoc. 1:7). Estas pessoas morrerão três vezes. Primeira: A morte natural. Segunda: Após esta ressurreição especial, depois que tiverem contemplado o Senhor Jesus, voltarão a morrer. Terceira: Após o milênio ressuscitam para serem exterminados com todos os rebeldes. Percebe como é linda e clara a doutrina da ressurreição? Ouça isso:

I Coríntios 15: 20 “Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem.”

A ressurreição de Moisés, do filho da viúva de Naim, da filha de Jairo e Lázaro, dependiam da ressurreição de Jesus. Isto foi possível porque Cristo ressuscitaria. Cristo ficou como fiador destas ressurreições. Por isso Jesus é a primícia. Houvesse arrebatamento secreto, haveria necessidade da ressurreição? Releia este texto esclarecedor:

Apocalipse 1: 7 “Eis que vem com as nuvens, e TODO o olho o verá, até quantos o traspassaram...”

ATENÇÃO: 

Quando é dia aqui no Brasil é noite no Japão. Mas, não duvide – TODO olho verá Jesus voltando. Deus fara o que for necesário para isso. E mais, os que assassinaram a Jesus não possuiam fé, logo, não é o olho da fé. Todos os seres humanos, um dia verão a Deus. Na volta de Jesus, uns serão “levados”, outros serão “deixados”.

O RETORNO DE CRISTO SERÁ:

        • Audível (I Tess. 4:16).

        • Glorioso (Mat. 16:27; Apoc. 19:11-16).

        • Súbito e inesperado (Mateus 24:38-39).

Depois de tudo que Jesus passou por amor a nós; vilipendiado, massacrado, zombado, esbofeteado, ridicularizado, não é melhor que ao invés de voltar à nossa Terra de forma secreta, chegasse Ele triunfalmente ao som de todas as trombetas, diante dos olhos de todos os mortais?

Claro que sim! Não é?

A Grande Esperança 8 - A Grande Esperança (Judas 14, 24, 25)

Sermão de sábado, 24/11 - A Grande Esperança (Judas 14, 24, 25), da semana, A Grande Esperança com Pr. Alejandro Bullón da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

sábado, 24 de novembro de 2012

Deus determinou antecipadamente quem vai ser salvo e quem se perderá?



Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (I Jo 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Is 46:10). Mas esse conhecimento divino, que é absoluto mas não-causativo, não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição.

A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Mc 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas...” (Is 55:1) e “Vinde a Mim, todos...” (Mt 11:28). O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34 e 35).

Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Tm 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pe 3:9). Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (At 17:30), se nem todos pudessem se arrepender?

Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Ef 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a conseqüência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação.

A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas conseqüências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna.” – Mais Perto de Deus (São Paulo: Mundo Cristão, 1980), pág. 132.

Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Ef 1:3-14), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”

O Novo Testamento esclarece que mesmo os eleitos do Senhor podem cair da salvação, ao se afastarem de Cristo (Hb 6:4-6). Por essa razão, o apóstolo Paulo declarou: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Co 9:27). E é pelo mesmo motivo que Cristo disse que somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13).

Portanto, embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não.


(Alberto R. Timm)

Por que Jesus dizia para não divulgarem os Seus milagres?



Os Evangelhos Sinóticos registram pelo menos seis ocasiões diferentes em que Cristo recomendou, durante o Seu ministério público na Galiléia e logo após o afastamento desse ministério, que Seus milagres não fossem propagados. Isso ocorreu em relação com: (1) a cura de um leproso (Mt 8:4; Mc 1:44; Lc 5:14); (2) várias curas entre aqueles que O seguiam (Mt 12:16); (3) a cura de dois cegos (Mt 9:30); (4) a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:43; Lc 8:56); (5) a cura de um surdo e gago (Mc 7:36); e (6) a cura de um cego em Betsaida (Mc 8:26). Além disso, Jesus pediu também aos discípulos que não comentassem o evento da transfiguração (Mt 17:9; Mc 9:9). Mas nem todas essas recomendações foram devidamente acatadas (ver Mt 9:31; Mc 1:45; 7:36; Lc 5:15).

Para entendermos esses reiterados pedidos de sigilo, devemos ter em mente, primeiro, que o âmago da missão de Cristo não era simplesmente aliviar o sofrimento físico da humanidade, mas salvar os seres humanos de seus pecados (Mt 1:21). Se Cristo não freasse o entusiasmo popular pelas curas físicas, esse entusiasmo poderia ter desvirtuado ainda mais a opinião pública sobre o objetivo de Seu ministério (ver Mc 1:45; Jo 6:14 e 15). Assim como muitos seguiram a Cristo apenas pelo pão e pelo peixe que haviam comido (ver Jo 6:26 e 27), outros poderiam acabar seguindo-O meramente em função do Seu poder curador.

Pedindo que algumas de Suas curas não fossem divulgadas, Cristo procurou evitar também que elas fossem exploradas preconceituosamente pelos líderes judaicos, em detrimento do Seu próprio ministério (ver Jo 7:1, 19, 25; 8:37 e 40). Foi, portanto, para minimizar esse preconceito e para corrigir as expectativas distorcidas para com o Seu ministério que Cristo solicitou que alguns de Seus milagres fossem mantidos temporariamente em sigilo.


(Alberto R. Timm)

O que significa o “mundo dos mortos” mencionado em Efésios 4:9?



Realmente, Efésios 4:9, na Nova Tradução Na Linguagem de Hoje (NTLH) apresenta a expressão “mundo dos mortos” para se referir ao lugar onde Jesus “desceu” por ocasião da morte. Por ser uma tradução livre (não ao pé da letra), a NTLH traduz o texto reinterpretando-o. Por isso, vários textos doutrinários não estão de acordo com original grego. Recomendo a utilização dessa Bíblia mais para leitura devocional, pois, para entendermos o texto bíblico, precisamos de versões que estejam mais próximas possíveis ao original.

