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sábado, 27 de outubro de 2012

Por que o Espírito é chamado de "Conselheiro" no evangelho de João?


O termo grego parakletos, traduzido como "conselheiro" em algumas versões da Bíblia, não tem equivalência exata em português. Ele foi usado na literatura grega para se referir a uma pessoa chamada para auxiliar alguém, ou que se apresenta em nome de outra pessoa como conselheiro, intercessor, mediador, ajudante ou como advogado no tribunal. Quando Jesus usa esse termo para o Espírito Santo, revela algo sobre a natureza e função do Espírito.

Uma vez que o termo é usado exclusivamente nos escritos de João, examinarei essas passagens.

1. Jesus e o Conselheiro: Em João, assim como em todo Novo Testamento, Jesus e o Espírito são muito próximos. Não são, porém, a mesma pessoa. Em João, Jesus identifica o parakletos com o Espírito (16:15), o Espírito Santo ( 14:26), e o Espírito da verdade (14:17; 15:26; 16:13). Em outras palavras, Ele usou uma nova terminologia para Se referir ao Espírito Santo. Quando Jesus diz "outro Consolador" (14:16, ACRF/NVI; cf. 1Jo2:1)1*, inferindo que Ele também é um conselheiro, está fazendo uma clara distinção entre Ele (Jesus) e o Espírito. A diferença entre os dois também é acentuada pelo fato de o Espírito (parakletos) ser enviado pelo Pai, quando solicitado pelo Filho (14:16,26). Finalmente, a diferença entre os dois é indicada pelo fato de que a vinda do Espírito acontece após Jesus retornar para o Pai (16:7).
O Espírito (parakletos) permanecerá com Seu povo para sempre (14:16). Portanto, diferente de Jesus, o Espírito não retornará para o Pai enquanto o povo de Deus ainda estiver no mundo. Ele tomará o lugar de Jesus na terra.

2. Funções do Conselheiro: Três funções específicas são atribuídas ao Espírito ( parakletos). Ele é professor: Ele "lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que Eu lhes disse" (14:26, NVI).2* O Espírito edificará a igreja sobre a base dos ensinamentos de Jesus, lembrando os Seus ensinos aos discípulos e revelando seu significado profundo. Ele também revelará a eles o conteúdo escatológico da mensagem de Jesus (16:13). É somente nesse sentido que o Espírito " os guiará em toda verdade" (16:13, NVI).
Segundo, e intimamente relacionado com o anterior, o Espírito glorifica Jesus. Jesus é glorificado quando o Espírito revela o que pertence a Jesus (16:13). Ele glorifica a Si mesmo, não quando nos concede coisas novas, mas ao nos dizer que tudo o que recebemos vem de Jesus.
Terceiro, o papel do Espírito é testemunhar contra o mundo em nome de Jesus e de Seu povo. A vinda do Espírito testifica do fato de que os fieis pertencem a Deus, radicalizando, assim, a distinção entre eles e o mundo.
Junto aos fieis, o Espírito também testifica em nome de Jesus ao chamar as pessoas para virem a Jesus como O exaltado (15:25, 26). Seu testemunho contra o mundo é devido ao fato de Jesus ter sido rejeitado pelo mundo, o pecado que o caracteriza e o julgamento de Deus contra o mal (16:8-11).

3. Natureza do Espírito: Ao chamar o Espírito de " outro Conselheiro" Jesus declarou de uma vez por todas que o Espírito é uma pessoa como Ele. Embora no grego o substantivo "espírito" (pneuma) seja neutro, o substantivo "conselheiro" (parakletos) é masculino e pessoal. O Espírito não é neutro, mas um ser divino e pessoal. Sua divindade é mencionada por Jesus quando Ele diz que o Espírito "provém do Pai" (ekperuomai) indicando o lugar de origem do Espírito. Seu local de existência natural é junto ao mistério da Trindade, e Ele é enviado por Deus. Ao identificar o Espírito como parakletos, Jesus nos deu uma forma de pensar no Espírito como uma pessoa.
Podemos visualizá-Lo como Conselheiro, como uma pessoa que nos ajuda em tempo de necessidade (consolador), e que nos acompanha durante nossa peregrinação, nos sustentando, nos transformando e nos revelando o que pertence a Jesus. O Espírito fala por nós e a nós; Ele é o parakletos.

1* Texto creditado como ACRF foi extraído da versão Almeida Corrigida e Revista Fiel.
2* Texto creditado como NVI foi extraído da Nova Versão Internacional.

Texto de Ángel Manuel Rodríguez, hoje aposentado, serviu muitos anos como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblica da Associação Geral.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Quando ocorre o batismo do Espírito Santo?

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O texto de I Cor. 5:11-14 apoia a excomunhão?
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Se a resseureição será no fim dos tempos, por que Jesus disse ao ladrão que ele já iria ao céu?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O que faz o Espírito Santo?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Plano da Redenção para os anjos!




Imagino Jesus, o Miguel, fazendo assim com um
 anjo contaminado por Lúcifer,
 mas arrependido pelo Espírito Santo!

Por que Jesus morreu pelos humanos caídos e não pelos anjos caídos? Por que estes não tiveram uma segunda chance? Ou eles tiveram até a cruz? Lúcifer conheceu o plano da Redenção antes da fundação do mundo? (Jammily Oliveira, Maceió-AL)


“Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.” (Cl 1:20, NTLH).


“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (ARA).


“Foi por meio do seu Filho que Deus reconciliou consigo todas as coisas, no céu e na terra, pois a morte de Cristo na cruz trouxe para todos a paz com Deus através de seu sangue” (NBV).


Esse texto paulino talvez sugira que Jesus morreu também para solucionar problemas celestiais, não somente terrenos, como a queda de anjos, por exemplo! Por outro lado, Paulo pode querer se referir aos pecados humanos registrados no Santuário celestial, como ele escreveu aos Hebreus (Hb 9:23).


