segunda-feira, 18 de junho de 2018

5 dicas para ensinar seu filho ou sua filha a amar o próprio gênero



Teorias famosas

O Universo originou-se de uma descomunal explosão, conhecida como Big Bang. O petróleo e o gás natural são combustíveis fósseis. Estas são provavelmente as duas teorias científicas mais disseminadas, de maior conhecimento do público e algumas das que alcançaram maior sucesso em toda a história da ciência.

Elas são tão populares que é fácil esquecer que são exatamente isto – teorias científicas, e não descrições de fatos testemunhados pela história. Mesmo porque as duas oferecem explicações para eventos que se sucederam muito antes do surgimento do homem na Terra.

Teoria dos combustíveis fósseis

Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceita atualmente sobre a origem do petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

A criação das plantas


A criação das plantas ocorreu no terceiro dia da criação, e foi algo bem simples. Deus ordenou e a Terra se encheu de vegetação. Essa narrativa simples tem despertado a curiosidade de muitos leitores e tem deixado detalhes interessantes sobre como isso ocorreu. O texto bíblico nos diz o seguinte: “Então disse Deus: ‘Cubra-se a terra de vegetação: plantas que deem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies.’ E assim foi. A terra fez brotar a vegetação: plantas que dão sementes de acordo com as suas espécies, e árvores cujos frutos produzem sementes de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom” (Gênesis 1:11,12, Nova Versão Internacional).

Sabemos que o autor do livro de Gênesis não tinha intenção de classificar taxonomicamente toda a diversidade de flora e fauna criadas por Deus. A classificação se deu de forma muito simples e seguindo a limitação do autor. Podemos notar que temos três tipos de plantas criadas: A erva verde (דֶּ֔שֶׁא deshe), a erva que dê semente (עֵ֚שֶׂב eseb) e as árvores frutíferas (עֵ֣ץ פְּרִ֞י ets peri). O autor descreveu a vegetação rasteira em geral, as árvores e as árvores frutíferas resumidamente. 

Essa ordem criativa já nos desperta uma curiosidade tremenda do que aconteceu. Por uma dessas “coincidências” comuns no livro de Gênesis, temos na criação das plantas a mesma ordem em que as plantas teriam surgido segundo a teoria da evolução: Briófitas, Gimnospermas e Angiospermas. Esse detalhe faz com o texto bíblico tenha crédito até entre os mais céticos.

Na história evolutiva das plantas, sabemos que as “primeiras sementes” apareceram durante o Devoniano superior, o que tornou as plantas que as produziam independentes da umidade. Mas só no período Carbonífero é que podemos verificar melhor o surgimento dessas estruturas. Isso ocorreu, segundo a cronologia evolutiva, há 300 milhões de anos.[1]

Porém, o registro fóssil nos mostra alguns detalhes que não conferem com essa informação. Encontramos a pteridospermatophyta, uma ordem extinta de samambaias com sementes. Isso demonstra que houve uma “involução”, pois hoje sabemos que as samambaias não têm sementes. Criacionistas sustentam que as espécies primordiais de plantas foram criadas prontas e após isso houve diversificação. O relato evolutivo e criacionista se confunde nesse desenvolvimento, pois, apesar de os surgimentos serem contraditórios, a microevolução posterior se seguiu normalmente com todas as espécies se adaptando nas regiões a que foram chegando após o dilúvio.

Porém, no segundo capítulo de Gênesis, temos algo intrigante. O texto diz o seguinte: “Ainda não tinha brotado nenhum arbusto no campo, e nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda não tinha feito chover sobre a terra, e também não havia homem para cultivar o solo” (Gênesis 2:5, Nova Versão Internacional). Se as plantas foram criadas no terceiro dia, como o autor diz que nada havia brotado? 


Em Gênesis 2:5, não encontramos as três classes criadas anteriormente (deshe, eseb e ets peri), o que nos faz entender que aqui não se trata da criação das plantas. O texto fala claramente que por causa da chuva, e por falta de pessoas para cultivar o solo, essa planta não podia crescer. Que planta é essa que foi traduzida como “arbusto”, e em outras versões como “planta do campo” ou “planta da terra”? É bem simples a resposta, que já está implícita no texto. Esse trecho se refere à agricultura. As palavras sadeh (הַשָּׂדֶ֗ה)  e  siach (שִׂ֣יחַ) Indicam que é um campo cultivado, um espaço reservado para o plantio. Ou seja, no capítulo 1 Deus criou as plantas e no capítulo 2 temos o relato do ato de cultivar essas plantas.


Então, concluímos que não há contradição entre os capítulos 1 e 2 de Gênesis. A narrativa e o texto original em hebraico nos fazem entender que os trechos são coisas distintas. Que a criação das plantas de forma resumida e simples se deu no capítulo primeiro e o começo da agricultura se deu no segundo capítulo.

Nas próximas postagens abordaremos detalhes de como essas plantas puderam se espalhar por todo o globo; e também falaremos do conceito das plantas no relato bíblico. Será que havia o ciclo biológico antes da queda do homem? Havia “morte” celular antes do pecado? Qual o papel das plantas nesse contexto?

REFERÊNCIAS

[1] SIMPSON, M.G. 2010. Plant Systematics. 7ª ed. London: Elsevier Academic Press.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

A Busca por Inteligência Extraterrestre

(Doutor em Física pela Universidade de São Paulo) ensina ciências no UNASP — Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil. E-mail:  utakatohi@ig.com.br