Na Bíblia, a expressão “mundo dos mortos” se refere à “morada” dos mortos, ou seja: a sepultura (confira Mateus 12:40). 

Vejamos algumas traduções mais fiéis ao original (Grifos acrescentados):

Nova Versão Internacional (NVI): “Que significa “ele subiu”, senão que também havia descido às profundezas da terra?” 

Almeida, Revista e Atualizada (ARA): “Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?”

O comentarista Moody destaca que o texto possui outro significado (em relação à frase “regiões inferiores da terra”): “Parece mais provável, entretanto, que é simplesmente uma referência à Sua vinda do céu”. (Comentário Bíblico Moody, 2001, p. 25)

O ensinamento bíblico de Efésios 4 nos mostra a grandiosidade da graça de Deus em salvar o ser humano. 

O fato de Jesus morrer na cruz e ir para a sepultura em nosso lugar (Ele experimentou a morte eterna) deu a possibilidade de também recebermos dons espirituais para nosso crescimento e benefício das outras pessoas. Isso por que ao voltar para o Céu Ele assentou-se novamente no Seu trono (Hebreus 1:3) e enviou o Espírito Santo (João 16:7; 15:26) como Auxiliador (João 14:16) e Agente Capacitador da Igreja (Atos 1:8).

Deus lhe abençoe.

Leandro Quadros

A Grande Esperança 7 - Amor, o fundamento da esperança (Judas 21-23)

Sermão de sexta, 23/11 - Amor, o fundamento da esperança (Judas 21-23), da semana, A Grande Esperança com Pr. Alejandro Bullón da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Informativo Mundial das Missões – 24/11/12

Informativo Mundial das Missões – 24/11/12
Vídeo com Alta Resolução (15,0 mb): Clique Aqui
Vídeo com Baixa Resolução (5,50 mb): Clique Aqui
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Texto: Clique Aqui



Via Daniel Gonçalves

A Grande Esperança 6 - Viver sem esperança, não é viver (Judas 10 e 13)


A Grande Esperança, com Pr. Alejandro Bullón. Quinta, 22/11/12 - Viver sem esperança, não é viver. Judas 10-13.
esperanca.com.br

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Grande Esperança 5 - A esperança da resurreição (Judas 9)


A Grande Esperança, com Pr. Alejandro Bullón. Quarta, 21/11/12 - A esperança da resurreição. Judas 9.
esperanca.com.br

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Uma Pessoa Maravilhosa Chamada Espírito Santo




A personalidade do Espírito Santo é claramente inferida do testemunho bíblico

Dos membros da Santíssima Trindade, o terceiro é Aquele de quem há menos informações objetivas, precisas, que definam o Seu próprio Ser. O filho Se tornou um de nós. Sua manifestação foi visível, material, em nosso nível. O Pai foi por Ele revelado. Mas o Espírito permanece um tanto imperceptível, à parte, despretensioso, operando sem auto-projeção, não se impondo, não falando “de Si mesmo” (João 16:13). E no próprio ato de desprendimento, Ele cumpre a divina obra que O faz conhecido. É parte de Sua glória exaltar e glorificar o Filho, e através do Filho, o Pai, fazendo com que a revelação de ambos se efetive na consciência humana. Que exemplo de abnegação!
No quarto Evangelho, o Espírito executa sete atividades, todas em exaltação a Jesus:

(1) Ensinar, e
(2) Fazer lembrar tudo o que Jesus disse – João 14:26.
(3) Dar testemunho de Jesus – João 15:26.
(4) Convencer do pecado (porque o mundo não crê em Jesus); da justiça (porque Ele foi ao Pai); e do juízo (porque Satanás foi julgado e derrotado) – João 16:8.
(5) Guiar a toda a verdade, e Jesus é a verdade (14:6) – João 16:13.
(6) Declarar, ou anunciar, o que Jesus, da parte do Pai, Lhe entrega – João 16:13, 14 e 15.
(7) Glorificar a Jesus – João 16:14.
O Apocalipse refere-se a Ele como os sete Espíritos de Deus (Apocalipse 1:4 e 5; 4:5). Sete é o número da plenitude. O Espírito alcança a plenitude nesta atividade cristocêntrica sétupla.
Isso é tão fundamental para o plano da redenção, que, sem a atuação do Espírito, seria como se Jesus nunca tivesse encarnado e Deus nunca tivesse Se manifestado. Ele habilita o homem a entender a salvação e responder positivamente a ela, sem Ele, a Igreja não poderia cumprir Sua missão, e estaríamos fadados a permanecer neste mundo indefinidamente.
Objeto de especulação – Talvez o fato de existir pouca informação sobre o Espírito Santo faz com que uma conceituação sobre Ele se torne mais susceptível de especulação. Nos dias de Ellen G. White, havia aqueles que afirmavam que o Espírito era uma “luz derramada” e “uma chuva caída”. Ela condenou esse tipo de comparação por rebaixar a Deus (Evangelismo, pág. 614).
Mais afrontoso ainda é tomá-Lo por uma criatura. Há os que acreditam que Ele e Gabriel se equivalem. A inspiração nega isso fazendo clara distinção entre ambos no registro das palavras deste anjo a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo...” (Lucas 1:35). Gabriel não poderia estar falando de si mesmo. E Ellen G. White assegura que o seguidor de Jesus pode sentir-se confiante e seguro no conflito “contra as hostes espirituais da maldade”, porque “mais que anjos estão nas fileiras. O Espírito Santo, o representante do Capitão do exército do Senhor, desce para dirigir a batalha”. – O Desejado de Todas as Nações, pág.352. Rebaixar o Espírito Santo à categoria de anjo é, na realidade, minimizar o poder de Deus, algo muito a gosto de Satanás.
Outra forma especulativa no tratamento de tão sublime tema é despojar o Espírito de Sua personalidade. As chamadas Testemunhas de Jeová afirmam que Ele é apenas uma influência ou energia – o poder de Deus. Esta idéia é tão antiga quanto o século III, quando Paulo de Samosata a difundiu. No tempo da Reforma, Lécio Socino e seu sobrinho Fausto propagaram a teoria.
Não há como negar que este conceito rebaixa o valor do Espírito Santo para a Igreja. L. E. Froom a isto se refere quando afirma que negar a personalidade do Espírito não é “mera questão técnica, acadêmica ou simplesmente teórica. É de suprema importância e do mais elevado valor prático. Se Ele é uma Pessoa divina e O consideramos como influência impessoal, estamos roubando desta Pessoa divina a deferência, honra e amor que Lhe são devidos. E mais: Se o Espírito é mera influência ou poder, podemos então procurar apropriar-nos dEle e usá-Lo”. – A Vinda do Consolador, pág. 40. À pág. 36 da edição castelhana acrescenta-se ao final deste parágrafo: “Mas se O reconhecemos como Pessoa, estudaremos como nos submeter a Ele de modo que nos use segundo Sua vontade”.
“Não – continua Froom, - o Espírito Santo não é uma tênue, nebulosa influência imanente do Pai. Não é algo impessoal, vagamente reconhecido, apenas um invisível princípio de vida... Jesus foi a personalidade mais influente e marcante neste velho mundo, e o Espírito Santo foi designado para preencher Sua vaga. Nada a não ser uma Pessoa poderia substituir aquela maravilhosa Pessoa. Nenhuma simples influência seria suficiente”. – Ibidem, págs. 41 e 42. Para substituir uma pessoa maravilhosa, só outra pessoa maravilhosa.
Alguns se valem do fato de a Bíblia identificá-Lo como Espírito de Deus ou de Cristo (I João 4:2; I Coríntios 3:16; Gálatas. 4:6; I Pedro 1:11, entre outros textos), para afirmar que o Espírito Santo é algo inerente a Deus, tal como a Sua energia ou virtude. Todavia, a fórmula indica procedência e não inerência (cf. João 14:26; 15:26). Pode também indicar que Sua obra é executada em subordinação ao Pai e ao Filho. Parte desta obra é a representação vicária de ambos neste mundo. De fato, Jesus prometeu aos discípulos que retornaria para eles na pessoa do Espírito Santo (João 14:16-18 e 23).
Outro expediente utilizado pelos que rejeitam a personalidade do Espírito Santo tem a ver com o gênero neutro do grego pneuma, espírito. “A Bíblia não empregaria uma palavra neutra para identificar uma personalidade”, dizem. Contra esta hipótese se verifica que o termo é usado em referência a entidades reconhecidamente pessoais. “São todos eles espíritos ministradores...”, afirma o escritor sagrado acerca dos anjos (Hebreus 1:14).
Além disso, o Novo Testamento emprega fartamente pronomes pessoais gregos em referência ao Espírito Santo. Apenas em João 14-16 isso ocorre 24 vezes, e Ele próprio faz referência a Si com o pronome pessoal: “Disse-lhe o Espírito [a Pedro]: Estão aí dois homens que te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque Eu os enviei” (Atos 10:19 e 20). 
Deve-se notar, finalmente, que o título Parákletos, aplicado ao Espírito Santo é vertido Consolador em nossas Bíblias, subentende a Sua personalidade. Etimologicamente significa alguém chamado para estar ao lado de, “advogado” e “conselheiro”, sendo apropriados equivalentes em português.
Condenando as especulações, o Espírito de Profecia adverte: “A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a Igreja. Com relação a tais mistérios – demasiado profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro”. – Atos dos Apóstolos, pág. 52.
Um ser pessoal – Quando Ellen G. White afirma que “a natureza do Espírito Santo é um ministério”, não quer ela dizer que nada podemos saber sobre Ele. Aquilo que a revelação nos transmite não é especulação; é a realidade, e é nosso dever aceitar por fé.
Dois pontos sobre o Espírito Santo estão devidamente assentados nas páginas sagradas. Ele é uma pessoa, e é Deus. “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus”. – Evangelismo, pág. 617.
A personalidade do Espírito Santo é claramente inferida do testemunho bíblico. As seguintes referências não deixam dúvida a respeito:

(1) Ele é citado entre pessoas: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo” (Atos 15:28). Além disso, Ele aparece na fórmula batismal junto ao Pai e ao Filho (Mat. 28:19); seria redundância Jesus mencionar o Espírito Santo, tendo já mencionado o Pai, fosse Ele a mera energia dEste; também não faria sentido Jesus ordenar o batismo em nome de uma Pessoa, o Pai, de outra Pessoa, o Filho, e agora em nome de uma energia, o Espírito.

(2) Ele é o Senhor (II Coríntios 3:17 e 18). Este termo define personalidade e divindade quando aplicado ao Pai e ao Filho; porque não quando aplicado ao Espírito?

(3) Ele possui mente (Romanos 8:27). O termo grego traduzido “mente” neste texto em algumas versões é phrónema (alguma coisa que se tem em mente, que passa pela mente, o pensamento), em contraste com nous (a mente como sede da consciência, da reflexão, da percepção, do entendimento, do julgamento crítico e da determinação). O importante é que phrónema pressupõe a existência de nous. Apenas um ser pessoal é dotado de nous, e pode exercer phrónema. O Espírito Santo é um ser pensante, o que implica inteligência. Ele não pode ser menos que uma pessoa.