No entanto, Paulo não foi o único a escrever sobre “problemas celestiais”. Judas, possível irmão do Homem Jesus, por parte do esposo de Sua mãe Maria (cf. Mt 13:55, Gl 1:19 e Jd 1), menciona em sua carta sobre anjos “que não guardaram o seu estado original” (verso 6)! Seria o caso de, alguns dentre esses, terem se arrependido e recebido o perdão de Deus sem haver a necessidade de serem expulsos do Céu com Lúcifer? João escreveu: “o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 38). Poderíamos visualizar este princípio no contexto da sedição de Lúcifer no Céu? Claro que sim, pois “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13:8)! Vamos organizar cronologicamente, então, as ideias e os eventos pré-históricos (e históricos) para encontrarmos respostas:
  a)  Criação de Lúcifer. “No dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus” (Ez 28:13,14).
  b)  Origem do pecado e do mal, ou seja, da transgressão da Lei de Deus (I Jo 3:4). “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15, NVI).
  c)  O Filho de Deus Se manifesta para destruir as obras do diabo (I Jo 3:8). “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20, ARC). Afirmar que isto só vale para pecadores humanos contradiz a imparcialidade e a imutabilidade do caráter de Deus!
  d)   Disseminação das ideias de Lúcifer no Céu e contaminação de outros anjos. “Pela abundância do teu tráfico, encheram de violência o teu interior, e pecaste” (Ez 28:16, Tradução Brasileira). “Anjos... pecaram” (II Pe 2:4). “Com a cauda ele [o dragão Satanás, cf. Ap 12:9] arrastou do céu a terça parte [talvez um número não literal devido o contexto simbólico] das estrelas [ou seja, dos anjos de Deus, cf. Jd 13 e Ap 1:20]” (Ap 12:4, NTLH).
  e)  O Senhor Jesus consegue destruir as obras do diabo na vida de alguns dos anjos contaminados. Evidências bíblicas:
i)                           Apenas os anjos que “não ficaram dentro dos limites da autoridade concedida a eles” (Jd 6, NBV) e “pecaram” (II Pe 2:4, ARC) que Deus não perdoou! Fazendo uma comparação com os pecadores humanos: “Tornou Moisés a JAVÉ e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:31-33). Certamente JAVÉ agiu assim também para com os pecadores angélicos, para com aqueles que pecaram contra o Senhor Espírito Santo (cf. Mc 3:29).
ii)                         “Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (I Co 6:3). Ora, se os justos julgarão os próprios salvos e os perdidos, durante o milênio (I Co 6:2, Ap 20:4 e Mt 19:28), não é invenção dizer que os anjos a serem julgados pelos mesmos justos durante os mil anos, são os anjos salvos e os anjos perdidos! Afinal, os anjos que não precisaram da redenção de Jesus, necessitam do julgamento?!
iii)                       Paulo chama os anjos de “eleitos” (I Tm 5:21) ou “escolhidos” (TB). O mesmo ele faz com pecadores humanos que aceitaram o convite da graça e foram justificados por Jesus! “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A mesma palavra εκλεκτός aparece em Mt 22:14, “muitos são chamados, mas, poucos, escolhidos”. O sentido de muitos é todos os pecadores humanos, pois Jesus afirmou que veio salvar os perdidos (Lc 19:10); e Sua morte foi por “todos” (I Tm 2:6). Todos são muitas pessoas, obviamente, de modo que, os “escolhidos” são aqueles que foram chamados dentre todos e aceitaram o chamado! Aplique isto ao tráfico de informações mentirosas sobre o caráter de Jesus que Lúcifer espalhou no Céu, a consequente contaminação sobre uma quantidade de anjos não mencionada nas Escrituras, o trabalho de Jesus para destruir as obras do diabo na mente dos anjos, Seu êxito em alguns dos afetados e infectados, ou seja, Seu “chamado” a todos os anjos contaminados pelo veneno da serpente e a aceitação deste convite da graça por parte dos anjos “escolhidos”! Infelizmente, o autor do mal preferiu se tornar a serpente, em vez de aceitar o perdão divino.
  f) Pecado eterno por parte dos anjos rebeldes que não aceitaram o “chamado” de Deus e a eterna expulsão deles do Céu! “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás,” (Ap 12:7-9). “Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [tártaro no grego], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (II Pe 2:4, ARC).
   g)   Diálogo semiaberto entre os anjos não caídos e os caídos.
por (Hendrickson Rogers)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Jesus e o Espírito Santo: São Eles uma única Pessoa, atuando de formas diferentes?



Em nossa época de pluralidade de crenças e completa liberdade de expressão, têm se tornado cada vez mais comuns os ataques às doutrinas cristãs, conforme explicitadas nas Escrituras e tradicionalmente compreendidas pelos teólogos e fiéis. Essa situação adquire contornos de crise uma vez que a postura pós-moderna parece exigir certa passividade diante das diferenças, ao mesmo tempo em que o bombardeio dos meios de comunicação contra as Escrituras se torna mais e mais inclemente. Se levantamos a voz para denunciar os equívocos de tais posturas excessivamente permissivas, somos chamados de intolerantes. Por outro lado, se nos calamos, somos rotulados como pessoas incultas, destituídas de argumentação e credibilidade, indignas de atenção, escravas da fé cega.


Diante dessa situação até certo ponto melindrosa, nos propomos a desenvolver uma reflexão sobre a possibilidade de que Jesus e o Espírito Santo sejam uma única Pessoa. Esse argumento tem sido recentemente proposto por movimentos dissidentes que tentam negar a pessoalidade e a personalidade do Espírito Santo, bem como minar a crença na doutrina das três Pessoas que compõem a Divindade. Ao defender essa posição, seus propositores procuram mostrar que, quando se referem ao “outro Consolador”, à intercessão em favor dos crentes e à distribuição de dons à igreja, as Escrituras estão, de fato, descrevendo a obra de Jesus, codificada sob a forma de enigmáticas referências ao Espírito Santo.


“Outro Consolador”


Jesus Cristo disse: “Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-Lo, porque não O vê nem O conhece. Mas vocês O conhecem, pois Ele vive com vocês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês. Dentro de pouco tempo o mundo não Me verá mais; vocês, porém, Me verão. Porque Eu vivo, vocês também viverão” (Jo 14:16-19, NVI).


Infelizmente, uma compreensão inadequada dessa passagem tem levado alguns a concluir que a promessa nela contida, de que Jesus não deixaria órfãos os discípulos, e de que Ele voltaria para eles, aponta para a vinda de Jesus à Terra para realizar a obra do Espírito Santo.


A maioria dos teólogos crê que Jesus aqui Se referiu à Sua vinda por ocasião da ressurreição. Obviamente, a vinda do Conselheiro é condicionada pela morte e ressurreição de Jesus. Devemos nos lembrar de que, nesse contexto, a promessa de Jesus foi motivada por uma declaração de Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais” (Jo 14:5). Diante disso, o Mestre explicou que rogaria ao Pai por outro Consolador e que este ficaria para sempre com os discípulos. Até aqui, a afirmativa de Jesus respondia somente em parte à inquietação dos discípulos, seu temor de ser abandonados. Contudo, Tomé havia feito referência específica à curiosidade dos discípulos quanto ao que aconteceria com o Mestre e, por essa razão, Jesus acrescentou que voltaria para eles, mas o mundo não mais O veria. De fato, imediatamente após a ressurreição, Jesus não mais Se manifestou para as pessoas do mundo (a não ser para aqueles que, por Sua autorrevelação, vêm a se converter).


Para defender o ponto de vista de que Jesus estava falando de Si mesmo, ao Se referir a outro Consolador, os que pensam assim primeiramente argumentam que nem o mundo nem os discípulos conheciam o Espírito Santo e que, já que os discípulos conheciam Jesus muito bem, o Espírito e Jesus tinham que ser a mesma pessoa. Segundo esse modo de pensar, a declaração de Jesus, de que os discípulos não O veriam ainda, seria cumprida por ocasião de Sua vinda como o “outro Consolador”. Essa posição não considera, porém, que o Espírito Santo já havia sido derramado sobre os discípulos, segundo a promessa de João Batista (Mc 1:8; 6:13), ainda que não de forma plena (Lc 24:49; Jo 20:21, 22; At 1:5). Ninguém vai a Cristo senão pela atuação do Espírito Santo. A própria condição de discípulos lhes garantia um conhecimento (ainda que parcial) do Espírito Santo.


O segundo argumento empregado para provar uma suposta identificação de Jesus como o “outro Consolador” é o da comparação das expressões “outro Consolador” e “outro discípulo”: “Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro. Os dois corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro” (Jo 20:3, 4). Argumentam que, se João podia se chamar de “outro discípulo”, o Salvador podia Se referir a Si mesmo como “outro Consolador”. É verdade que, ocasionalmente, Jesus Se referia a Si mesmo na terceira pessoa (Mt 12:40; 17:9; Lc 24:15, 16, 26, 27). No entanto, nunca o fez por meio da palavra “outro”. De fato, todas as vezes em que Ele empregou essa palavra, estava falando de outra pessoa. Por exemplo: “Eu vim em nome de Meu Pai, e vocês não Me aceitaram; mas, se outro vier em seu próprio nome, vocês o aceitarão” (Jo 5:43). Ele também usou essa palavra referindo-Se a João Batista (Jo 5:32).