A busca por inteligência extraterrestre (SETI – Search for Extraterrestrial Intelligence) envolve numerosos projetos. Todos eles objetivam encontrar evidências de inteligência extraterrestre através de sinais de rádio vindos do espaço. O primeiro desses projetos foi levado a efeito em 1960 pelo astrônomo Frank Drake, atual diretor do SETI Institute. O principal projeto do instituto recebeu o nome de Phoenix, com um orçamento anual de 4 a 5 milhões de dólares. O projeto utiliza grandes radiotelescópios para captar sinais provenientes de estrelas semelhantes ao Sol, que estejam a menos de 200 anos-luz de distância. Além do SETI Institute, outras instituições de pesquisa trabalham em projetos similares; são elas: SERENDIP (Search for Extraterrestrial Radio Emissions from Nearby Developed Intelligent Populations); SETI@Home da Universidade da Califórnia, Berkeley; Southern SERENDIP, na Austrália; Harvard SETI Group e outros. 1
Por que os cientistas envidam todos os esforços nesse tipo de atividade? Uma rápida olhada na história do pensamento humano pode ajudar-nos a entender a questão. Até o século XIX, a maior parte do mundo cristão cria que o cosmos e tudo o que nele há eram resultado da criação divina. Os cientistas davam pouca atenção a questões sobre a origem do universo e da vida.
Entretanto, a partir do século XVII, os cientistas descobriram processos regulares na Natureza, que podiam ser explicados por meio de leis abrangentes, algumas vezes expressas na linguagem precisa da matemática. Essas leis naturais e suas teorias permitiam fazer predições de fenômenos, e promover o desenvolvimento de tecnologias que possibilitavam até o controle da própria Natureza. Como resultado, em meados do século XIX, fortaleceu-se a ideia de que a figura de um Deus Criador era desnecessária para explicar os fenômenos naturais. O cosmos se tornou a realidade fundamental. Nessa cosmovisão denominada naturalismo ou materialismo, a busca por uma explicação sobre a origem de tudo, sem menção de um Criador, constituía-se uma necessidade lógica.
A procura pelas origens resultou na teoria da diversidade biológica e levou, em 1859, à publicação do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin. Na mesma época, Pasteur abordou experimentalmente a questão da origem da vida, demonstrando que as velhas idéias sobre geração espontânea eram falhas. Porém, a cosmovisão naturalista requer que a vida tenha surgido de combinações não dirigidas de matéria, seguindo apenas as leis da física e da química, sem a intervenção de um agente criativo inteligente. Ernst Haeckel, um biólogo alemão, e Thomas H. Huxley, partidário de Darwin, entendiam que o processo de origem da vida era simples, pois não conheciam detalhes da estrutura das células vivas.
Apesar do otimismo inicial, nenhuma teoria adequada sobre a origem da vida foi desenvolvida até agora, e os livros didáticos de biologia ainda citam as hipóteses do bioquímico russo Oparin (c. 1930), e os experimentos de Stanley Miller, da Universidade de Chicago (1952), como progressos nessa direção.
Apesar dessas experiências terem falhado na tentativa de explicar a origem natural da vida, as suposições naturalistas ou materialistas defendem a ideia de que a vida surgiu sem a intervenção de um Deus inteligente. Considerando a teoria em voga sobre a origem do Universo e da Terra, o surgimento da vida no planeta ocorreu de forma bastante rápida. (Segundo essa teoria, a idade do Universo é de 10 a 20 bilhões de anos. A crosta terrestre teria 4,5 bilhões de anos e a vida surgiu há cerca de três bilhões de anos). Considerando a existência de um número estimativo de 400 bilhões de estrelas em nossa galáxia, e de cerca de 100 bilhões de galáxias no Universo, é razoável supor que muitas dessas estrelas possam ter em seus sistemas planetas semelhantes à Terra, nos quais a vida tenha se desenvolvido como ocorreu em nosso mundo, resultando em civilizações tecnológicas capazes de transmitir mensagens de rádio. Esse arrazoado, com base numa cosmovisão naturalista, é a motivação por trás dos projetos SETI.

A metodologia
Os diversos projetos SETI procuram sinais de rádio de banda estreita com freqüência definida, como os sinais de nossas estações de rádio e TV. As fontes naturais de ondas de rádio vindas do espaço geralmente produzem sinais de banda larga, enquanto que os transmissores de rádio e TV apresentam freqüência específica. Fazendo uma analogia com as ondas sonoras, uma estação de rádio ou TV emite uma nota simples como o som de uma flauta, enquanto que as fontes de rádio naturais produzem um som semelhante ao de uma cachoeira. 
Espera-se que extraterrestres inteligentes construam transmissores de rádios semelhantes aos nossos. Também se espera que algum ser inteligente, que deseje transmitir ondas eletromagnéticas através do espaço, use uma freqüência de cerca de 1420MHz. 2
Se um sinal com essas características for detectado, é necessário verificar se ele não provém de fonte humana, como ocorre com os radares ou os satélites de comunicação.
Se um sinal apropriado for detectado, o próximo passo será verificar se há nele alguma evidência semelhante às ondas de radio ou TV. É possível introduzir informação numa onda eletromagnética, mediante pequenas variações intencionais (modulações) em sua freqüência ou amplitude. Os projetos atuais estão operando apenas na busca de um sinal adequado. A procura por uma mensagem num sinal, caso seja encontrada, irá necessitar de nova instrumentação.
Outra questão diz respeito à possibilidade da compreensão da mensagem. Se os extraterrestres são capazes de transmitir sinais de rádio, provavelmente compreendem os princípios básicos da ciência e da matemática, e os utilizam na elaboração de uma linguagem comum.
Desde o início das pesquisas de Frank Drake, há 40 anos, nenhum sinal convincente foi detectado.

O sucesso na ficção
Carl Sagan, entusiástico divulgador da ciência e professor de astronomia e ciência espacial da Universidade de Cornell, escreveu um romance intitulado Contato. 3 A história descreve os problemas que os cientistas enfrentam a fim de obter fundos para suas pesquisas, e sugere a detecção de um sinal de rádio com os atributos exigíveis, proveniente de Vega, uma estrela da constelação de Lira distante 26 anos-luz da Terra. O descobridor percebe que o sinal está transmitindo uma longa seqüência de números primos. Como não se conhece nenhum fenômeno natural gerador de sinais com estrutura tão complexa e específica como uma seqüência de números primos, os cientistas desse relato ficcionista se convenceram de que a transmissão vinha de uma fonte inteligente.
Mas como distinguir se um sinal provém de uma fonte natural ou é devido ao desígnio de um ser inteligente? A melhor evidência de que algum efeito foi tencionado por uma inteligência é sua complexidade especificada. 4 Para compreender o que é complexidade especificada, considere o seguinte exemplo:
A sequência com os dois primeiros caracteres romanos AB é especificada, mas não complexa. 
Uma seqüência aleatória com 40 caracteres como: GIVJFJMUUDWQCN TQVTNVXYALZFHMBHULVCXRTPF é complexa, mas não especificada.
Entretanto, a seqüência BUSCA POR INTELIGÊNCIA EXTRATERRESTRE é complexa e especificada.
Pode-se ver a diferença pela determinação da probabilidade de obter cada seqüência escolhendo caracteres por casualidade. Como cada posição na seqüência tem 27 opções (26 caracteres mais o espaço em branco), pode ser obtido um total de 729 (27 x 27) sequências com dois caracteres. A seqüência especificada com dois caracteres é uma em 729 sequências. Por outro lado há 2740 (= 1,797x1057) sequências diferentes com 40 caracteres (o número 1,797x1057 é equivalente a 1.797 seguido de 54 zeros). Esse número é tão grande que dificilmente poderíamos entender seu significado. É 600 vezes maior do que a soma de todos prótons e nêutrons que constituem o planeta Terra. Assim, uma seqüência específica composta de 40 caracteres alfabéticos é uma em 1,797x1057 sequências. É praticamente impossível obter uma seqüência específica com esse tamanho, pela escolha aleatória de caracteres. Sabemos por experiência que sequências complexas específicas são o resultado de um desígnio inteligente. 
Em suma, a busca por inteligência extraterrestre procura ondas de rádio com características semelhantes às produzidas por transmissores construídos pelos homens. Se um sinal assim for detectado, o próximo passo será investigar se há complexidade especificada nele. Em outras palavras, os cientistas estão procurando alguma transmissão de rádio extraterrestre que possa, sem dúvida, ser reconhecida como produto de uma mente inteligente.

