sábado, 5 de setembro de 2015

A origem das línguas e das etnias




O criacionismo defende que, após a Criação, havia uma só língua, ou seja, uma só estrutura linguística, com um vocabulário comum, como pode ser observado em Gênesis 11:1. Entretanto, essa língua comum foi um dos fatores utilizados pelo ser humano para violar uma das primeiras recomendações divinas, a de encher e dominar a Terra. De fato, opondo-se a esse claro desígnio de Deus, o ser humano começou a construir uma cidade e uma torre, “para não serem espalhados pela superfície da Terra”. Foi essa, em parte, a razão pela qual o mesmo Deus que havia dado a linguagem aos homens deu origem a várias famílias linguísticas (Gn 11:7), em resultado do que a humanidade acabou se espalhando por todo o planeta. O ponto de vista criacionista, baseado no relato bíblico, explica assim não só a unidade, mas também a diversidade das línguas.

É sobre isso que o professor Orlando Rubem Ritter fala nesta entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges. Ritter é natural de Porto Alegre. Formado em Matemática pela USP, é também mestre em Educação pela Andrews University, nos Estados Unidos. Além de ter sido diretor de faculdades e fundador de escolas, foi professor de Matemática e Física por mais de 30 anos, e professor de Ciência e Religião por mais de 40 anos. Foi também coordenador do curso de Pedagogia do Centro Universitário Adventista, campus São Paulo. 

Fale um pouco sobre a variedade linguística e étnica no mundo.

A variedade é um fato marcante neste planeta. Enquanto seres humanos foram capazes de pintar a Capela Sistina e compor belíssimas sinfonias, há tribos que ainda não sabem usar o fogo. É um grande contraste. No que diz respeito aos aspectos étnicos, ou raciais,* e linguísticos, também há grande variedade. Só na África são mais de mil etnias. Os ramos linguísticos são cerca de cinco mil.

[*Nota do entrevistador: No entanto, em nível genético, essa diferença acaba sendo mínima, o que está de acordo com a visão criacionista. Note o que a revista Veja publicou, em sua edição de 5 de maio de 1999 (p. 113): “Pesquisas de cientistas da Universidade da Califórnia, campus de San Diego, indicam que a humanidade por um tempo esteve às raias da extinção, e as razões apresentadas para tanto vão desde a provável queda de um meteoro que teria dizimado muitas espécies de vida, a epidemias por doenças trazidas por grupos nômades, mudanças bruscas na temperatura, etc. (E por que não um dilúvio global?) O fato é que foi descoberto que ‘a diversidade genética das pessoas, mesmo entre populações distintas e de lugares muito distantes entre si, como a Amazônia e a Sibéria, é muito pequena. ... Isso leva à conclusão de que ‘os seres humanos descendem todos de um pequeno grupo de ancestrais’. Daí entra a explicação de que uma imensa mortandade teria ocorrido em algum ponto da pré-história, ninguém sabendo exatamente o que ocorreu. A variedade genética da humanidade hoje é muito pequena para uma árvore evolucionária que tem tantos elementos e ramificações’, afirmou o coordenador da pesquisa, David Woodruff. ... ‘É como se fôssemos todos clones de uma única matriz, como na experiência com a ovelha Dolly.’”]

Existe consenso com relação à origem comum de toda a humanidade, a partir de um casal original?

Sim. É a Antropologia Descritiva (ou a Etnologia) que estuda as etnias humanas. A Linguística* estuda as línguas. Conhecer a origem das etnias e das línguas é realmente algo empolgante. A origem comum da humanidade a partir de um par original é chamada monogenismo, e esse conceito também se aplica à origem das línguas.

Podemos utilizar a Bíblia como fonte de hipóteses, sustentadas, é claro, por evidências, para ter uma ideia de como se deu a origem das etnias e das diversas línguas.

[*Nota do entrevistador: A Linguística Histórica surgiu no fim do século 18, com a descoberta feita na Índia – por um juiz britânico que se inclinou ao estudo das línguas e suas relações – de que muitas línguas da Europa e do Oriente estavam reunidas como em uma família, à qual se deu o nome de indo-europeu.] 