(4) Ele tem sentimentos:

pode ser contristado – Efésios 4:30
expressa anseio – Tiago 4:5
possui alegria – I Tessalonicenses 1:6
ama – Romanos 15:30
expressa vontade – I Coríntios 12:11

(5) Pode, e deve, ser mantida comunhão com Ele (Filipenses 2:1; II Coríntios 13:13). Não se mantém comunhão com uma energia.

(6) Não é mero poder, mas tem poder (Romanos 15:19). Seria outra redundância a Bíblia falar do poder do Espírito Santo, fosse Ele mero poder; seria “o poder do poder”!

(7) Pode-se mentir a Ele (Atos 5:3). Mente-se a uma pessoa e não a uma energia.

(8) Pode-se-Lhe resistir (Atos 7:51). É possível cumprir o papel de um resistor (componente que impede, ou atenua, o fluxo da corrente elétrica) para com o Espírito Santo? Sim, e isto o pecador faz quando, diante do apelo divino, prefere permanecer no erro. Mas isso não significa que o Espírito Santo não seja uma pessoa, pois não é apenas a uma energia que se resiste. Pessoas também podem ser resistidas, incluindo Deus (11:17). O texto fala de se resistir às claras evidências da verdade, apresentadas pelo Espírito Santo.

(9) Pode-se guerrear contra Ele (Gálatas 5:17). O que é uma intensificação de resistência ao Espírito Santo.

(10) Pode-se ultrajá-Lo (Hebreus 10:29). Como é possível ultrajar uma energia? Ultrajar se liga naturalmente ao sentido de afrontar, insultar, difamar, injuriar, ofender deprimir, vilipendiar, desacatar, vituperar, envergonhar. Como se pode fazer tudo isso a uma energia?

(11) Pode-se blasfemar contra Ele como se blasfema contra o Filho (Mateus 12:31). É possível blasfemar contra uma energia? Blasfema-se contra uma pessoa, como é o caso de Jesus aqui.

(12) Ele executa específicas funções próprias,não de uma energia, mas de uma pessoa:

sonda, perscruta a Deus – I Coríntios 2:10.
concede dons para a edificação da Igreja – I Coríntios 12:8 e 12.
manifesta-Se nesses dons – I Coríntios 12.7 (em outras palavras, ao conceder dons à Igreja o Espírito Se dá a ela).
contende com pecadores - Gênesis 6:3. 
ordena sobre itens relevantes para a obra e o povo de Deus – Atos 8: 39; 10:19 e 20.
envia pessoas no processo do cumprimento de alguma missão – Atos 10:19-20.
ensina o que uma vez ouviu – João 16:13 (ouvir não é próprio de uma energia), ver também 14:26; I Coríntios 2:13.
revela, especialmente pelo exercício profético – Atos 1:16; II Pedro 1:21; I Timóteo 4:1.
testifica através da intuição na consciência, bem como com o testemunho da Igreja – Romanos 8:16; Atos 5:32; Apocalipse 22:17.
move o agente humano na captação da revelação divina – I Pedro 1:21.
incute novas realidades ainda não percebidas – Hebreus 9:8.
indica a correta compreensão do que é revelado – I Pedro 1:11
guia os filhos de Deus – Romanos 8:14, inclusive na busca de “toda a verdade” - João 16:13.
assiste nas fraquezas – Romanos 8:26.
intercede corrigindo nossas orações – Romanos 8:26.
produz frutos na vida dos que se submetem a Ele – Galátas 5:22 e 23.
lava e renova, o que resulta em salvação – Tito 3:5. Em João 3:5 e 6 este ato é referido por Jesus em termos do novo nascimento.
escreve a lei de Deus nas tábuas do coração – II Coríntios 3:3.
santifica – II Tessalonicenses 2:13; I Pedro 1:2
sela os que são de Deus – Efésios 1:13.

Conclusão – Que pessoa maravilhosa é o Espírito Santo! Que humildade, que interesse, que desvelo! Ele nos ama a ponto de instar conosco a que sejamos salvos. Ele está disposto a aplicar em nossa vida a obra redentora da cruz em toda a sua extensão. A exemplo do Pai e do Filho, Ele anseia por nossa presença no reino de Deus. Já Lhe agradecemos por isso?
De fato, Ele é um precioso Amigo. Se O resistirmos, magoá-Lo-emos, e Ele poderá Se afastar triste e pesaroso por nossa indelicadeza e apego àquilo que resultará em nossa infelicidade permanente. Mas se O acolhermos, Ele tomará posse do nosso ser, far-nos-á crescer até a semelhança com Jesus e até colocar os nossos pés na cidade celestial.
“Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hebreus 4:7).

por Hudson Cavalcanti, colunista do Site Bíblia e a Ciência

A Grande Esperança 4 - Quando a esperança acaba (Judas 6 e 8)


Sermão de terça, 20/11 - Quando a esperança acaba (Judas 6 e 8) da semana, A Grande Esperança com Pr. Alejandro Bullón da Igreja Adventista do Sétimo Dia.


Desvendando o Mistério da Vida: a causa científica do projeto inteligente


"Na própria base da vida, onde as moléculas e células fazem o espetáculo, descobrimos máquinas, literalmente máquinas moleculares. Ao observarmos estas máquinas, perguntamo-nos "De onde vieram?" A resposta da evolução darwiniana, a meu ver, é muito inadequada". (Dr. Michael Behe, Bioquímico)

Em 1859, Charles Darwin publicou seu livro "A Origem das Espécies", transformando a ciência com a teoria da evolução através da seleção natural. Hoje, essa teoria enfrenta sérios questionamentos. O "Projeto Inteligente" acendeu uma centelha tanto de descoberta quanto de intenso debate sobre a origem da vida. Conheça a história e o raciocínio por trás desse pensamento científico. Através de lindas imagens e computação gráfica este DVD revela o mundo do núcleo da célula. Uma verdadeira aula para entendermos o funcionamento do DNA. Este documentário desafia professores e alunos a reexaminarem o modelo darwiniano referente à origem da vida.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

As Profecias de Jesus, a destruição do templo e o contexto histórico


"Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação" (Lc 19.43-44; cf. Mt 23.37-38; At 3.13-15).