O sucesso não reconhecido
Um grande progresso foi verificado na ciência biológica na segunda metade do século XX. Detalhes antes inimagináveis com respeito à estrutura e funcionamento da célula foram descobertos em nível molecular. 
Uma dessas descobertas é a molécula do ADN: a chave para o armazenamento e transferência do material genético.
As moléculas do ADN possuem duas cadeias complementares de quatro constituintes diferentes, chamados de bases ou nucleotídeos, que aqui representamos por A, G, C e T. (Não faremos uso de toda a terminologia biológica usual.) Uma cadeia de símbolos pode ser usada para transmitir uma mensagem como num texto escrito. Alguém poderá perguntar se é possível ter uma linguagem escrita com apenas quatro símbolos.
Na realidade, necessitamos apenas de dois símbolos para armazenar dados escritos. Toda codificação nos computadores é feita com cadeias de dois símbolos: 1 e 0. O texto que você está lendo foi originalmente composto com o uso de um computador e quase 100 diferentes símbolos gráficos. Como se consegue isso?
As cadeias de 1 e 0 são agrupadas de oito em oito. Como para cada posição das oito há duas escolhas, 256 (2x2x2x2x2x2x2x2) símbolos diferentes podem ser codificados com cadeias de dois símbolos, em grupos de oito, como no exemplo abaixo:
11001010 01010010 10001011
11101101 01000101 10110111
No ADN ocorre algo semelhante. Quatro símbolos diversos, organizados em grupos de três, podem definir 64 (4x4x4) “caracteres” diferentes.
Quantas bases há no ADN para codificar toda informação genética de um ser vivo? O número de bases varia em cada espécie. Uma bactéria simples como a M. genitalium tem 580.000 bases em seu ADN. A bactéria E. coli possui sequências com 4.670.000 bases. A Drosophila, mosca-das-frutas, tem cerca de 165.000.000 bases. Os seres humanos possuem sequências de ADN num total aproximado de três bilhões de bases. 5 O número de sequências diferentes que podem ser criadas com 580.000 bases é gigantesco e difícil de ser entendido. Pode ser escrito como 4580.000 = 6,2 x 10349.194. Para escrever esse número como uma seqüência de numerais arábicos são necessários 349.195 dígitos. Levando-se em conta que um grupo de três bases representa um caractere no alfabeto biológico, com seus 64 símbolos possíveis a informação genética da M. genitalium é equivalente a um texto com 193.000 caracteres. A matéria que você está lendo tem pouco mais de 11.000 letras. A informação genética de um ser humano, com seus três bilhões de bases, seria capaz de formar um texto com um bilhão de caracteres. Isso equivale a cerca de 100.000 textos semelhantes a este. Mesmo considerando que apenas cerca de 5% dos três bilhões de bases sejam responsáveis pela codificação das proteínas, a quantidade de informação é estonteante.
O que está “escrito” nesses “textos” de informação genética dos seres vivos? Sabemos que ela inclui todas instruções necessárias para o funcionamento de um ser vivo, embora ainda não tenhamos compreendido plenamente seu complexo maquinário bioquímico.

De onde veio toda essa informação?
Considere o ensaio que você está lendo. Ele foi produzido por uma inteligência; nesse caso, um ser humano. Ninguém pode dizer ou imaginar que algum dispositivo automático escolheu as letras ao acaso para compô-lo, ou que haja um mecanismo natural que possa colocar as letras em seus lugares corretos. O texto é suficientemente complexo e especifico para tornar irracional a pressuposição de que ele apareceu por acaso, ou mediante causa natural não-dirigida.
Se isso ocorre num simples ensaio como este, quanto mais com a informação genética, muito mais complexa e especifica do que este texto? Ela deve ser, portanto, atribuída apenas a uma fonte inteligente. Se essa agência inteligente não pode ser encontrada na Terra, deve ser extraterrestre. A biologia e a bioquímica, na segunda metade do século XX, em sua busca para compreender as bases moleculares da vida, descobriu evidências claras da existência de inteligência extraterrestre. Porém, o pensamento naturalista está tão arraigado em nossa cultura, que esse feito não é comemorado na comunidade científica.
Mas não é necessário todo esse conhecimento para se chegar a essa conclusão. Há muito tempo, antes do desenvolvimento da ciência moderna, Davi escreveu acerca do Deus Criador: “Pois Tu formaste o meu interior, Tu me teceste no seio de minha mãe. Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Salmo 139:13, 14, RA).

Notas e referências
  1. Ver SETI Institute, na at http://www.setiinst. edu/Welcome.html; What is SETI? na http://seti.uws.edu.au/main/what.htm; SETI FAQ, na http://www.space.com/ searchforlife/seti_faq.html; Harvard
  2. F. Drake, Contemporary Radio Searches for Extraterrestrial Intelligence. Na http:// www.seti-inst.edu/science/ contemporary_radio.html
  3. C. Sagan, Contact: A novel (New York: Simon and Schuster, 1985); Mass Market Paperback, 1997).
  4. A expressão “complexidade especificada” foi introduzida por William A. Dembski em The Design Inference (Cambridge University Press, 1998).
  5. Ver Functional and Comparative Genomics Fact Sheet, na http:// www.ornl.gov/hgmis/faq/compgen.html

sábado, 9 de junho de 2018

Zoom para o buraco negro estelar NGC 300 X-1



Os astrônomos que utilizam o Very Large Telescope (VLT) do ESO detectaram um buraco negro de massa estelar muito mais distante do que qualquer outro anteriormente conhecido. Com uma massa vinte vezes maior que a do Sol, este também é o segundo buraco negro de massa estelar mais massivo já encontrado. O buraco negro recém-anunciado está em uma galáxia espiral chamada NGC 300, a seis milhões de anos-luz da Terra.