João podia se referir a si mesmo como “o outro discípulo” porque havia mais discípulos; mas, se Jesus é o Consolador único, como querem os dissidentes, seria ilógico que Ele Se referisse a Si mesmo como sendo outro Consolador. Aliás, para que tenha sentido o argumento de que Jesus poderia usar a palavra “outro” em relação a Si mesmo porque João a usava, seria necessário que, no texto empregado para defender essa ideia (Jo 20:3, 4), João e Pedro fossem uma única pessoa. Ao contrário disso, ele afirmou que eram duas pessoas diferentes. Semelhantemente, quando Jesus chamou o Espírito Santo de “outro Consolador”, estava afirmando que Ele e o Espírito Santo são duas pessoas diferentes.


Ellen G. White esclarece a exposição de Jesus: “Limitado pela humanidade, Cristo não poderia estar em toda parte em Pessoa. Era, portanto, do interesse deles [os discípulos] que Ele fosse para o Pai e enviasse o Espírito como Seu sucessor na Terra.” 1 Evidentemente, não podemos conceber que ela estivesse falando de um sucessor de Jesus, se o Espírito Santo fosse apenas um nome diferente para o Senhor Jesus Cristo.


Espírito Santo: impessoal?


O texto de Atos 2:33 tem sido usado, em tempos recentes, como suposta prova de que o Espírito Santo não é uma Pessoa. Os argumentos correm em duas linhas principais: (1) o verso especificamente se refere ao Espírito Santo por meio do pronome demonstrativo “isto”, de valor neutro, e que (2) o verbo “derramar” deixa claro que Ele não é uma pessoa, mas uma espécie de força, coisa ou objeto. Diz o texto: “Exaltado, pois à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.” O primeiro argumento que considera desrespeitoso o emprego da palavra “isto” (touto, em grego) em relação a uma Pessoa divina, esbarra em uma ificuldade intransponível. O uso de “isto” se deve ao fato de que a expressão “Espírito Santo” (pneuma hagion) é neutra em grego.


Diferentemente do português, idioma que conta com apenas dois gêneros, o grego (assim como o latim) possui três. No idioma português, definimos como masculinos ou femininos mesmo os objetos assexuados. Assim, “mar” é masculino e “mensagem” é feminino. Mas em grego, é comum o emprego do gênero neutro quando não queremos fazer referência explícita ao sexo. Dessa forma, a palavra “bebê” (brephos) ou a expressão “filhinhos” (teknia), muito empregada pelo apóstolo João em suas epístolas, são expressões neutras, sem nenhuma referência ao sexo das pessoas envolvidas. A mesma coisa acontece em inglês, quando se refere ao Espírito Santo, a um bebê ou a uma criança como it (isso).


A tradução de Atos 2:33 para o português deixa claro que a língua grega trata a expressão “Espírito Santo” como neutra. Se os que defendem a impessoalidade do Espírito Santo pesquisassem cuidadosamente o grego, descobririam que esse não é o único caso. A mesma coisa ocorre em João 14:16, 17, embora, ali, a tradução não o deixe explícito. Em outras passagens (Jo 14:26; 16:7, 8, 13, 14), João emprega o pronome masculino ekeinos (“este” ou “ele”) para se referir ao Espírito Santo, mostrando que os gêneros masculino e neutro não são atribuídos, de forma consistente, à terceira Pessoa da Divindade. De fato, Deus não é homem nem mulher, pois “é espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24). Em todo caso, percebe-se que tanto bíblica quanto linguisticamente, o gênero de uma palavra não determina a pessoalidade do ser que ela representa.


Em relação ao segundo argumento, acaso pode-se dizer que o verbo “derramar” nunca possa ter seres pessoais como seu objeto? Não! Por exemplo, em Portugal, um jornal esportivo noticiou o seguinte: “O jogo foi desfigurado como espetáculo, mas ainda atraente. O Liverpool derramou homens em frente… estilo italiano defendendo.”2 Nesse caso, percebe-se que o time inglês adotou estilo defensivo das equipes italianas, “derramando” jogadores à frente da defesa. Pode-se derramar uma pessoa? Aparentemente, sim, desde que estejamos falando em linguagem figurada. Um poema de Gustavo Bicalho mostra isso:


“Segunda-feira. Perde-se a hora. O relógio evaporou. ‘Moço, me vê um copo d’água?’ ‘Acabou.’ A avenida derrama gente. Sublimo.”


O poeta descreve como seu eu lírico despertou atrasado na segunda-feira, entrou em um estabelecimento em busca de água, não a encontrou, voltou à avenida repleta de pessoas e, finalmente, relevou as dificuldades.


Quando a Bíblia fala que o Espírito é derramado sobre toda a carne (Jl 2:28), está usando linguagem figurada, assim como quando o faz ao dizer que a cólera de Deus se derrama como fogo (Na 1:6; Ap 16:1), ou que o amor divino é derramado em nosso coração (Rm 5:5). De acordo com Ellen G. White, “nenhum princípio intangível, nenhuma essência impessoal ou simples abstração poderia satisfazer às necessidades e anelos dos seres humanos nesta vida de lutas com o pecado, tristeza e dor. Não basta crermos na lei e na força, em coisas que não têm piedade ou nunca ouvem o brado por auxílio. Precisamos saber acerca de um braço Todo-poderoso que nos manterá, e de um Amigo infinito que tem piedade de nós”.3


Espírito, mente, vida


Usando o mesmo raciocínio, perguntamos: Pode-se defender a ideia de que a expressão “Espírito Santo” seja empregada na Bíblia simplesmente com o significado de “mente” e “vida”? Não! Em todas as ocasiões em que a palavra “espírito” tem esse sentido figurado (1Rs 21:4, 5;
Dn 2:1-3; 1Co 14:14; 2Co 7:13), ela nunca vem seguida do adjetivo “santo”. Além disso, é-nos dito que “Cristo labutou por Sua vide. Príncipe do Céu, Ele era ainda o intercessor pelo homem, e tinha poder com Deus, e prevalecia em favor de Si mesmo e de Seu povo. Manhã após manhã, Ele comungava com o Pai celestial, recebendo dEle um batismo diário do Espírito Santo”.4 Na Terra, Jesus recebia o batismo diário do Espírito Santo. Portanto, Ele não podia ser batizado com Sua própria mente!


Pela mesma razão, não devemos entender a seguinte declaração de Paulo como significando que somente Deus entende as coisas de Deus: “Quem conhece os pensamentos do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus” (1Co 2:11). Ellen G. White explica muito bem esse texto: “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma Pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus.”5
Também não devemos interpretar de modo figurado Romanos 8:26, como se o apóstolo sugerisse que é a “mente” de Cristo que realiza intercessão em favor do homens: “Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”


Os defensores da ideia de que as referências à intercessão do Espírito Santo representam figuradamente a intercessão de Jesus o fazem motivados por uma compreensão inadequada de 1 Timóteo 2:5, que diz haver apenas “um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o
homem Cristo Jesus”. Tais pessoas passam por alto a compreensão teológica que se convencionou chamar de “a economia da Divindade”. Ou seja, embora Jesus tenha participado da criação de modo tão efetivo quanto o Pai, apenas este geralmente recebe o epíteto de Criador. Assim, embora o Pai tenha participado de modo tão efetivo quanto Jesus, é a este que geralmente designamos Redentor. As Pessoas divinas têm unidade de propósito e ação, mas cada uma delas, em certo sentido, Se destaca em relação a algum aspecto específico de atuação. Por isso, afirmar que Jesus é o único Mediador não contradiz o ensinamento bíblico de que o Espírito intercede pelo homem.