Neste artigo  abordaremos o sermão profético do capitulo 24 de Mateus que também aparece em Marcos 13 e Lucas 17.20-37 acrescido às vezes de pequenos detalhes interessantes.

É importante lembrar que os Evangelhos sinópticos se completam, onde cada escritor procura transmitir a historia de seu peculiar ponto de vista e isto nos fornece mais registros para podermos analisar algumas profecias.

Estudaremos principalmente o contexto histórico dos anos de tribulação contemporâneos a destruição do segundo Templo dos judeus.

Nosso objetivo neste artigo é principalmente mostrar um panorama histórico daqueles dias lidando também com a possibilidade de partes do sermão profético de Mateus 24 ter se cumprido piamente nos acontecimentos que serão mencionados.

Vale lembrar que não somos adeptos do preterismo (corrente teológica que acredita que as profecias bíblicas sobre a Grande tribulação, Volta de Jesus, e outros grandes acontecimentos profetizados já se cumpriram no passado principalmente durante o período de destruição de Israel).

No entanto lidaremos com possibilidades, ficando a critério dos nossos leitores tirarem suas próprias conclusões. Neste artigo nosso principal foco são as informações valiosas do contexto histórico que para muitas pessoas às vezes são inacessíveis e poderão ser de grande ajuda quando se estuda as profecias bíblicas.


O Templo destruído e uma possível tribulação profética.

Quando estudamos a historia do povo israelita percebemos facilmente que existe um sentimento de orgulho em relação aos seus costumes religiosos e principalmente ao seu templo que é um notório símbolo de sua ligação com Deus.

No entanto este templo foi destruído por duas vezes em diferentes momentos da historia dos hebreus, onde guerras terríveis se desencadearam.

O primeiro templo é chamado Templo de Salomão, pois foi construído por ele, no século XI antes de Cristo, sobre um terreno comprado pelo rei Davi no monte Moriah (2Samuel 7,1-16; 1Reis 5,3-5; 8,17; 1Crônicas 17,1-14; 22,6-10)..

Esse templo foi destruído por Nabucodonosor, rei de Babilônia, em 586 antes de Cristo.

O segundo templo foi construído e terminado em 515 antes de Cristo. Ele foi reformado por Judas Macabeu em 164 a.C e depois ampliado e melhorado por Herodes o Grande.

Este segundo templo foi destruído pelos romanos no ano 70 depois de Cristo e sobre este acontecimento temos inúmeros registros bastante curiosos que poderiam perfeitamente ser o cumprimento de algumas das profecias mencionadas por Jesus em seu sermão profético em Mateus 24.

Neste sermão Jesus profetiza uma tribulação terrível e os anos contemporâneos a destruição do segundo Templo registram uma tribulação nunca antes vivida pelos israelitas, nem mesmo em seu período de exílio ou mesmo nos tempos de escravidão no Egito. 


Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;
Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;
E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;
E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.
Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;
Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.
E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
Mateus 24:15-22

Um possível panorama profético.

Nos versículos mencionados acima encontramos uma descrição que se encaixa perfeitamente com os acontecimentos decorridos na época em que o general Tito destruiu Jerusalém no ano 70 d.C.

Embora este trecho também possa estar se referindo a acontecimentos futuros conforme alguns teólogos presumem estar falando de um período de grande tribulação durante o reinado do Anticristo em um terceiro templo judaico. No entanto as semelhanças com um período passado podem ser igualmente apontadas.

No versículo 15 de Mateus 24 Jesus faz referência a “abominação da desolação” Essa passagem se refere a Daniel 9:27: “Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele”. Em 167 a.C., um governador grego pelo nome de Antíoco Epifânio preparou um altar a Zeus sobre o altar dos holocaustos no templo judeu em Jerusalém. Ele também sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém. Esse evento é conhecido como a “abominação da desolação”.

Logo, quando Jesus menciona este fato está se referindo a uma profanação ou destruição do templo judaico.

Sabemos que Tito o destruidor de Jerusalém em 70 d.C não cumpre a profecia descrita em Daniel, pois não fez aliança com ninguém e nem fez cessar sacrifícios e etc. Mas é possível que Jesus não esteja mencionando que isto seria o cumprimento da profecia de Daniel e sim usando a profecia como modelo e referência do que iria acontecer com Jerusalém no ano 70.
Embora acreditemos que a profecia de Daniel se refere mais provavelmente ao reinado do Anticristo, mesmo assim prosseguiremos analisando o contexto histórico e comparando com o sermão profético de Jesus.



Detalhes do Arco de Tito em Roma mostrando a conquista da cidade de Jerusalém e dos tesouros do Templo



Ainda em abril do ano 66 de nossa era, quando o governador romano confiscou dezessete talentos do tesouro do Templo, os nacionalistas judeus se rebelaram. Eles se apoderaram do Templo, interromperam os sacrifícios diários em honra ao imperador romano e capturaram a fortaleza de Massada. Neste período inúmeros acontecimentos terríveis são mencionados
.
Começa então dias de sofrimento para Israel e estes dias foram tão terríveis que é provável que nunca tenha ocorrido coisa semelhante e dada a sua magnitude é possível que nunca ocorra.