Este vídeo amplia a posição do sistema que contém o buraco negro de massa estelar e termina com a impressão de um artista do sistema.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Existência de água antes da semana da Criação?

Muitos leitores nos têm enviado perguntas relacionadas a dúvidas sobre se o Universo é jovem ou antigo. Algumas dessas questões foram selecionadas e serão respondidas por um de nossos editora da Origem em Revista. A missão foi designada, é claro, para o nosso astrofísico Eduardo Lütz, palestrante oficial da Sociedade Criacionista Brasileira.

Gênesis 1:2 menciona a existência de água líquida antes da semana da criação. A presença de água nesse estado dependeria da existência de fótons?

Exegeticamente, existe a possibilidade de que essa água tenha sido criada juntamente com o planeta no primeiro dia da semana de Gênesis 1, embora não pareça possível provar isso. Isso nos leva à questão: Qual a implicação da existência de água (mencionada no verso 2) antes do “haja luz” (verso 3)? A água, como qualquer outra substância, é feita de moléculas. Moléculas são feitas de átomos conectados por forças eletromagnéticas. A própria estrutura do átomo existe por causa de forças eletromagnéticas, pois é esse tipo de interação que mantém a eletrosfera (nuvem eletrônica) presa ao núcleo do átomo. As interações eletromagnéticas consistem em fótons virtuais e reais. Não existem interações eletromagnéticas sem fótons. Sem interações eletromagnéticas, não há átomos, nem moléculas, nem matéria como a conhecemos.

Em outras palavras, sem fótons não existe água. Uma implicação imediata disso é que “haja luz” não pode significar criação de fótons pela primeira vez no Universo, como alguns interpretam. De fato, os versos seguintes esclarecem que o assunto é o ciclo noite-dia, ou seja, o ajuste de período de rotação da Terra, não a criação de luz no Universo.
Ainda que gênesis estivesse se referindo a água em sua forma sólida, água depende de fótons para existir, independentemente de ser líquida, sólida ou qualquer outro estado que se imagine ou venha a ser descoberto desde que ainda possa ser chamado de água.

Esses fótons não teriam vindo da glória de Deus antes do “haja luz”?

Fótons existem em um nível muito fundamental. São criados e destruídos continuamente pelo próprio vácuo (espaço-tempo). E a criação do espaço-tempo causa a criação de uma tremenda quantidade de fótons que inunda o Universo em uma fração ínfima de segundo após a criação do espaço-tempo e antes de a coalescência dessa energia toda poder formar a matéria. Não há como haver matéria sem antes ter sido criada a luz.

A glória de Deus ao Se manifestar no Universo inclui fótons, entre outras coisas, segundo as descrições bíblicas. Mas é a criação do espaço-tempo que induz a criação de energia, que excita o vácuo, que produz partículas, incluindo fótons. E isso teria ocorrido antes.

O “haja luz” significa “haja dia”, referindo-se ao ajuste do período de rotação da Terra, conforme explicam os versos seguintes. Quando Deus disse “haja luz”, já havia até pessoas vivendo no Universo (Jó 38:7, por exemplo). Sem fótons, essas pessoas não existiriam ou, se fosse possível existirem, viveriam em trevas. Resumindo: não existe matéria sem fótons, mas já existia água antes do “haja luz”; logo, “haja luz” não pode ser a criação de fótons que ocorreu logo após a criação do Universo. Essa criação original de fótons precedeu à criação da matéria como a conhecemos.

Seria possível a glória de Deus, e não um sistema solar já pronto, ser a fonte de fótons que mantivesse a água preexistente no estado líquido (Gn 1:2) antes da semana da Criação, e que nutrisse as plantas antes que a luz do sistema solar viesse a existir no quarto dia?

Em princípio, sim, mas essa ideia gera complicações. E já haveria fótons no Universo antes do “haja luz” (até porque as imagens que recebemos de objetos distantes são muito mais antigas do que a criação da Terra, e essas imagens são feitas de fótons). Mas quanto a Deus ter feito o papel do Sol antes do quarto dia, essa ideia não é absurda, porém, não se encaixa bem no resto do padrão da criação. Note que, ao longo de todo o capítulo 1 de Gênesis, Deus cria primeiro as condições para depois criar o que depende delas. No caso do Sol, estaria fazendo o contrário. Para quê? Deixar para criar o Sol no quarto dia seria uma forma possível, porém, mais complicada de resolver um problema, o que iria contra o princípio da otimização (mais conhecido como princípio da ação mínima), que é a lei mais fundamental, da qual se podem deduzir as demais. Por outro lado, tornar a atmosfera transparente somente no quarto dia faz sentido em função do mesmo princípio. Aí, o Sol, a Lua e as estrelas apareceriam (se tornariam visíveis desde o ponto de referência da Terra) no céu em função disso.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Sábado Através dos Séculos

Resultado de imagem para O Sábado Através dos Séculos
SÉCULO I
“Quase todas as igrejas no mundo celebram os sagrados mistérios [da Ceia do Senhor] no sábado de cada semana.” Socrates Scholasticus, Eccl. History;

“Então a semente espiritual de Abraão [os cristãos] fugiram para Pela, do outro lado do rio Jordão, onde encontraram um lugar de refúgio seguro, e assim puderam servir a seu Mestre e guardar o Seu sábado.” Eusebius’s Ecclesiastical History;

Filo, filósofo e historiador, afirma que o sábado correspondia ao sétimo dia da semana.

SÉCULO II
“Os cristãos primitivos tinham grande veneração pelo sábado, e dedicavam o dia para devoção e sermões… Eles receberam essa prática dos apóstolos, conforme vários escritos para esse fim.” D. T. H. Morer (Church of England), Dialogues on the Lord’s Day, Londres, 1701.

SÉCULOS II, III, IV
“Desde o tempo dos apóstolos até o Concílio de Laodiceia [364 d.C.), a sagrada observância do sábado dos judeus persistiu, como pode ser comprovado por muitos autores, não obstante o voto contrário do concílio.” John Ley, Sunday A Sabbath, Londres, 1640.

SÉCULO III
“Pelo ano 225 d.C., havia várias dioceses ou associações da Igreja Oriental, que guardavam o sábado, desde a Palestina até a Índia.” Mingana Early Spread of Christianity.