O que a Bíblia fala sobre o primeiro homem?

Adão, ou Adam, em aramaico, quer dizer “tornar vermelho” ou “ficar vermelho”, o que sugere que a pele dele tinha coloração avermelhada (e é bom lembrar que ele foi feito da terra). Na tradição hindu, aparece o ancestral Adamu; e na tradição sumeriana, a mais antiga civilização pós-diluviana, aparece Adapa. Segundo essa tradição, Adapa vivia num país onde não havia morte, o ar era puro e a água, limpa. Mas Adapa acabou perdendo o direito à imortalidade. Várias culturas possuem relatos que mostram uma origem comum para a humanidade, com Adão e Eva, no Jardim do Éden. 

Por que o mundo antediluviano não promovia muita variabilidade?

A humanidade primeva vivia em um mundo bem diferente. O apóstolo Pedro fala do “mundo daquele tempo” ou “mundo de então” (2 Pedro 3:6), deixando clara a idéia de que o mundo antediluviano era bem diferente do nosso. Os criacionistas e os evolucionistas concordam em que havia um único continente, a Pangea, com clima e topografia diferentes dos atuais. Esses fatores, e outros, promoviam a relativa invariabilidade de então, situação que perdurou até o Dilúvio.*

[*Nota do entrevistador: A ação da seleção natural ocorrendo nos diferentes ambientes pós-diluvianos juntamente com o total isolamento geográfico a que as populações humanas estavam submetidas no passado, pode ser uma boa explicação para a origem das etnias humanas. Por exemplo, se após o Dilúvio um grupo de indivíduos migrou para o sul da África, acabou se isolando totalmente dos grupos que viviam na Ásia, pois as viagens eram difíceis naquele tempo, e eles nunca mais voltaram a casar entre si. Em lugares quentes, como a África, a pele negra apresenta vantagem em relação à pele branca; então, os indivíduos que nasciam com pele mais escura levavam vantagem seletiva em relação aos indivíduos de pele mais clara. Com o passar de muitos anos e total isolamento reprodutivo (ou seja, esses indivíduos de pele mais escura não se casavam com os de pele clara, pois estavam isolados geograficamente), a pele gradualmente se tornou mais escura. Atualmente estamos vendo o processo inverso acontecer: devido às facilidades de transporte, as barreiras geográficas estão sendo quebradas. Pessoas de etnias diferentes estão se casando e gradualmente estão desaparecendo as diferenças marcantes entre as “raças”.] 

As características dos filhos de Noé sugerem alguma coisa ao pesquisador?

Noé tinha 480 anos quando Deus lhe ordenou construir a arca. Com 500 anos nasceu-lhe o primeiro filho: Jafé. Os dois seguintes, nasceram com dois anos de diferença cada: Sem e Cão. Creio que as características diferenciadas entre eles seja uma possibilidade de explicação para a variação étnica verificada entre os humanos.* 

Jafé possivelmente tenha nascido com a pele diferente da dos pais e um pouco mais clara, considerando-se as etnias que se originaram dele, ou seja, os caucasianos. Curiosamente, o significado do nome Sem é “nome”. Isso mesmo. Nunca vi alguém chamado “Nome”, mas o plano de Deus era que esse filho de Noé preservasse justamente o nome da família e o nome de Deus. Sem originou os povos semitas que, de fato, contribuíram para manter viva a religião monoteísta.

Cão significa “quente”. Possivelmente sua bagagem genética tenha sido remodelada por Deus para enfrentar as regiões mais quentes que haveria no mundo, após o Dilúvio. Mas é claro que também devemos levar em conta o fato da adaptação biológica natural e o fator isolamento geográfico.

Gênesis 9:19 diz que desses três homens – Sem, Cão e Jafé – se povoou a Terra, originando-se as etnias e as línguas. O mundo passou por grande fragmentação geográfica e mudanças climáticas e topográficas, o que favoreceu a variabilidade em diversos aspectos. 