A guerra e a tribulação daqueles dias.

Traçaremos a seguir um paralelo das narrativas de Flávio Josefo que acompanhou e participou desta grande tribulação, com as citações de Jesus no Evangelho de Mateus capitulo 24:

Jesus: “Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda), então os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça para tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa” (Mateus 24:15-18).

Josefo: “É então um caso miserável, uma visão que até poria lágrimas em nossos olhos, como os homens agüentaram quanto ao seu alimento ... a fome foi demasiado dura para todas as outras paixões... a tal ponto que os filhos arrancavam os próprios bocados que seus pais estavam comendo de suas próprias bocas, e o que mais dava pena, assim também faziam as mães quanto a seus filhinhos... quando viam alguma casa fechada, isto era para eles sinal de que as pessoas que estavam dentro tinham conseguido alguma comida, e então eles arrombavam as portas e corriam para dentro... os velhos, que seguravam bem sua comida eram espancados, e se as mulheres escondiam o que tinham dentro de suas mãos, seu cabelo era arrancado por fazerem isso...” (Guerras dos Judeus, livro 5, capítulo 10, seção 3).

Jesus: “Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!” (Mateus 24:19).

Josefo: “Ela então tentou a coisa mais natural, e agarrando seu filho, que era uma criança de peito, disse, ‘Oh, pobre criança! Para quem eu te preservarei nesta guerra, nesta fome e nesta rebelião? ...’ Logo que acabou de dizer isto, ela matou seu filho e, então, assou-o, e comeu metade dele, e guardou a outra metade escondida para si.” (Guerras, livro 6, capítulo 3, seção 4).

Jesus: “Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado, porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais” (Mateus 24:20-21).

Josefo: “Eu falarei, portanto aberta e francamente aqui de uma vez por todas e brevemente: que nenhuma outra cidade sofreu tais misérias nem nenhuma era produziu uma geração mais frutífera em perversidade do que era esta, desde o começo do mundo.” (Guerras, livro 5, capítulo 10, seção 5).

Jesus: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados” (Mateus 24:22).

Josefo: “Ora, o número daqueles que foram levados cativos durante toda esta guerra foi verificado ser noventa e sete mil, como foi o número daqueles que pereceram durante todo o cerco onze centenas de milhares, a maior parte dos quais era na verdade da mesma nação, porém não pertencentes à própria cidade, pois tinham vindo de todo o país para a festa dos pães asmos e foram subitamente fechados por um exército...” (Guerras, livro 6, capítulo 9, seção 3).

A guerra durante a tomada de Israel no ano 70 não foi mais uma guerra comum e sim um verdadeiro espetáculo bélico nunca antes presenciado. Acreditamos não estarmos exagerando em relação a este fato, pois o registro histórico narra este acontecimento de forma grotesca.


Túneis secretos por onde alguns judeus puderam fugir da cidade de Jerusalém

Durante o período desta batalha a fome foi tão intensa que se comia feno, palha podre, sola de sapatos e até crianças recém nascidas como já mencionamos anteriormente no texto de Flávio Josefo.

No mesmo mês de Av (agosto) em que o primeiro templo foi tomado pelos babilônicos e no mesmo dia á 656 anos depois os romanos conseguiram chegar ao complexo do Templo judaico. Este fato é tido como um sinal divino de que Deus permitiu tal destruição e tal guerra.
O ataque e Jerusalém começa de forma violenta através de um verdadeiro bombardeio de catapultas que durou dois meses até que os muros da cidade fossem rompidos.

*"Tito, entretanto, fazia as plataformas avançarem sempre mais, embora os que nelas trabalhavam fossem mui perturbados pelos judeus que defendiam as muralhas. Ele mandou então uma parte de sua cavalaria colocar-se de emboscada nos vales a fim de apanhar os que saíam para buscar alimentos, dentre os quais havia também soldados não satisfeitos com o que roubavam na cidade; mas a maior parte era do baixo povo, que o temor de deixar suas esposas e seus filhos expostos à raiva daqueles celerados impedia de fugir e a fome obrigava a sair. A necessidade e o temor do suplício os obrigavam a se defender quando eram descobertos e atacados; e como não podiam esperar misericórdia, depois de se terem defendido, não a pediam também, e eram assim crucificados a vista dos que estavam na cidade. Tito achava que havia naquilo muita crueldade, pois não se passava um dia sem que não se apanhassem pelo menos uns quinhentos e, às vezes, mais; ele não via porém possibilidade de fazer voltar, àqueles que haviam sido aprisionados; achava muita dificuldade em prendê-los, por causa de seu número e ele esperava que a vista de um espetáculo tão terrível poderia impressionar os judeus da cidade, pelo temor de serem tratados do mesmo modo, pois o ódio e a raiva de que os soldados romanos estavam possuídos, faziam sofrer àqueles míseros, antes de morrer, tudo o que se pode esperar da insolência de soldados. Não eram suficientes as cruzes, e havia já falta de lugar, para tantos instrumentos de suplício. Eles levavam para as muralhas, amarrados com cordas, os amigos daqueles que haviam fugido e aqueles dentre o povo que mais mos¬travam desejar a paz, e diziam que eles estavam nas mãos dos romanos, não como prisioneiros, mas como suplicantes. "

Ao romper os muros os soldados incendiaram vários edifícios inclusive o grande templo além de tirarem a vida de qualquer judeu que encontrassem. Nenhuma vida foi poupada. Velhos, crianças, mulheres grávidas, todos foram mortos com incrível ferocidade.

Roma costumava poupar as terras conquistadas e agir com clemência com as cidades inimigas. No entanto este não foi o caso durante a conquista de Jerusalém.