SÉCULO IV
“Na igreja de Milão (Itália), o sábado era tido em alta consideração. Não que as igrejas do Oriente ou qualquer outra das restantes que observavam esse dia, fossem inclinadas ao judaísmo, mas elas se reuniam no sábado para adorar a Jesus, o Senhor do sábado.” Dr. Peter Heylyn, History of the Sabbath, Londres, 1636;

“Por mais de 17 séculos a Igreja da Abissínia continuou a santificar o sábado como o dia sagrado do quarto mandamento.” Ambrósio de Morbius.

“Ambrósio, famoso bispo de Milão, disse que quando ele estava em Milão, guardou o sábado, mas quando passou a morar em Roma, observou o domingo. Isso deu origem ao provérbio: ‘Quando você está em Roma, faça como Roma faz.’” Heylyn, History of the Sabbath;

Pérsia 335-375 d.C.: “Eles [os cristãos] desprezam nosso deus do Sol. Zoroastro, o venerado fundador de nossas crenças divinas, não instituiu o domingo mil anos antes em honra ao Sol cancelando o sábado do Antigo Testamento? Os cristãos, contudo, realizam suas cerimônias religiosas no sábado.” O’Leary, The Syriac Church and Fathers.

SÉCULO V
“Agostinho [cujo testemunho é mais incisivo pelo fato de ter sido um devotado observador do domingo] mostra… que o sábado era observado em seus dias ‘na maior parte do mundo cristão’.” Nicene and Post-Nicene Fathers, série 1, vol. 1, pp. 353 e 354;

“No quinto século, a observância do sábado judaico persistia na igreja cristã.” Lyman Coleman, Ancient Christianity Exemplified, pág. 526.

SÉCULO VI
“Neste último exemplo, eles [a Igreja da Escócia] parecem ter seguido o costume do qual encontramos vestígios na primitiva igreja monástica da Irlanda, ou seja, afirmavam que o sábado era o sétimo dia no qual descansavam de todas as atividades.” W. T. Skene, Adamnan’s Life of St. Columba, 1874, pág. 96;

Sobre Columba de Iona: “Tendo trabalhado na Escócia por trinta e quatro anos, ele predisse clara e abertamente sua morte, e no dia 9 de junho, um sábado, disse a seu discípulo Diermit: ‘Este é o dia chamado sábado, isto é, o dia de descanso, e como tal será para mim, pois ele colocará um fim aos meus labores’.” Butler’s Lives of the Saints, artigo sobre St. Columba;

SÉCULO VII
“Parece que nas igrejas célticas primitivas era costume, tanto na Irlanda quanto na Escócia, guardar o sábado… como um dia de descanso. Eles obedeciam literalmente ao quarto mandamento no sétimo dia da semana.” Jas. C. Moffatt, The Church in Scotland;

Disse Gregório I, Papa de Roma (590-604): “Cidadãos romanos: Chegou a meu conhecimento que certos homens de espírito perverso têm disseminado entre vós coisas depravadas e contrárias à fé cristã, proibindo que nada seja feito no dia de sábado. Como eu deveria chamá-los senão de pregadores do anticristo?”

SÉCULO VIII
Índia, China, Pérsia, etc. “Abrangente e persistente foi a observância do sábado entre os crentes da Igreja Oriental e dos Cristãos de São Tomás da Índia, que jamais estiveram ligados a Roma. O mesmo costume foi mantido entre as congregações que se separaram de Roma após o Concílio de Calcedônia, como por exemplo, os abissínios, jacobitas, marionitas e armênios.” New Achaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, artigo intitulado “Nestorians”.

SÉCULO IX
“O papa Nicolau I, no nono século, enviou ao príncipe governante da Bulgária um extenso documento dizendo que se devia cessar o trabalho no domingo, mas não no sábado. O líder da Igreja Grega, ofendido pela interferência do papado, declarou o papa excomungado.” B. G. Wilkinson, Ph.D., The Truth Triumphant, pág. 232.

SÉCULO X
“Os seguidores de Nestor não comem porco e guardam o sábado. Não creem em confissão auricular nem no purgatório.” New Schaff-Herzog Encyclopedia, artigo “Nestorians”.

SÉCULO XI
“Margaret da Escócia, em 1060, tentou arruinar os descendentes espirituais de Columba, opondo-se aos que observavam o sábado do sétimo dia em vez de o domingo.” Relatado por T. R. Barnett, Margaret of Scotland, Queen and Saint, pág. 97.

SÉCULO XII
“Há vestígios de observadores do sábado no século doze, na Lombárdia.” Strong’s Encyclopedia;

Sobre os valdenses, em 1120: “A observância do sábado… é uma fonte de alegria.” Blair, History of the Waldenses, vol.1, pág. 220;

França: “Por vinte anos, Pedro de Bruys agitou o sul da França. Ele enfatizava especialmente um dia de adoração reconhecido na época entre as igrejas celtas das ilhas britânicas, entre os seguidores de Paulo, e na Igreja Oriental, isto é, o sábado do quarto mandamento.” Coltheart, pág. 18.

SÉCULO XIII
“Contra os observadores do sábado, Concílio de Toulouse, 1229: Cânon 3: Os senhores dos diversos distritos devem procurar diligentemente as vilas, casas e matas, para destruir os lugares que servem de refúgio. Cânon 4: Aos leigos não é permitido adquirir os livros tanto do Antigo quanto do Novo Testamentos.” Hefele.

SÉCULO XIV
“Em 1310, duzentos anos antes das teses de Lutero, os irmãos boêmios constituíam um quarto da população da Boêmia, e estavam em contato com os valdenses, que havia em grande número na Áustria, Lombárdia, Boêmia, norte da Alemanha, Turíngia, Brandenburgo e Morávia. Erasmo enfatizava que os valdenses da Boêmia guardavam o sétimo dia (sábado) de uma maneira estrita.” Robert Cox, The Literature of the Sabbath Question, vol. 2, pp. 201 e 202.

SÉCULO XV
“Erasmo dá testemunho de que por volta do ano 1500 os boêmios não apenas guardavam estritamente o sábado, mas eram também chamados de sabatistas.” R. Cox, op. Cit;

Concílio Católico realizado em Bergen, Noruega, em 1435: “Estamos cientes de que algumas pessoas em diferentes partes de nosso reino adotam e observam o sábado. A todos é terminantemente proibido – no cânon da santa igreja – observar dias santos, exceto os que o papa, arcebispos e bispos ordenam. A observância do sábado não deve ser permitida, sob nenhuma circunstância, de agora em diante, além do que o cânon da igreja ordena. Assim, aconselhamos a todos os amigos de Deus na Noruega que desejam ser obedientes à santa igreja, a deixar de lado a observância do sábado; e os demais proibimos sob pena de severo castigo da igreja por guardarem o sábado como dia santo.” Dip. Norveg., 7, 397.