[*Nota do entrevistador: Essa diferença também poderia ser explicada pelas esposas dos filhos de Noé. Elas poderiam ser bastante diferentes entre si. Assim, entre os netos de Noé já poderia haver certa diferenciação. Mas certamente essas diferenças se acentuaram mais com o isolamento geográfico que ocorreu depois do Dilúvio.]

Por que o senhor acha que Deus promoveria essa diferenciação entre eles ou teria dotado a humanidade com essa capacidade adaptativa?

Vejo aqui a presciência de Deus em dotar a humanidade renascente com características que lhes ajudariam a se adaptar melhor ao estranho mundo pós-diluviano. Além disso, era também uma forma de conter a maldade, isolando os povos.

Coincidentemente com a visão bíblica, os etnólogos classificam as etnias a partir de três grandes “raças” e troncos linguísticos. Mas o centro de dispersão, segundo a Bíblia, fica na Ásia Menor, no Cáucaso, ou terra de Ararate, e não na África, como querem alguns.

Aliás, na África, na última metade do século 20, foram encontrados fósseis de criaturas com aparência e características simiescas, como baixa capacidade craniana, membros aptos para agarrar e segurar, mas com o andar ereto, dentes pequenos, etc., e foram chamados de australopitecineos (Australopithecus africanus foi o nome de um dos primeiros encontrados).

Por causa das marcas humanas e de acordo com teorias correntes, muitos foram levados a considerá-los como antepassados pré-humanos e a África, como o “berço da humanidade”. Nesse contexto, causou muita sensação o achado de um esqueleto quase completo de australopiteco, que inclusive recebeu o nome de Lucy.

Nos anos 1960 foram descobertos, num desfiladeiro da África Oriental, fragmentos fósseis de uma criatura jovem com abóbada craniana maior que a dos australopitecos. Como nas vizinhanças desse local alguns anos antes haviam sido encontradas pedras lascadas de modo bastante rude, presumiu-se que tivessem sido produzidas por essa criatura, razão pela qual foi-lhe dado o nome de Homo habilis.

Como era de se esperar, alguns viam nessa criatura um elo intermediário entre os gêneros Australopithecus e Homo. Contudo, após estudos posteriores e não pouca discussão, prevaleceu a tendência de considerá-la como um australopiteco, por causa de características tipicamente simiescas nas proporções corporais e na dentição.

Não parece simples colocar os australopitecos numa linha filogenética evolutiva indo do macaco em direção ao homem. O peso das características simiescas é muito grande e são observados diferentes graus de variabilidade nas diversas partes do corpo, não permitindo formar uma linha evolutiva, mas sim uma disposição em mosaico dentro do grupo. Por isso, para muitos, parece prevalecer a ideia de considerar os australopitecos apenas como um grupo diferente e peculiar de primatas. 

Os traços peculiares dos três filhos de Noé podem ser identificados ainda hoje?

Sem dúvida. Até hoje os povos semitas (descendentes de Sem) podem ser reconhecidos pelos traços fisionômicos. As línguas que falam, apesar das variações, também podem ser identificadas através dos sons guturais fortes, como no árabe, e das raízes trilíteras, compostas unicamente de consoantes (só mais tarde os massoretas acrescentaram vogais ao hebraico). 

Jafé deu origem aos povos indo-europeus, ou caucasianos, ou ainda arianos. Os jafetitas, além de povoarem a Europa, imigraram para o vale do Rio Indo (Índia), ocorrendo a miscigenação com os povos que lá já havia. Os hindus têm, portanto, ascendência jafetita e sua língua tem como base o sânscrito, que é uma língua jafetita. Dessa língua surgiu uma grande família que originou idiomas como o latim, o grego e o português, “a última flor do Lácio”. São línguas agradáveis, “de cultura” e ampla flexão nominal e verbal, que permitem expressar ideias profundas, o que não ocorria com as línguas semíticas. 