Um exemplo desta batalha é a “Casa Queimada” relíquia arqueológica encontrada dentro do atual Bairro Judeu [da Cidade Antiga] Onde estão os restos mortais de uma mulher que caiu com uma lança na mão na soleira da porta e teve sua casa completamente destruída pelas chamas. A descoberta data do ano setenta e trás em suas paredes as marcas do fogo que consumiu Jerusalém. 

Os registros históricos contam que o desfecho da batalha foi surpreendente. Os judeus que não haviam morrido de fome, ou que não tinham fugido decidiram que morreriam com o Templo. É relatado que eles resistiram até o ultimo homem, mas ao verem o Templo destruído procuraram a morte. Uns feriram suas próprias famílias e tiraram suas vidas, outros se atiravam ás chamas do Templo enquanto a maioria abraçava-se as espadas e lanças dos romanos. 

Embora eles não passassem de uns poucos, ainda assim é mencionado que não foi fácil subjugá-los. Se o Templo não tivesse sido incendiado certamente a batalha teria se estendido.

Josefo afirma em seus escritos que 1.100.000 pessoas morreram durante o cerco a Jerusalém onde a grande maioria era judia. Mais 97.000 foram capturados e tornaram-se escravos.

Tamanha foi à loucura dessa batalha que o próprio general Tito que comandou os exércitos no cerco recusou-se a aceitar as glorias da vitoria, pois segundo afirmou "não há mérito em vencer povo abandonado pelo seu próprio Deus."

Sinais estranhos ou sinais proféticos?

Outro fator interessante sobre os anos que antecederam a destruição do segundo Templo e o ano da própria destruição são os sinais estranhos que ocorreram durante aquele tempo.

Muitos defendem a tese de que tais sinais são os mencionados no sermão profético de Mateus 24, “os sinais da vinda do Filho do homem.” Todavia não cremos que estes sinais referem-se aos sinais do Arrebatamento. Mas sabemos que ocorreram e são registrados por inúmeros historiadores e que são no mínimo intrigantes.

Começando mais uma vez pelos registros de Flavio Josefo, ele nos mostra que vários sinais ocorreram na terra e também nos céus que prediziam um grande juízo sobre os israelitas.
Relataremos alguns destes sinais registrados por ele:

“Um cometa, que tinha a forma de uma espada apareceu sobre Jerusalém, durante um ano inteiro.” 

“Antes de começar a guerra, o povo reunira-se a oito de abril, para a festa da Páscoa, e pelas nove horas da noite, viu-se, durante uma meia hora, em redor do altar e do templo, uma luz tão forte que se teria pensado que era dia.“

Os ignorantes tiveram-na como um bom augúrio, mas os instruídos e sensatos conhecedores das coisas santas consideraram-na como um presságio do que depois sucedeu. Durante essa mesma festa uma vaca que era levada para ser sacrificada, deu à luz, um cordeiro no meio do Templo.

Pelas seis horas da tarde a porta do Templo que está do lado do oriente e que é de bronze e tão pesada que vinte homens mal podem empurrar, abriu-se sozinha, embora estivesse fechada com enormes fechaduras, barras de ferro e ferrolhos, que penetravam bem fundo no chão, feito de uma só pedra.

Os guardas do Templo avisaram imediatamente o magistrado do que acontecera e lhe foi bem difícil tornar a fechá-la.

Os ignorantes interpretaram-no ainda como um bom sinal, dizendo que Deus abria em seu favor suas mãos liberais, para cobri-los de toda sorte de bens. Mas, os mais sensatos julgaram o contrário, isto é, que o Templo destruir-se-ia por si mesmo e que a abertura de sua porta era presságio, o mais favorável, que os romanos pudessem desejar. Um pouco depois da festa, a vinte e sete de maio aconteceu uma coisa que eu temeria relatar, de medo que a tomassem por uma fábula, se pessoas que também viram, ainda não estivessem vivas e se as desgraças que se lhe seguiram não tivessem confirmado a sua veracidade.

“Durante essa mesma festa uma vaca que era levada para ser sacrificada, deu à luz, um cordeiro no meio do templo.” 

“Um pouco depois da festa, a vinte e sete de maio aconteceu uma coisa que eu temeria relatar, de medo que a tomassem por uma fábula, se pessoas que também a viram, ainda não estivessem vivas e se as desgraças que se lhe seguiram não tivessem confirmado a sua veracidade. Antes do nascer do sol viram-se no ar, em toda aquela região, carros cheios de homens armados, atravessar as nuvens e espalharam-se pelas cidades, como para cercá-las.”

“No dia da festa de Pentecoste, os sacrificadores estando à noite, no Templo interior, para o divino serviço, ouviram um ruído e logo em seguida uma voz que repetiu várias vezes: Saiamos daqui !”

“Quatro anos antes do começo da guerra, quando Jerusalém gozava ainda de profunda paz e de fartura, Jesus, filho de Anano, que era um simples camponês, tendo vindo à festa dos Tabernáculos, que se celebra todos os anos no Templo, em honra a Deus, exclamou: “Voz do lado do oriente, voz do lado do ocidente, voz do lado dos quatro ventos, voz contra Jerusalém e contra o Templo: voz contra todo o povo”.

Dia e noite ele corria por toda a cidade, repetindo a mesma coisa. Algumas pessoas de condição, não podendo compreender essas palavras de tão mau presságio, mandaram prendê-lo e vergastá-lo; mas ele não disse uma só palavra para se defender, nem para se queixar de tão severo castigo e repetia sempre as mesmas coisas.

Os magistrados, então, pensando, como era verdade, que naquilo havia algo divino, levaram-no a Albino, governador da Judéia.

Ele mandou açoitá-lo até verter sangue e nem assim conseguiram arrancar-lhe um único rogo, nem uma só lágrima, mas a cada golpe que se lhe dava, ele repetia com voz queixosa e dolorida: “desgraça sobre Jerusalém”.