SÉCULO XVI
Noruega, 1544: “Alguns de vocês, em oposição à advertência, guardam o sábado. Vocês devem ser severamente punidos. Quem for visto guardando o sábado, pagará uma multa de dez marcos.” Krag e Stephanius, History of King Christian III;

Liechtenstein: “Os sabatistas ensinam que o dia de repouso, o sábado, ainda deve ser guardado. Dizem que o domingo [como dia semanal de descanso] é uma invenção do papa.” Wolfgang Capito, Refutation of the Sabbath, c. de 1590;

Índia: “Francisco Xavier, famoso jesuíta, chamado para a inquisição que foi preparada em Goa, Índia, em 1560, para verificar ‘a maldade judaica, a observância do sábado’.” Adeney, The Greek and Eastern Churches, pp. 527 e 528;

Abissínia: “Não é pela imitação dos judeus, mas em obediência a Cristo e Seus apóstolos, que observamos este dia [o sábado].” De um legado abissínio na corte de Lisboa, 1534, citado na História da Igreja da Etiópia, de Geddes, pp. 87 e 88.

SÉCULO XVII
“Cerca de 100 igrejas guardadoras do sábado, a maioria independentes, prosperaram na Inglaterra nos séculos dezessete e dezoito.” Dr. Brian W. Ball, The Seventh-Day Men, Sabbatarians and Sabbatarianism in England and Wales, 1600-1800, Clarendon Press, Oxford University, 1994.

SÉCULO XVIII
Alemanha: “Tennhardt de Nuremberg adere estritamente à doutrina do sábado, por ser um dos dez mandamentos.” J. A. Bengel, Leben und Wirken, pág. 579;

“Antes que Zinzendorf e os morávios de Belém [Pensilvânia] iniciassem a observância do sábado e prosperassem, havia um pequeno grupo de alemães observadores do sábado na Pensilvânia.” Rupp, History of the Religious Denominations in the United States;

“Os abissínios e muitos do continente europeu, especialmente na Romênia, Boêmia, Morávia, Holanda e Alemanha, continuaram a guardar o sábado. Onde quer que a igreja de Roma predominasse, esses sabatistas eram penalizados com o confisco de suas propriedades, multas, encarceramento e execução.” Coltheart, pág. 26.

SÉCULO XIX
China: “Os taiping, quando interrogados sobre a observância do sábado, responderam que, em primeiro lugar, porque a Bíblia o ensina, e, em segundo, porque seus ancestrais o guardavam como dia de culto.” A Critical History of Sabbath and Sunday.

SÉCULO XX
[Nota do editor: Há milhões de observadores do sábado no mundo, espalhados por mais de 25 denominações e centenas de congregações independentes, observadoras do sábado.]

Fontes: 


segunda-feira, 23 de abril de 2018

A grande aventura americana: rotas migratórias

Por Everton Alves

Por uma ironia do destino, uma das primeiras pessoas que levantaram a questão de onde vieram os habitantes do continente americano foi um padre jesuíta chamado José de Acosta, naturalista e antropólogo, nascido em Medina del Campo em 1539 (Encyclopaedia Britannica 2018). Ele visitou Peru e México e escreveu em seu livro Historia natural y moral de las Indias: 

“Ficamos sem dúvida obrigados a confessar que homens da Europa, Ásia ou África passaram por aqui (América), porém como e por qual caminho vieram ainda é uma pergunta que nós fazemos e desejamos saber. O certo é que não houve outra arca de Noé que trouxe os homens às Índias nem muito menos que um anjo os trouxe pendurados pelos cabelos” (de Acosta, 1590, p. 57).

Um fato histórico é simplesmente um acontecimento até quando é estudado e interpretado. Essa interpretação é o passo mais importante porque, dependendo da base teórica, poderemos entender ou não o que aconteceu. Diante disso, este artigo não é nenhuma novidade. Os autores não estão apostando em uma nova teoria. O que mostramos aqui são fatos. Evidências históricas não podem ser refutadas. Podem, sim, ser reinterpretadas ou ignoradas.

Hoje, nas ditas “ciências” modernas, tem se ignorado ou silenciado de modo sistemático muitas evidências históricas que, de alguma forma, contradizem os paradigmas “modernos”. Essas “novas ciências” surgem após o século 15 e negam seletivamente toda verdade descoberta em parceria com a religião – especialmente se esta é cristã. Desse modo, descontrói-se todo o fazer científico. Fatos não se negam devido a um gosto pessoal ou a uma falta de entendimento. Fatos se interpretam, e se nossa interpretação não consegue explicá-los, devemos pensar que nosso paradigma possa não ser o ideal para entender os fatos.
Neste e em outros artigos que estão por vir, por meio de evidências históricas colhidas por antigos cronistas, iremos estudar e comentar as possíveis rotas tomadas pelos povos que povoaram o continente americano. É chegada a hora de discutir fatos à luz da História e de suas evidências.



As rotas destacadas neste e nos próximos artigos serão:

Rota Atlântica Antiga (imediatamente pós-dilúvio).

Rota Atlântica posterior (Idade do Ferro).

Rota do Pacífico Sul – Rota inversa ou rota comum de ida e volta (a.C. – d.C.)

Rota do Pacífico Sul – Rota inverso (a.C. – d.C.)

Rota do Pacífico Sul (pós-dilúvio)

Rota de Naylamp – Rota migratória de ida e volta (d.C.)

Como iremos falar de tempos e datas, nosso primeiro tema é determinar qual será o ponto de referência na História. Acreditamos que isso seja o mais importante porque um fato histórico pode ser interpretado desde uma perspectiva marxista (que exclui a noção de Criação) ou numa perspectiva verdadeiramente histórica, e chegar à conclusão de que houve, sim, migrações recentes (no mais, de cerca de quatro mil anos atrás) e feitas por povos cultural e tecnologicamente avançados.

Os autores usados aqui como referências recolheram a maior parte dos dados de homens sábios entre os povos andinos e americanos. Surge, então, a pergunta: Os povos andinos sabiam calcular o tempo corretamente? A resposta é sim! Eles eram doutos em estudos de tempo e astrologia.