Em vez de contraditórias, as atuações de Jesus e do Espírito Santo como intercessores são, de fato, complementares. “Quando Cristo cessar Sua obra como mediador em favor do homem, então começará esse tempo de angústia. Então, estará decidido o caso de toda pessoa, e não haverá sangue expiatório para purificar do pecado. Ao deixar Jesus Sua posição como Intercessor do homem junto a Deus, faz-se o solene anúncio: ‘Quem é injusto, faça injustiça ainda… e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.’”6 “Enquanto Jesus permanecer como Intercessor pelo homem no santuário celestial, a influência restritiva do Espírito Santo é sentida pelos governantes e pelo povo.”7 “Enquanto Jesus, nosso Intercessor, suplica por nós no Céu, o Espírito Santo atua em nós, para que queiramos e efetuemos a Sua vontade. O Céu todo se interessa pela salvação da pessoa.”8


Como se percebe, após Sua morte, Jesus passou a ser Intercessor no Céu, no santuário celestial. O Espírito Santo intercede a partir da Terra, convencendo-nos “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16:8). De acordo com a economia da Divindade, nada impede que tanto Jesus como o Espírito Santo sejam identificados como intercessores. O Espírito intercede e Cristo também intercede. De fato, segundo Romanos 8:34, “quem os condenará? Foi Cristo Jesus que
morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós”.


Na distribuição dos dons


No capítulo 2 do livro de Atos, Lucas descreve a maneira pela qual o Espírito Santo concedeu o dom de línguas à igreja primitiva. No entanto, em Efésios 4:8, temos a declaração paulina de que foi Jesus quem distribuiu os dons espirituais à igreja: “Quando Ele subiu em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros, e deu dons aos homens.” Provam essas declarações que Jesus e o Espírito Santo são a mesma pessoa? De modo nenhum! Outras passagens das Escrituras revelam que Jesus e o Espírito Santo participaram, conjuntamente, da distribuição de dons. Ao sugerir temas de pregação aos pastores evangelistas, Ellen G. White afirmou o seguinte: “São estes os nossos temas: Cristo crucificado pelos nossos pecados, Cristo ressuscitado dentre os mortos, Cristo nosso Intercessor perante Deus; e intimamente relacionada com estes assuntos acha-se a obra do Espírito Santo, Representante de Cristo, enviado com poder divino e com dons para os homens.”9 O Espírito Santo distribui os dons como representante de Cristo.


Jesus é a fonte dos dons, o Espírito Santo os entrega a nós. No entanto, a terceira Pessoa da Divindade conta com o consentimento dos demais membros da Divindade para fazê-lo segundo Seu próprio beneplácito: “Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e Ele as distribui individualmente, a cada um, como quer.”


Além disso, a seguinte afirmação de Ellen White esclarece que Jesus está com o Espírito Santo quando este realiza Sua obra: “Quando as provações obscurecem a alma, lembre-se das palavras de Cristo, lembre-se de que Ele é uma presença invisível na pessoa do Espírito Santo, e Ele será a paz e o conforto que lhe são dados, manifestando-lhe que Ele está com você, o Sol da Justiça, expulsando suas trevas.”10 – Continua.


Referências:


1 Ellen G. White, Fé Pela Qual Eu Vivo (MM, 1959), p. 56.
2 Desporto Notícias, 20/02/2008.
3 Ellen G. White, Ibid., p. 54.
4 ___________, Signs of the Times, 21/11/1895.
5 ___________, Evangelismo, p. 617.
6 ___________, Patriarcas e Profetas, p. 201.
7 ___________, Spirit of Prophecy, v. 4, p. 429.
8 ___________, Signs of the Times, 03/10/1892.
9 ___________, Evangelismo, p. 187.


Milton L. Torres – Professor na Faculdade Adventista de Teologia do Unasp, Engenheiro Coelho, SP. Publicado na Revista Ministério Mar/Abr-2012.