Um dos sete filhos de Jafé, Gômer, originou os europeus; Javã originou os gregos; Magog, os povos eslavos (russos); e Madai, os medo-persas.

Cão, por sua vez, deu origem às etnias negróides, australóides e mongolóides – ou camíticas. Suas línguas sofreram grande fragmentação. São silábicas e aglutinantes. Exemplo: Itatiaia, palavra indígena que significa pedra (ita) de muitas pontas. 

Do filho mais velho de Cão, Cush, surgiram os cushitas, que deram origem aos etíopes, sudaneses e núbios, ou seja, os negros. Ninrod, também filho de Cão, fundou Babel, onde houve a grande fragmentação linguística. Misrain originou os egípcios; e Canã, que quer dizer púrpura, deu origem aos cananitas. Quando os gregos entraram em contato com os cananitas, na costa mediterrânea, chamaram-nos de fenícios, que quer dizer justamente púrpura. 

Fale um pouco mais sobre as características das três grandes etnias.

Os semitas tinham propensão à religiosidade. Agarravam-se a Deus, ou a deuses. Como disse, o hebraico, por exemplo, é uma língua rígida, invariável, própria para transmitir verdades imutáveis. Cogitavam do mundo espiritual, característica que nossa cultura cristã herdou.

Os jafetitas, por causa de sua linguagem e estrutura mental, tinham vocação intelectual. Suas línguas eram próprias para a literatura, a poesia e o canto. Buscavam a verdade, o que fizeram de fato os grandes filósofos.

Já os povos camíticos foram os desbravadores do mundo. Preocupavam-se mais com o “aqui e agora”, eram práticos. Desenvolveram tecnologia náutica e de outras naturezas. Veja o bumerangue dos aborígenes australianos, por exemplo. Uma maravilha da engenharia. Quando os outros povos se lançaram a descobrir novos territórios, os descendentes de Cão já estavam lá. Tome como exemplo a América.

Como se pode ver, todas essas etnias têm características positivas que ajudaram a humanidade, de uma ou de outra forma.

E o que dizer sobre os restos fossilizados de seres humanos com marcas divergentes das normalmente apresentadas pelo homem atual (Homo sapiens) e encontrados no Vale de Neanderthal, na Alemanha, e posteriormente em muitos lugares da Europa?

Foi um esqueleto completo, encontrado em 1908, na gruta Chapelle-aux-Saints, na França, que serviu de base para a descrição desse homem fóssil pelo paleontologista francês Marcelin. Conhecido como “homem das cavernas”, o neanderthal era baixo, atarracado, com cabeça volumosa (capacidade craniana igual à do homem moderno), face longa, ossos nasais enormes e desenvolvidos, osso frontal fugidio, arcadas superciliares salientes, órbitas enormes e arredondadas, e outras marcas diversas, consideradas primitivas, que lhe davam um aspecto um tanto bestial.

Deve ter sido dos primeiros habitantes da Europa, onde enfrentou as agruras de um clima hostil e condições ambientais extremamente adversas. A adaptação ao frio daquelas regiões, segundo a regra de Állen, teria resultado em criaturas humanas com cabeça grande, corpo atarracado e estatura baixa, como ainda hoje se pode observar nos esquimós e nos lapões.

Por outro lado, segundo a mesma regra, a adaptação ao calor implicaria no desenvolvimento de criaturas com estatura elevada, membros longos e crânios pequenos, com capacidade variando entre 750 e 1.300 cm3, como pode ser verificado nos restos do chamado Homo erectus, encontrados na Ásia e na África (Homem de Java ou Pithecantropus erectus, Homem de Pequim, Homem da Rodésia, etc.). Num contexto criacionista, parece certo considerar o Homo erectus como uma variedade do Homo sapiens profundamente modificada. 

Não parece difícil concluir que imediatamente após o dilúvio universal tenha havido condições para o aumento da variabilidade em pequenas populações, especialmente se sujeitas a isolamento geográfico, a profundas e rápidas mudanças ambientais e aos ataques da entropia.