Diz  o  cronista  Fernando de  Montesinos, em sua obra Memorias Antiguas Historiales y Políticas del Perú: 

“Dizem os amautas que sabiam as coisas desses tempos por tradições dos antigos, comunicadas de mão em mão, que quando esse príncipe reinava, havia letras e homens doutos nelas, que se chamavam amautas, e estes ensinavam a ler e escrever; a principal ciência era a astrologia”. (Montesinos, 1882, p.24)

Eles calculavam os milênios chamando-os Sois; assim eles mencionam o “primeiro” e “segundo” sóis.

“Dicen los amautas que el segundo ano del reinado de Manco Capac se cumplió el cuarto sol de la Creacion, que son cuatro mil anos, poco menos, y dos mil novecientos y tantos después del Diluvio general” (Montesinos, 1882, p. 77).

É interessante notar que nessa época, logo após os episódios do dilúvio e da Torre de Babel, ou seja, durante ou após, segundo a perspectiva criacionista, do início do período do gelo (ver artigo “A Atlântida e a migração para as Américas após o período do gelo”), os descendentes de Noé já haviam migrado para as Américas. Notemos que a nação de Israel nasce somente no fim desse milênio, portanto, acreditamos que eles vieram para a América antes mesmo que Israel e suas tribos existissem, isto é, antes de existirem hebreus como nação.

E sobre o Dilúvio? O que sabemos?

O arcebispo irlandês James Ussher (1581-1656), um famoso cronologista bíblico, estudando muito seriamente as gerações mencionadas na Bíblia, numademonstração de matemática, calculou que a criação da vida no planeta teria ocorrido em 22 de outubro de 4004 a.C., e o dilúvio teria ocorrido 1.656 anos após a criação (ou 2.348 a.C.) (Cooper, 2008, p. 99, 202). Há registros históricos ainda de datas surpreendentemente aproximadas a essas calculadas por Scaliger e pelos Maias (Cooper, 2008, p. 100-103).

No entanto, nos basearemos num registro antigo (castelhano antigo), que remonta à chegada às Américas dos colonizadores espanhóis os quais mostravam como os povos andinos receberam o mesmo relato dos seus ancestrais. No já mencionado livro Memorias Antiguas Historiales y Políticas del Perú, de autoria de Fernando de Montesinos (1593-1652), o qual esteve no Peru em 1628, é registrado que os povos entendiam que houve um dilúvio e que este teria ocorrido, segundo seus ancestrais, no ano 1.660 após a Criação (muitíssimo próximo do que Usher concluiu):

“Depois de Ophir povoar a América, instruiu seus filhos e netos no temor de Deus e observância da lei natural. Viveram debaixo dela por muitos anos, passando depais para filhos a respeito do Criador de todas as coisas, pelas bênçãos recebidas, em especial pelo dilúvio, em que livrou seus progenitores. Duraram eles muitos anos; e segundo o cálculo do manuscrito citado, seriam quinhentos, contando os do livro, ainda pela conta dos amautas e historiadores peruanos, foi a partir do segundo sol [milênio] depois da criação do mundo, que calculando o tempo pelos anos comuns, vem a ser 2.000 anos, dado que foi o último do segundo sol [milênio]; e porque ainda não tinham se cumprido esses dois sóis [milênios] quando aconteceu o dilúvio, porque faltavam para seu cumprimento 340 anos, segundo nossa conta mais comum, vem, de acordo com esses amautas, a ser esse período o tempo dos ditos 340 anos” (Montesinos, 1882, p. 3).

“Mas eles erraram, porque Ophir, neto de Noé, disse que, quando chegou à América, depois dos 340 anos do dilúvio, os 160 restantes eram aqueles que viveram seus filhos, decentes no temor a Deus e ao próximo, com toda paz, sem anciões nem dissensões” (Montesinos, 1882, p. 3).

Essas evidências históricas recolhidas por Montesinos nos situam na chamada Rota Atlântica Antiga, a qual será a primeira que iremos discutir no próximo artigo. Porém, uma coisa podemos concluir: houve diversas migrações em diversos momentos e por diversas rotas. Em relação a essas rotas, há indícios de que, além de por pontes de terras/gelo (Estreito de Bering, por exemplo), através do Atlântico e pelos mares do norte, parte desses povos antigos vieram pelo mar do Sul (pelo Chile e Andes, vindo talvez da Nova Zelândia ou Austrália):

“Neste tempo, que segundo o que pude descobrir, seria 600 anos após o dilúvio, todas essas províncias estavam cheias de moradores, muitos vieram pelo Chile, outros através dos Andes, outros através da Terra Firme e Mar do Sul, com a qual as costas da ilha de Santa Elena e Puerto Viejo ao Chile foram povoadas. Isto foi recolhido a partir dos antigos poemas e canções dos índios” (Montesinos, 1882, p. 4).

Montesinos também nos informa o tipo de embarcação que eles usavam nesse processo de navegação (ver Kon-Tiki, 1947):

“Ele cuidou disso para o rei e, depois de alguns dias, veio de novo e contou como haviam desembarcado nas planícies em balsas e canoas, e que faziam uma grande frota, um grande número de pessoas estranhas e que iam povoando, especificamente nas margens dos rios, e que homens de grande estatura passaram adiante” (Montesinos, 1882, p. 53).

A movimentação migratória na direção contrária também se deu, e isso é mencionado pelo autor Gregório Garcia, em seu livro Origen de los Indios de el Nuevo Mundo, e Indias Occidentales:

“Também contam os índios de Ica e os de Arica que antigamente costumavam navegar a umas ilhas no poente, muito longe, e que a viagem era realizada nuns couros de lobo marinho inchados” (Garcia, 1729, p. 35).

Quadro ilustrativo de como e quais teriam sido as rotas:
Clique par ampliar


Diversas Rotas migratórias até a América do Sul

(Texto escrito em coautoria com o pesquisador Irwin Susanibar Chavez, a quem o Everton agradece profundamente por compartilhar com ele suas pesquisas e conhecimento)

Texto originalmente publicado em 08/04/2018 no Blog Criacionismo.

Referências:

Cooper B. Depois do dilúvio. Brasília: SCB, 2008.

De Acosta, Jose. Historia natvral y moral de las Indias, en que se tratan las cosas notables del cielo. Sevilla: Casa de Juan de Leon, 1590.

García, Gregorio, Origen de los indios de el Nuevo Mundo, e Indias Occidentales, Madrid: Impr. de F. Martinez, 1729; ele publica o livro em 1607, mas a versão consultada por nós é de 1729.