domingo, 6 de maio de 2012

Verdadeiro poder na vida


Em 1929, Frank Morris embarcou num navio com destino à Suíça. Ele tinha esperado ansiosamente por essa viagem já há algum tempo. Todavia, aquela se transformou numa experiência humilhante. Uma senhora que era responsável por cuidar dele trancava Frank em sua cabine a cada noite. Depois de um rápido desjejum, Frank podia se exercitar um pouco, mas se sentia um tolo por ser conduzido pelo convés do navio como um animal numa coleira. Então, a senhora colocava Frank numa cadeira de sol. Sempre que ele encontrava algum passageiro amistoso, que o convidava para um passeio pelo convés, a senhora objetava, dizendo que tinha que ficar sempre de olho nele.
Frank era um adulto, com curiosidades e desejos normais para um adulto. Mas ele também era cego. A senhora que cuidava dele acreditava que ele não conseguiria tomar conta de si mesmo. Frank era tratado como se fosse um pacote que tinha que ser carregado de um lado para o outro.
No entanto, ao chegar na Suíça, a vida de Frank mudou drasticamente. Enquanto estava ali, ele aprendeu sobre cachorros que eram treinados para guiar cegos. Quando voltou aos Estados Unidos, ele trouxe consigo um pastor alemão chamado Buddy. Depois de algum tempo, Frank fundou uma organização mundial chamada Seeing Eye (“Olho que Vê”).
Agora, com Buddy ao seu lado, Frank podia ir a qualquer lugar, em qualquer hora, com qualquer pessoa. Ele finalmente se sentiu livre. Durante uma demonstração para um grupo de repórteres, numa movimentada rua da cidade de Nova Iorque, Buddy guiou seu amigo de maneira muito sábia para cruzar a rua de um lado para o outro, enquanto os carros passavam apressados por eles. Por confiar em Buddy, Frank facilitou muito essa travessia. Os repórteres que tinham visão tiveram uma dificuldade muito maior; um chegou inclusive a pegar um táxi para fazer essa travessia.
Nessa lição, iremos aprender sobre o Espírito Santo, um Guia que deseja que coloquemos nossa vida em Suas mãos. Todos nós somos portadores de necessidades por causa de nossa natureza humana. Somos cegos para o que é realmente importante. A vida passa por nós de maneira tão veloz que freqüentemente nos encontramos apenas sendo levados, ao invés de ativamente irmos para algum lugar. Ainda assim, hesitamos em confiar nossa vida completamente a esse Guia. A descoberta que nos espera nessa lição é: encontraremos verdadeira liberdade e poder caso dependamos inteiramente do Espírito Santo para nos guiar pela vida.
1. O REPRESENTANTE DE CRISTO NO MUNDO
Quando Cristo estava perto de ascender ao céu, Ele prometeu aos Seus discípulos um dom inestimável:
“Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que Eu vou. Se Eu não for, O CONSELHEIRO não virá para vocês; mas se Eu for, Eu O enviarei… Mas, quando o ESPÍRITO DA VERDADE vier, ELE OS GUIARÁ a toda a verdade… ELE ME GLORIFICARÁ, porque receberá do que é Meu e o tornará conhecido a vocês”. João 16:7, 13, 14. (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos da série DESCOBERTAS BÍBLICAS são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
No plano divino, Jesus precisava voltar para o céu como nosso representante diante de Deus, e “se apresentar diante de Deus em nosso favor” (Hebreus 9:24). Enquanto nosso crucificado Senhor nos representa no céu, nós também temos o Espírito Santo como nosso CONSELHEIRO e GUIA aqui na terra. Ele é o representante direto de Jesus.
Enquanto estava aqui, a atuação de Jesus era confinada ao corpo humano, e Ele não conseguia estar presente em todos os lugares. O Espírito Santo não tem tais limitações; Ele pode servir como um Conselheiro e Guia pessoal para incontáveis pessoas, em muitos lugares ao mesmo tempo. Cristo supre nossas necessidades através do Espírito Santo.
2. QUEM É O ESPÍRITO SANTO?
A maioria de nós consegue se relacionar com Deus o Pai se o imaginamos como o pai mais cuidadoso e bondoso que já conhecemos. E podemos imaginar Jesus, o Filho, porque Ele viveu entre nós como uma pessoa. Mas quanto ao Espírito Santo, temos dificuldades de imaginá-lo e nos relacionarmos com ele. Não temos nenhuma comparação humana para facilitar. A Bíblia, contudo, nos dá informações específicas sobre o Espírito Santo:
Uma Pessoa. Jesus se referiu ao Espírito Santo como uma pessoa, um membro da Trindade, juntamente com Deus o Pai e Deus o Filho:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Mateus 28:19
O Espírito tem características pessoais: uma mente (Romanos 8:27); sabedoria (I Coríntios 2:10); sentimentos de amor para conosco (Romanos 15:30); sentimentos de aflição quando pecamos (Efésios 4:30); a habilidade de nos ensinar (Neemias 9:20); e poder para nos guiar.
Envolvimento na Criação. O Espírito Santo participou na formação de nosso mundo com o Pai e o Filho.
“No princípio criou Deus os céus e a terra… e o ESPÍRITO DE DEUS pairava sobre as águas”. Gênesis 1:1, 2. Edição Revista Almeida e Atualizada, 2a edição.
3. AS ATIVIDADES DO ESPÍRITO SANTO
(1) TRANSFORMA O CORAÇÃO HUMANO. Em Seu encontro com Nicodemos, Jesus enfatizou o papel do Espírito Santo em transformar o coração humano:
“Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito”. João 3:5
“Nascer do Espírito” significa que o Espírito nos dá a chance de recomeçar. É mais do que uma mudança de comportamento. O Espírito nos transforma de dentro para fora, cumprindo a promessa: “Darei a vocês um coração novo” (Ezequiel 36:26).
(2) NOS ALERTA SOBRE O FAZER O MAL E NOS DÁ UM DESEJO DE SANTIDADE:
“Quando Ele [o Espírito Santo] vier, CONVENCERÁ o mundo do PECADO, DA JUSTIÇA e do juízo”. João 16:8
Quando você ouve a história da transformação de uma pessoa que deixa um estilo de vida imoral e se volta para Deus, tornando-se assim um cônjuge fiel e um pai provedor, lembre-se de que cada passo dado na direção dessa completa transformação veio como resultado da motivação do Espírito Santo.
(3) NOS GUIA EM NOSSA VIDA CRISTÃ. Cristo fala diretamente a nós através da suave voz do Espírito.
“Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: ‘Este é o caminho, siga-o’”. Isaías 30:21
Através da transmissão por satélite, nossas TVs regularmente trazem imagens e rostos provenientes de um país estrangeiro até o centro de nossa própria sala de estar. O Espírito Santo age como um pequeno satélite de Deus, trazendo a presença de Cristo do céu à terra, aproximando-O de nós quando mais precisamos dEle. (João 14:15-20).
(4) AJUDA NOSSA VIDA DE ORAÇÃO.
“Não sabemos como orar, MAS O PRÓPRIO ESPÍRITO INTERCEDE POR NÓS com gemidos inexprimíveis”. Romanos 8:26, 27
Quando estamos lutando para encontrar as palavras certas, o Espírito está orando em nosso favor. Quando ficamos tão desencorajados que conseguimos apenas murmurar a Deus algumas palavras, o Espírito amplifica nosso débil clamor por ajuda e o transforma numa poderosa oração a ser apresentada diante do trono de Deus, onde Jesus agora ministra.
(5) DESENVOLVE QUALIDADES E CARÁTER CRISTÃOS. O Espírito transforma indivíduos espiritualmente estéreis em pessoas tão férteis como árvores que produzem todos os tipos de frutos:
“MAS O FRUTO DO ESPÍRITO é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”. Gálatas 5:22, 23
Ter o fruto do Espírito demonstra que estamos ligados à videira verdadeira, Jesus (João 15:5). Jesus, na verdade, pode viver Sua vida abundante através de nós pelo poder do Espírito.
(6) NOS PREPARA PARA TESTEMUNHAR. Jesus promete:
“MAS RECERÃO PODER quando o ESPÍRITO SANTO descer sobre vocês, e serão MINHAS TESTEMUNHAS… até os confins da terra”. Atos 1:8
Todos os que desejam podem se tornar testemunhas pelo Espírito. Talvez não tenhamos todas as respostas, mas o Espírito pode nos dar uma história para contar que toque corações e mentes. Os apóstolos tinham dificuldades de se comunicar antes do Pentecostes, mas depois que o Espírito desceu, eles proclamaram a Cristo com tanto poder que “transtornaram o mundo” (Atos 17:6, Almeida Revista e Atualizada, 2a edição).
4. OS DONS DO ESPÍRITO
As Escrituras fazem distinção entre o dom da presença do Espírito Santo, dado por Deus a todos os crentes para que tenham uma vida cristã vitoriosa, e os vários dons do Espírito distribuídos entre os crentes para que exerçam um ministério eficiente de diferentes maneiras.
“‘Quando Ele [Cristo] subiu em triunfo às alturas, levou cativos muitos prisioneiros, e DEU DONS aos homens’… E Ele designou alguns para APÓSTOLOS, outros para PROFETAS, outros para EVANGELISTAS, e outros para PASTORES e MESTRES, com o fim de preparar os SANTOS para a obra do ministério”. Efésios 4:8, 11, 12.
Os cristãos não recebem a totalidade dos dons; alguns recebem mais que outros; o Espírito os “distribui individualmente, a cada um, como quer”. (I Coríntios 12:11).
O Espírito capacita cada crente para desempenhar de maneira especial sua função no plano de Deus. Deus sabe quando e onde dar os dons para que Seu povo e Sua igreja sejam mais bem abençoados.
Outra lista de dons espirituais encontradas em 1 Coríntios 12:8-10 inclui sabedoria, conhecimento, fé, cura, profecia, falar em línguas diferentes, e a interpretação das línguas (versos 8-10).
Paulo nos aconselha a buscar “com dedicação os melhores dons”, e então acrescenta: “Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente”. (I Coríntios 12:31). O capítulo do amor (I Coríntios 13) que se segue a esse verso enfatiza que o “caminho mais excelente” é o caminho do amor. E o amor é fruto do Espírito (Gálatas 5:22).
Nossa preocupação deveria ser buscar o fruto do Espírito e então deixar que o Espírito distribua Seus dons entre nós como quiser (I Coríntios 12:11).
5. A ABUNDÂNCIA DO ESPÍRITO NO PENTECOSTES
No dia de Pentecostes, o Espírito foi derramado de maneira ilimitada, cumprindo a promessa de Jesus:
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas… até os confins da terra”. Atos 1:8
Naquele dia, o Espírito capacitou os apóstolos a comunicarem o evangelho de maneira clara no idioma das pessoas vindas “de todas as nações do mundo” (Atos 2:3-6).
Alguns estudiosos da Bíblia comparam a vinda do Espírito à temporada das chuvas do princípio do outono e no final da primavera na Palestina (Joel 2:23). O Espírito descendo no Pentecostes foi como a “chuva temporã” do outono, que fazia as sementes brotar e proveu nutrição vital para a igreja cristã em seus primórdios.
6. A CHUVA SERÔDIA DO ESPÍRITO
A profecia bíblica fala de um dia vindouro no qual o Espírito de Deus será derramado como abundantemente sobre a igreja, dando poder aos membros da igreja para testemunharem (Joel 2:28, 29). Séculos já se passaram e a história da salvação foi espalhada pela maior parte da terra. Agora é o tempo para a “chuva serôdia”, para amadurecer o grão, deixando-o pronto para a colheita.
À medida que a história ruma para o seu clímax, precedendo a segunda vinda de Cristo, Deus preparará cada crente sincero para céu através de um grande derramamento do Seu Espírito. Está você experimentando atualmente a “chuva temporã” que está preparando a igreja para a “chuva serôdia” do Espírito? Está você vivendo uma vida cheia do Espírito? À medida que você for recebendo poder do Espírito, está você disposto a deixar Deus usar você para comunicar as novas do Seu incrível amor e do Seu breve retorno?
7. CONDIÇÕES PARA RECEBER O ESPÍRITO SANTO
No Pentecostes, o Espírito Santo impulsionou aqueles que ouviram o evangelho a clamarem: “Irmãos, que faremos?” (Atos 2:37).
“Pedro respondeu: ‘ARREPENDAM-SE E cada um de vocês SEJA BATIZADO em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e RECEBERÃO O DOM DO ESPÍRITO SANTO”. Atos 2:38
Arrepender-se – deixar o caminho de uma vida pecaminosa e se voltar para Cristo – é uma condição para receber o dom do Espírito. Para ter o derramamento do Espírito em nossa vida, precisamos primeiramente nos arrepender e comprometer nossas vidas com Cristo. Jesus também enfatizou que o desejo de seguí-lO e obedecê-lO era uma condição para o recebimento do dom do Espírito Santo (João 14:15-17).
8. UMA VIDA CHEIA DO ESPÍRITO
Antes de deixar este mundo, Jesus deu as seguintes instruções a Seus seguidores:
“Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai… Pois João BATIZAVA COM ÁGUA, mas dentro de poucos dias vocês serão BATIZADOS COM O ESPÍRITO SANTO”. Atos 1:4, 5
Vez após outra as Escrituras indicam que o cristão deve ser “cheio do Espírito Santo” (Atos 2:4; 4:8; 4:31; 6:3; 7:55; 9:17; 13:9; 13:52; 19:6). O Espírito Santo dá realização e beleza à vida do cristão, pois viver uma vida cheia do Espírito atinge o ideal de Cristo para nós.
Ao descrever a vida cristã cheia do Espírito, Paulo fez a seguinte oração pelos crentes da igreja:
“Oro para que com as Suas gloriosas riquezas, ELE OS FORTALEÇA NO ÍNTIMO DO SEU SER COM PODER, POR MEIO DE SEU ESPÍRITO, para que Cristo habite no coração de vocês mediante a fé… Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, DE ACORDO COM O SEU PODER QUE ATUA EM NÓS”. Efésios 3:16, 17, 20.
Da mesma forma que Frank Morris, com seu cão guia Buddy, podemos, com a guia do Espírito Santo em nossa vida, fazer muito mais do que éramos capazes anteriormente. Com novos desejos e novas capacidades, somos capacitados a andar confiantemente para frente ao invés de apenas tentar lidar com os problemas da vida.
Essa experiência de ser cheio do Espírito é renovada a cada dia, através da oração e do estudo da Bíblia. A oração nos mantém em contato íntimo com Cristo, e estudar a Palavra de Deus nos mantém concentrados em Seus recursos. Isso quebra qualquer barreira entre nós e Cristo que possa evitar que Ele derrame sobre nós Seu incomparável dom do Espírito. É assim que crescemos e substituímos hábitos e atitudes maus por qualidades saudáveis.
Romanos 8 oferece uma descrição empolgante da vida cheia do Espírito. Leia esse capítulo quando você puder, e atente para a quantidade de vezes que Paulo aponta para o “Espírito” como a fonte do poder por trás da vida cristã.
Você já descobriu como é maravilhosa a vida cheia do Espírito? Está você consciente da presença do Espírito em sua vida? Está você experimentando Seu poder? Que você possa abrir sua vida ao maior poder do universo hoje mesmo.
Lição 11. Copyright © 2004 The Voice of Prophecy Radio Broadcast
Los Angeles, California, U.S.A.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O fato de não constar o nome ‘Trindade’ nas Escrituras não seria uma prova de que não existe o Espírito Santo ou a Trindade?