Quando Albino lhe perguntou quem ele era, de onde era, o que o fazia falar daquela maneira, ele nada respondeu. Assim despediu-o como um louco e não o viram falar com ninguém, até que a guerra começou.

Ele repetia somente e sem cessar as mesmas palavras: “Desgraça, desgraça sobre Jerusalém”, sem injuriar nem ofender aos que o maltratavam, nem agradecer aos que lhe davam de comer

Todas as suas palavras reduziam-se a tão triste presságio e as proferia com uma voz mais forte nos dias de festas.

Assim continuou durante sete anos e cinco meses, sem interrupção alguma, sem que sua voz se enfraquecesse ou se tornasse rouca.

Quando Jerusalém foi cercada viu-se os efeitos de suas predições. Fazendo então a  volta às muralhas da cidade, ele se pôs ainda a clamar: “Desgraça, desgraça sobre a cidade, desgraça sobre o povo, desgraça sobre o Templo”.

Tendo acrescentado “desgraça sobre mim”, uma pedra atirada por uma máquina, derrubou-o por terra e ele expirou proferindo ainda as mesmas palavras. (Flavio Josefo  - A História dos Hebreus - Obra Completa –II Parte – livro sexto, capítulo 31, página 680 e 681)

Os cristãos escapam.

Muitos teólogos e historiadores se surpreendem com o fato de que somente os cristãos escaparam deste terrível acontecimento.

Mas tal proeza não seria possível se os cristãos da época não conhecessem as profecias do sermão profético de Jesus

Eusébio menciona que ao verem a “abominação da desolação” e ao perceberem a aproximação cada vez mais freqüente dos romanos e lembrando-se das palavras do Mestre Jesus “Os que estiverem na Judéia, fujam para os montes, os que estiverem no meio da cidade, saiam, e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Pois dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! Haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo (os judeus).”(Lucas 21:21-23). Os cristãos se refugiaram em Pela entre as montanhas há cerca de 30 quilômetros ao sul do Mar da Galiléia escapando assim do massacre.

Fica-nos a pergunta: Não seria esta uma prova de que algumas das profecias de Cristo se cumpriram ainda no passado?

Vemos através deste acontecimento que os cristãos primitivos estavam atentos as palavras de Jesus e que possivelmente já esperavam por tal destruição, interpretando as profecias para sua própria época. Teriam eles razão?

Os motivos da destruição de Jerusalém.

"Pois sobre ti virão dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras e, por todos os lados, te apertarão o cerco; e te arrasarão e aos teus filhos dentro de ti; não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação" (Lc 19.43-44; cf. Mt 23.37-38; At 3.13-15).

Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (João 1:11)

"Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!" (Mt 23.38-39).

Mesmo existindo vários outros motivos para que o juízo de Deus viesse sobre a nação Judaica à rejeição do Messias por parte daquele povo foi à medida que faltava para que o cálice da justiça divina transbordasse.

Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.

E, respondendo todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.
Então soltou-lhes Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.(Mateus 27:24-26)

Realmente o sangue do Messias o filho de Deus a quem eles crucificaram caiu sobre toda aquela geração

O próprio general Tito que se tornou posteriormente imperador de Roma mencionou: 

“Lutamos com Deus do nosso lado; pois foi Deus que expulsou os judeus de seus baluartes; pois que poderiam ter feito máquinas ou mãos nuas contra muros e torres como essas?” (Josefo, “Guerras”, livro 6 cap.9).



Os Judeus não teriam perdido a batalha facilmente, pois estavam com grandes vantagens mesmo diante de todo o arsenal romano. Porém aquela era uma derrota inevitável, pois estavam lutando contra a própria vontade de Deus.

Deus puniu a Jerusalém no mesmo dia em que Nabucodonosor a tinha destruído no ano 1468 de sua fundação. No dia 8 de setembro de 70 d.C. Jerusalém foi reduzida a escombros. 

Um dos lideres da seita dos fariseus o rabino Yochanan ben Zakkai ainda no principio do conflito acreditando em um juízo divino e que a grande cidade de Jerusalém só seria conquistada por um grande soberano, rendeu-se a Vespasiano pai de Tito afirmando que ele era este soberano.

Naquele mesmo instante chegou um mensageiro vindo de Roma para comunicar que o imperador havia morrido e que Vespasiano tinha sido escolhido como seu sucessor.

Impressionado com a profecia do rabino Vespasiano lhe ofereceu sua misericórdia e permissão para que ele protegesse os rolos da Torah e também aos eruditos que os estudavam. Desta maneira a Lei foi preservada mesmo com a destruição de seu maior símbolo.

O desfecho inevitável.

O messias pregou no templo. Depois de Jesus nenhum outro messias se levantou e teve tamanha relevância. Muito menos foi crucificado ou cumpriu qualquer outra profecia.

Jesus veio para servir de sacrifício eterno sobre o pecado. Logo não havia mais necessidade de sacrifícios animais, ou templos, ou sacerdotes, pois Jesus é o eterno sumo sacerdote. Esta é mais uma grande prova de que Jesus Cristo era o messias e Israel o rejeitou.

É inevitável pensar que a destruição do Templo e de Jerusalém era a vontade de Deus. Este acontecimento serviu de punição para os judeus por terem rejeitado ao Messias e também por não terem crido em Sua profecia*. Alem do mais as últimas profecias de Cristo foram sobre este evento e se cumpriram fielmente.

* Grifos acrescentados pelo Site Bíblia e a Ciência, extraídos do livro História dos Hebreus de Flávio Josefo na página 1366.

Artigo extraído do site O Pesquisador Cristão


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