Gómara, Francisco López de. La historia general de las Indias y nuevo mundo, con mas la conquista del Peru y de Mexico. Çaragoça, 1555; a abreviação “Fo. Lv” significa fólios, o livro era como pergaminhos, portanto não tinha folhas.

Montesinos, Fernando de. Memorias antiguas historiales y políticas del Perú. Madrid : Impr. de M. Ginesta, 1882. 259p.; essa primeira obra foi copiada de um manuscrito do ano 1644 que se encontra na biblioteca da Universidade Sevilla e cujo título é: “Ophir de España; mémorias historiales políticas del Pirv…”

Rocha, Diego Andrés. Tratado único y singular del origen de los indios del Perú, Méjico, Santa Fe y Chile. V. 1. Madrid: [Impr. de Juan Cayetano García], 1891. Fondo Antiguo.

The Editors. Jose de Acosta. Encyclopaedia Britannica, 2018. Disponível em:https://www.britannica.com/biography/Jose-de-Acosta

sábado, 21 de abril de 2018

A variação do DNA aumenta o abismo entre chimpanzés e humanos


Nos últimos 20 anos, a tecnologia de sequenciamento de DNA tem melhorado em relação à grande quantidade de sequências que ela pode produzir. No entanto, o comprimento dos fragmentos de DNA (chamadas leituras) que são obtidas ainda é bastante curto. Dependendo da tecnologia, as leituras variam entre cerca de 75 a 1.500 Bases.1  Estes segmentos curtos de DNA são muito difíceis de juntar em cromossomos, ao quais podem ter centenas de milhões de bases de comprimento. Como muitas áreas do genoma contêm regiões estendidas onde as sequências de DNA são repetidas ou duplicadas, elas não podem ser montadas em trechos contíguos usando leituras curtas. Como resultado, importantes regiões reguladoras nestas áreas são completamente deixadas de fora quando um genoma é reconstruído. Os programas de computador que os pesquisadores utilizam simplesmente não podem efetivamente montar todo o cromossomo como uma peça contígua porque as leituras são muito curtas.

Nos últimos anos, novas tecnologias de sequenciamento tem estado disponíveis comercialmente, possibilitando leituras muito mais longas de cerca de 10.000 a 215.000 bases.2,3 Essas novas tecnologias de sequenciamento de longa leitura permite a montagem mais precisa do genoma humano, revelando surpresas incríveis sobre a diversidade genética humana.

Antes do advento do sequenciamento de longa leitura, a variação humana era tipicamente avaliada examinando-se as diferenças no DNA entre pessoas no nível de uma única base. Por exemplo, uma pessoa pode ter um C (citosina) numa posição específica no seu DNA enquanto que outra tem uma A (adenina). Estas modificações pontuais são chamadas de polimorfismos de nucleotídeo único, ou SNPs. Quando a diversidade de SNPs era avaliada por milhares de pessoas ao redor do mundo, determinava-se que a diferença média na seqüência geral de DNA entre quaisquer dois seres humanos era de cerca de 0,01%.4  No entanto, uma variedade de artigos recentes utilizando tecnologia de sequenciamento de DNA de longa leitura nos mostram que essa nova metodologia melhorou consideravelmente a precisão da análise de variação do genoma humano, especialmente em áreas que têm sido difíceis de decifrar usando tecnologia de leitura curta.5-8

Os resultados desses novos artigos que utilizaram tecnologia de longa leitura têm sido surpreendente e estão agitando toda a comunidade genômica humana. O achado mais surpreendente foi que as pesquisas demonstram que grandes regiões do genoma humano podem ser marcadamente diferentes entre quaisquer dois seres humanos – ou mesmo dentro da mesma pessoa. Como a maioria dos animais, incluindo seres humanos, tem dois pares de cromossomos, um do pai e um da mãe, os cromossomos maternos e paternos podem ser muito diferentes na mesma pessoa. A conclusão é que qualquer genoma pode ser até 4,5% diferentes um do outro, em contraste com a estimativa anterior de 0,01% baseada unicamente em mudanças de uma única base.5

Estas novas grandes diferenças encontradas no genoma humano conflitam com a ideia evolutiva de que humanos e chimpanzés são 98,5% semelhante em nível de DNA. Se os seres humanos podem ser até 4,5% diferentes de cada um, como é que os chimpanzés são supostamente apenas 1,5% diferentes de seres humanos? O fato ou ponto-chave da questão é que a similaridade de 98,5% baseia-se em evidências incompletas desenhadas para reforçar a evolução. A pesquisa recentemente publicada por este autor mostra claramente que o DNA global do chimpanzé é, no máximo, apenas 85% semelhante ao da espécie humana.9

Em resumo, pesquisas recentes mostram que a diversidade não se deve apenas a milhões de diferenças de uma única base, mas também a milhares de grandes diferenças estruturais no genoma. A maioria destas variantes foi construída provavelmente nos genomas do casal original criado, Adão e Eva — facilmente representando a diversidade que vemos em seres humanos em todo o mundo e apoiando plenamente a narrativa bíblica da diversidade dentro dos tipos básicos.

Referências

Pettersson, E., J. Lundeberg, and A. Ahmadian. 2009. Generations of sequencing technologies. Genomics. 93 (2): 105-111.
Jansen, H. J. et al. 2017. Rapid de novo assembly of the European eel genome from nanopore sequencing reads. bioRxiv. Posted on biorxiv.org January 20, 2017.
Chin, C.-S. et al. 2016. Phased diploid genome assembly with single molecule real-time sequencing. Nature Methods. 13 (12): 1050-1054.
Witherspoon, D. J. et al. 2007. Genetic Similarities Within and Between Human Populations. Genetics. 176 (1): 351-359.
English, A. C. et al. 2015. Assessing structural variation in a personal genome—towards a human reference diploid genome. BMC Genomics. 16: 286.
Huddleston, J. et al. Discovery and genotyping of structural variation from long-read haploid genome sequence data. Genome Research. Posted on genome.cshlp.org November 28, 2016.
Seo, J.-S. et al. 2016. De novo assembly and phasing of a Korean human genome. Nature. 538 (7624): 243-247.
Shi, L. et al. 2016. Long-read sequencing and de novo assembly of a Chinese genome. Nature Communications. 7: 12065.
Tomkins, J. P. 2016. Analysis of 101 Chimpanzee Trace Read Data Sets: Assessment of Their Overall Similarity to Human and Possible Contamination With Human DNA. Answers Research Journal. 9: 294-298

Fonte: Acts & Facts

Tomkins JP. DNA Variation Widens Human-Chimp Chasm. Acts & facts. 2017;46(4):14.

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