Num tal contexto, haveria condições para a sobrevivência de eventuais aberrações decorrentes de genes mutantes que se espalhariam com mais facilidade graças à diminuição da competitividade resultante do pequeno número de indivíduos e do surgimento rápido de novas condições ambientais entrando em cena.

É o que pode ter ocorrido com populações desgarradas logo após o Dilúvio. Pequenas populações enfrentando condições muito adversas tendem a sofrer acentuada variabilidade física, preservando, contudo, suas marcas culturais.

Por outro lado, grandes populações tendem a sofrer menor variabilidade física em vista da possível eliminação de genes aberrantes, podendo ao mesmo tempo, em tal contexto, desenvolver maior variabilidade cultural, como se pode observar no estudo dos povos e etnias.

À luz da visão criacionista, não parece tão difícil explicar a tremenda diversidade física e cultural humana, evidente não só na humanidade do passado, mas em pleno século 21.

Quais o senhor acha são as maiores evidências de que o homem foi criado por Deus?

Há um grande número de atributos que conferem ao homem status singular que jamais poderia ter se desenvolvido gradualmente a partir de atributos animalescos. Tampouco poderiam existir num mundo sem significado ou propósito. Vejamos alguns:

Capacidade para raciocínio abstrato e para o uso de linguagem complexa. É significativa a conclusão de linguistas de que as línguas possuem uma subestrutura universal que compreende a gramática, o vocabulário e, eventualmente, a fonologia. Por isso, não existem “línguas primitivas” ou “pré-línguas”, mesmo entre os povos considerados atrasados. Por outro lado, é reconhecida a existência de uma superestrutura não universal transmitida culturalmente, o que explica a existência de “línguas de cultura”, mostrando que a língua que a pessoa fala e o modo como é falada influi na vida intelectual. Os seres humanos estão, portanto, pré-programados para a fala, o que é em si forte evidência de desígnio.

Capacidade de produzir cultura “cultivando” a mente ao prover-lhe conhecimento e ao interagir com outros nos modos de pensar, crer, relacionar-se e comportar-se.

Senso de história e temporalidade. É marca humana sui generis descobrir-se imerso no tempo, “datado”, sentindo o presente, o hoje, sem a ele ficar preso, podendo atingir o ontem, o passado, e reconhecer o amanhã, o futuro.

Senso de responsabilidade e dever. Tremenda é a peculiar capacidade humana de possuir e de poder desenvolver uma consciência que o dirige ao que é certo, de acordo com códigos morais que o homem pode conhecer, entender, cumprir e ele mesmo elaborar.

Transcendência. O ser humano, embora consciente da realidade objetiva na qual se situa e imerso na matéria, é capaz de libertar-se da unidimensionalidade e do seu senso de finitude e transcender ao sobrenatural e ao espiritual.

Capacidade de fazer escolhas livres. Outro grande atributo do ser humano que normalmente possui o senso de que “existe” e não meramente de que “vive” ou “acontece”. Ele é capaz de defrontar escolhas e opções, refletir antes de agir, e depois de haver optado e já tendo agido, bem ou mal, sente ainda que poderia ter agido diferente.

Apreciação da beleza e gratificação estética são outras marcas essencialmente humanas.* Apenas um ser muito singular em toda a natureza seria capaz de extasiar-se ante um amanhecer, ante uma noite estrelada ou na contemplação de uma paisagem calma. Somente o ser humano é capaz de apreciar a beleza, que parece estar sendo esbanjada, às vezes parece escondida e outras vezes se encontra até perdida na bagagem genética dos seres vivos. Interessante... há a beleza que parece propositalmente existir para ser apreciada e há o ser humano que, de propósito, parece feito para apreciá-las, desde o ciciar da brisa mansa até os acordes de uma Nona Sinfonia. 

Por que apreciamos a beleza, desfrutamos a música, e temos essa grande indagação quanto à existência? Essas características mentais parecem ir além do nível mecanicista e estar acima dos requisitos de sobrevivência esperados da seleção natural.