A resposta é não. O fato de o nome “trindade” não ser mencionado na Bíblia não prova a inexistência do Espírito Santo ou da própria Trindade.  “No livro Divino também não se encontram palavras como Bíblia, Milênio, Teocracia e outras que igualmente não repudiamos, porque o que se busca nas Escrituras são fatos e não nomenclatura”.
Também não são mencionadas palavras como “ascensão”, encarnação, doutrinas defendias todos os evangélicos. Não é por não constar tais nomes que não iremos crer na ascensão de Cristo ou em sua encarnação.
A existência do Espírito Santo é claramente expressa nas Escrituras (II Coríntios 13:13; Mateus 28:19; Gênesis 1:26, etc) e tal doutrina é fundamental para o cristão e o cristianismo. Negá-la seria o mesmo que negar o próprio Deus: “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?  Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. (Atos 5:3-4).

quarta-feira, 4 de abril de 2012

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terça-feira, 13 de março de 2012

Declarações de Ellen G. White sobre a Divindade do Espírito Santo



* “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus.”
Manuscrito 20, 1906.


* “O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Divindade, o Espírito Santo.
Special Testimonies, Serie A, No 10, 37.


* “Precisamos reconhecer que o Espírito Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus é uma pessoa, está andando por esses terrenos”
Manuscript 66, 1899 (From a talk to the students at the Avondale School).


* “O Espírito Santo é uma pessoa, pois dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus.”
Manuscript 20, 1906.


* "terceira pessoa da Divindade (falando do ‘divine Spirit’)”. The Signs of the Times, December 1, 1898; The Watchman, November 28, 1905.


* A expressão "terceira pessoa da Divindade” aparece em vários outros textos, como:
The Desire of Ages, 1898; The Ellen G. White 1888 Materials; e The Review and Herald, May 19, 1904.


* “Quando o povo de Deus busca as Escrituras com o desejo de saber o que é a verdade, Jesus está presente na pessoa de Seu representante, o Espírito Santo, reavivando os corações dos humildes e contritos (cita Jo 15:23, 10-11).”
Manuscript 158, 1898.


* “O mal tem se acumulado por séculos, e poderia ser restringido e resistido pelo forte poder do Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade, que viria não com energia modificada, mas na plenitude do divino poder.”
Letter 8, 1896, p. 1 (To "My Brethren in America" February 6, 1896); repetido em Special Testimonies for Ministers and Workers. -- No. 10, 1897; e The Review and Herald, November 19, 1908.

sábado, 3 de março de 2012

É o Espírito Santo um mero poder despersonalizado ou uma pessoa real?

Algumas pessoas têm grande dificuldade para entender o que a Bíblia diz a respeito da natureza do Espírito Santo. Isso se deve, em grande parte, ao fato de enfatizarem determinadas características deste Ser divino em detrimento de outras, e de não conseguirem conciliar os atributos da personalidade e da onipresença em um só Ser. Para elas, se o Espírito Santo é uma Pessoa, então Ele não pode estar em toda parte ao mesmo tempo; e, por outro lado, se Ele é onipresente, então não pode ser uma Pessoa. Baseados nessa pressuposição, chegam mesmo a crer que Deus Pai e Deus Filho, sendo Seres pessoais, só conseguem ser onipresentes através do Espírito Santo, que, por sua vez, não pode ser mais do que um mero poder despersonalizado.


Se o critério para se estabelecer a verdade é apenas a lógica humana, então o argumento acima até poderia ser considerado correto. Mas se analisarmos detidamente o que a Palavra de Deus nos diz a respeito do Espírito Santo, perceberemos que Ele é um Ser tanto onipresente como pessoal. Isso significa que a natureza do Espírito Santo é um mistério a respeito do qual a lógica humana deve se curvar diante da revelação divina.


Na Bíblia encontramos vários textos que confirmam a onipresença do Espírito Santo (ver Sl 139:7-12; Jo 14:16 e 17; 1 Co 3:16; 6:19). Além disso, existem pelo menos quatro importantes evidências bíblicas de que o Espírito Santo é também um Ser pessoal distinto do Pai e do Filho. Uma delas são as alusões à Divindade como composta de três Personalidades distintas. Por exemplo, no batismo de Jesus a voz do Pai foi ouvida do Céu, e o Espírito Santo desceu na forma de uma pomba (Lc 3:21-22). Tanto na fórmula batismal (Mt 28:19) quanto na bênção apostólica (2 Co 3:13) as três Pessoas são mencionadas de forma distinta.


Outra evidência da personalidade do Espírito Santo é o fato de Cristo referir-Se a Ele em João 14:16 como “outro Consolador” (grego állon parácleton) que seria enviado pelo Pai em nome de Cristo (Jo 14:26). Se o Espírito Santo fosse o próprio Pai, como alegam alguns, como poderia o Pai enviar-Se a Si mesmo? Referindo-Se ao Espírito Santo como “Consolador”, Cristo usa o mesmo termo grego parácleton que é traduzido em 1 João 2:1 como “Advogado”. Assim como este “Advogado” (Cristo) está “junto ao Pai”, sem ser o próprio Pai, também aquele “Consolador” (o Espírito Santo) é qualificado como “outro Consolador”, enviado pelo Pai sem ser o próprio Pai.


Uma terceira evidência de que o Espírito Santo é um Ser divino encontra-se nos vários textos que O associam a várias características de uma personalidade distinta dentro da Divindade. Por exemplo, Ele “a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1 Co 2:10); Ele derrama o amor de Deus em nosso coração (Rm 5:5); Ele distribui os dons espirituais a cada um “como Lhe apraz” (1 Co 12:11); e Ele pode ser entristecido (Ef 4:30).


Além disso, a Bíblia declara também que o Espírito Santo “intercede por nós” diante do Pai “com gemidos inexprimíveis” (Rm 8:26). Como poderia o Espírito Santo interceder diante do Pai se Ele mesmo fosse o Pai? A fim de perscrutar “as profundezas de Deus”, o Espírito Santo precisa ser plenamente Deus; e para interceder com o Pai, o Espírito Santo precisa ter uma Personalidade distinta do Pai.


Cremos, portanto, no testemunho bíblico de que o Espírito Santo é um Ser plenamente divino, onipresente e pessoal.


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, março/abril de 2003, p. 30.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Espírito Santo: Quem? Como? Por quê?

Nota TP: "A Unção e Fogo do Espírito Santo", cada vez mais queridos leitores a obra do malígno tem levado a muitos sinceros cristãos ao délírio, fanatísmo, desordens espirituais em suas vidas. E isso põe em cheque a Sã Palavra de Deus em evidência no mundo tão decaído, levando aos "racionais", minimalistas, ateus, céticos e outros a terem mais munição contra esse tipo de "AVIVAMENTO ESPIRITUAL" no cenário religioso.


Alguns falsos mestres, patores, cristãos, presbíteros, ministros e etc, aproveitam essa "onda, moda" de prosperidade, batismo com fogo, dons de línguas, curas, milagres, cola do espírito santo e por ai vai... Para fazerem MKT de suas próprias denominações, encadeando com isso até o Santo Dízimo de Deus e fazendo comércio do mesmo, perdendo o seu valor e compreensão vital na escalada espiritual do ser humano.


Segue um vídeo com este tipo de movimento e logo abaixo um belíssimo exclarecimento à Luz da Palavra de Deus. Peço que antes de lerem, orem à Cristo pedido ao Pai exclarecimento correta sobre este assunto que Ele o dará. Amém!

Por Alberto R. Timm
Professor de Teologia e diretor do Centro de Pesquisas
Ellen G. White e do Centro Nacional da Memória Adventista

A obra fundamental do Espírito Santo no mundo é chamar os pecadores ao arrependimento e conduzi-los à salvação em Cristo. Sua missão individual é bem descrita nas palavras: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo.” (Apoc. 3:20). E o conselho divino é: “Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações...” (Heb. 3:15).

Cristo afirmou que o Espírito Santo viria para O glorificar (João 16:14), e para convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). Estes são aspectos cruciais da salvação; pois a consciência da pecaminosidade própria é indispensável para a aceitação da justiça de Cristo que, por sua vez, é o único meio pelo qual podemos ser provados no juízo divino. E o Espírito Santo é também o agente regenerador (Tito 3:5) que torna eficaz o sacrifício de Cristo na vida do crente.

Outro aspecto da Sua missão aparece na declaração de Cristo: “Quando vier, porém, ‘o Espírito da verdade’, Ele vos guiará a toda a verdade” (João 16:13). “O Espírito é chamado ‘o Espírito da verdade’, pois sua obra é guiar os seguidores de Jesus ‘a toda a verdade’. Enquanto os diaspassam, o Espírito os guiará mais e mais profundamente no conhecimento da verdade.”

1 Esta é uma obra de santificação, pela qual o próprio Cristo orou em Sua oração sacerdotal: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17:17). E o salmista acrescenta: “A Tua Lei é a própria verdade” (Salmo 119:142). Foi o Espírito Santo quem inspirou as Sagradas Escrituras e é Sua missão guiar a vida dos seguidores de Cristo em conformidade com a Palavra de Deus e com a Sua Lei, tornando-os mais semelhantes a Cristo, que é a Verdade personificada (João 14:6). 

O Espírito Santo não iniciou Sua obra por ocasião do Pentecostes. Desde Gênesis 1:2, Ele é inúmeras vezes mencionado no Antigo Testamento. Deus já prometera aos israelitas após o êxodo: “O Meu Espírito habitará no meio de vós” (Ageu 2:5). E, mesmo antes do Pentecostes, Cristo afirmou a Seus discípulos: “o Espírito da verdade... habita convosco e está em vós” (João 14:17).

A obra especial do Espírito Santo

A Bíblia menciona também uma obra especial do espírito Santo entre os crentes, e é a esta obra que Cristo Se referiu ao prometer a Seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis Minhas testemunhas...” (Atos 1:8). 

Portanto a obra especial do Espírito Santo significa uma capacitação especial dos crentes para a proclamação do evangelho. À semelhança da obra universal do Espírito Santo quanto à salvação, também esta obra é de natureza cristológica – Cristo disse que eles receberiam poder para serem Suas testemunhas!
O apóstolo São Paulo denomina essa capacitação especial de “dons espirituais” (I Cor. 12:1), e acrescenta que esses dons não são concedidos sem motivo, mas “visando um fim proveitoso (I Cor. 12:7), e que este fim é o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do Seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efé. 4:12).

O exemplo clássico desta capacitação especial para testemunhar de Cristo é o dom de línguas que os discípulos receberam no Pentecostes. Nesta ocasião, estavam em Jerusalém pessoas das mais diversas nacionalidades (Atos 2:5, 9-11), as quais, ao ouvirem o testemunho dos discípulos serlhes dado na sua “própria língua materna” (Atos 2:8), maravilharam-se profundamente; e o resultado para a igreja cristã foi um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (Atos 2:41). 

Portanto a manifestação do dom de línguas no Pentecostes não tinha um fim em si mesmo, para a satisfação e orgulho pessoal dos apóstolos, mas sim um objetivo evangelístico. E o próprio apóstolo São Paulo esclarece ainda mais este assunto ao dizer que as línguas constituem umsinal, não para os crentes, mas para os incrédulos” (I Cor. 14:22), e ele acrescenta: “Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua” (I Cor. 14:19). 

A Bíblia afirma ainda que “os dons são vários, mas o Espírito é o mesmo” (I Cor. 12:4), e que esses dons são concedidos a cada um individualmente, segundo apraz ao Espírito Santo (I Cor. 12:11). 

Portanto não é o indivíduo que escolhe os dons que deseja possuir, pois isso cabe ao espírito Santo. 

A Parábola dos Talentos, em São Mateus 25:14-30, ilustra bem esse princípio. 

Condições para o recebimento do Espírito Santo

Uma vez que a iniciativa da nossa salvação é divina (Apoc. 3:20), a parte que nos corresponde para o recebimento do Espírito Santo é simplesmente aceitarmos o Seu convite; pois é Ele quem efetua em nós “tanto o querer como o realizar” (Filip. 2:13). Todos os impulsos de nossa parte para aceitarmos a salvação, são por ele motivados; porém cabe a nós a decisão de os aceitar ou de os rejeitar. Mas “a todos os que aceitam a Cristo como o Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como Consolador, Santificador, Guia e Testemunha”.

A Bíblia menciona, entretanto, algumas condições para o Espírito Santo permanecer em nós e capacitar-nos com um poder especial para sermos testemunhas de Cristo. Em primeiro lugar, é necessário arrepender-nos dos nossos pecados: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2:38). Em segundo lugar, é necessário crermos: “a fim de que recebêssemos pela fé o espírito prometido” (Gál. 3:14). Em terceiro lugar, é necessário que obedeçamos toda a vontade de Deus como expressa em Sua Palavra: “... o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que Lhe obedecem” (Atos 5:32). “Se Me amais, guardareis os Meus mandamentos. E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará um outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João 14:16). 

“Darvos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro em vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis” (Ezeq.36:26 e 27). Em quarto lugar, é necessário que perseveremos em oração: “... o Pai celestial dará o espírito Santo àqueles que Lho pedirem” (Luc. 11:13). “Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus” (Atos 4:31). Mas mesmo a nossa oração deve ser sempre submetida à vontade de Deus: “Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu” (Mat. 6:10). 

Biblicamente o batismo em nome de Cristo e do Espírito Santo são simultâneos. Assim como Cristo recebeu a unção do Espírito Santo por ocasião do Seu batismo por João Batista (Mar. 1:10), todos aqueles que aceitarem as boas novas da salvação devem ser batizados ao mesmo tempo “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mat. 28:19). 

Cada cristão deve buscar com profundo ardor e insistência diariamente o poder regenerador e santificador do Espírito Santo na vida; porém a escolha dos dons espirituais” não lhe cabe decidir, pois isto pertence à vontade do Espírito santo, de acordo com as necessidades e conveniências (I Cor. 12:11). É por este motivo que Cristo condena a busca de milagres, ao declarar que “uma geração má e adúltera pede um sinal” (Mat.16:4). E em Seu diálogo com Tomé, Cristo valoriza a fé sem milagres, ao afirmar: “Porque viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29).

Evidências do recebimento do Espírito Santo
 
Muito embora um cristão que seja cheio do Espírito Santo possa receber poder para operar milagres, como ocorreu com os apóstolos por ocasião do Pentecostes, não é esta a evidência decisiva de alguém possuir o Espírito Santo na vida. 

Cristo, com o Seu olhar profético, declarou que nos últimos dias surgiria um grande movimento de simulação da verdadeira obra do Espírito Santo: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível os próprios eleitos” (Mat. 24:24). E Ele acrescenta: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor! porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade” (Mat. 7:21-23). 

A experiência ocorrida no Egito, quando os sábios de Faraó simularam os milagres que o Senhor operara através de Moisés e Arão (Êxo. 7:11), repetir-se-ia nos últimos dias (II Tes. 2:9-11). 

É por essa razão que o próprio Espírito Santo inspirou o apóstolo João a alertar os crentes a esse respeito: “Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (I João 4:1). E a Bíblia acrescenta: “ À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva” (Isaías 8:20).

E ela ainda adverte que os sensuais... não têm o Espírito” (Jud. 19). 

Mas qual é a verdadeira evidência de que alguém possui o Espírito Santo? 

Na verdade, a evidência da presença do Espírito Santo na vida de uma pessoa “é tão ampla quanto a Sua obra”. 3 

Cristo disse que “pelos seus frutos os conhecereis” (Mat. 7:20), e o apóstolo São Paulo acrescenta que “o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gál. 5:22 e 23). Portanto a evidência concreta é o fato de sua vida ter sido transformada de acordo com o padrão divino, procurando conhecer e viver em conformidade com “toda a verdade”, pois esta é a obra do espírito Santo. Jesus disse que os que entrarão no reino do Céus são aqueles que fazem a vontade de Deus (Mat. 7:21). 

A Bíblia declara que João Batista era “cheio do Espírito Santo” (Luc. 1:15), mas “não fez nenhum sinal, porém tudo quanto disse a respeito dEste era verdade” (João 10:41). 

E isto foi suficiente para Cristo afirmar que “entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João” (Luc. 7:28). 

Muito embora a obra universal do Espírito Santo seja universalmente a mesma, não podemos generalizar a Sua obra especial no vida dos crentes. Como “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo” (I Cor. 12:4), e esses dons são distribuídos pelo Espírito a cada um, “como Lhe apraz” (I Cor. 12:11); o fato de um genuíno cristão viver em plena conformidade com a vontade de Deus, mas não possuir determinado dom, não é evidência de que ele não seja cheio do Espírito Santo. 

Por outro lado, o próprio fato de alguém vangloriar-se de possuir determinado dom que outra pessoa não possui, é evidência clara de que ele não está sendo guiado pelo Espírito Santo (Gál. 5:25 e 26). Na verdade “todos quanto anseiam ter semelhança de caráter com Deus, serão satisfeitos. O Espírito Santo nunca deixa sem assistência a alma que está olhando a Cristo. ...Se o olhar se mantiver fixo em Jesus, a obra do Espírito não cessa, até que a alma esteja conforme a Sua imagem”.

E “não há limites à utilidade de uma pessoa que, pondo de parte o próprio eu, oferece margem à operação do Espírito Santo na alma, e vive uma vida de inteira consagração a Deus”. 5


Referências:
1. Leon Morris, The Gospel According to John. (Grand Rapids: Michigan, Wm. B. Eerdmans Publ.
Co., 1979), p. 700.
2. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 49.
3. Wilson H. Endruweit, Movimento Carismático. Um Estudo Exegético e Teológico de Suas
Principais Características. (São Paulo, Instituto Adventista de Ensino, 1977), p. 27.
4. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações. p. 285.
5. Ibid., p. 227.



Fonte: Eventos Finais 

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