Feitos incríveis da humanidade. É realmente notável perceber as culminâncias atingidas pela humanidade. Em todos os domínios do conhecimento e das realizações, são notáveis as realizações humanas, alcançadas em decorrência da tremenda força do espírito humano, capaz de enfrentar obstáculos e desafios os mais diversos e atingir alturas quase inimagináveis.

É impressionante o elenco de obras humanas, desde o busto de Nefertiti (rainha egípcia do 14º século a.C.), até a estátua de Moisés, esculpida por Michelangelo; desde a pintura da Capela Sistina, até os Girassóis de Van Gogh; desde a obra Les Misérables, de Victor Hugo, até Os Sertões, de Euclides da Cunha; desde o Salmo 19, de Davi, até a obra Kosmos, de Alexander von Humboldt; desde a Didática Máxima, de Johan Amos Commenius, até o livro Educação, de Ellen G. White.

Notáveis são no ser humano seus atributos racionais, morais, estéticos e espirituais, que quando cultivados permitem não só empreender a busca da verdade, mas desenvolver o amor, a bondade, o desprendimento, como se observa, por exemplo, nas vidas de Albert Schweitzer, Madre Tereza de Calcutá e tantos outros.

Lamentavelmente, está sendo consumada a grande tragédia humana, que consiste na opção pelo acaso e na renúncia a uma origem nobre. A comunidade intelectual, e especialmente a comunidade científica, escolheu a visão naturalista do mundo como cenário para a ciência, limitando assim o conhecimento e estreitando a visão de mundo. A visão naturalista, tanto quanto a visão criacionista, são emolduradas por pressuposições e atos de crença. A opção depende muito da formação, do contexto vivencial e da estrutura mental de cada um. É só pensar e escolher.

[*Nota do entrevistador: Sobre o ponto de vista evolucionista, a própria evolução da linguagem não teria explicação sem a aceitação de uma convivência social de grupos de seres humanos cooperando entre si. Assim, não se pode adotar a hipótese da sobrevivência do mais apto por seleção natural, o que serve de alerta em relação à aplicação indiscriminada dos conceitos biológicos darwinistas – questionados até mesmo no âmbito da própria Biologia – a outros setores da ciência. Outra dificuldade para o evolucionismo é explicar o surgimento da capacidade de raciocínio abstrato, que envolve a potencialidade cerebral para a compreensão e a utilização dos conceitos de concreto e abstrato. Max Müller, o eminente filólogo alemão, contemporâneo de Darwin, confrontando-o, criticou a teoria da evolução com as seguintes palavras: “É nosso dever advertir aos ilustres discípulos de Darwin que, antes de conseguirem uma verdadeira vitória, antes de poderem declarar que o homem descende de um animal mudo, devem cercar formalmente uma fortaleza que não se renderá por uns poucos tiros disparados ao acaso – a fortaleza da linguagem, que até o momento permanece inamovível exatamente na fronteira entre o reino animal e o homem” ("Linguagem e Antropologia", citado em Folha Criacionista nº 22, p. 46).

[Curiosamente, o que não se conseguiu na Biologia, no sentido de se construir uma árvore genealógica dos seres vivos (o que confirma a estrutura conceitual criacionista, segundo a qual os seres vivos foram criados independentemente, “cada um segundo a sua própria espécie”), está se conseguindo aos poucos na Linguística, já que os fatos apontam para uma árvore com muitos galhos e um tronco comum (confirmando, também, a posição criacionista baseada no relato de Gênesis, e estando plenamente de acordo com as declarações do apóstolo Paulo, feitas no Areópago de Atenas, perante os mais ilustres sábios da época: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas ... de um só fez toda a raça humana para habitar sobre a face da Terra” (Atos 17:24, 26).]

[*Nota do entrevistador: É interessante ler o que Darwin escreveu a seu amigo norte-americano Asa Gray, em The Life and Letters of Charles Darwin, v. 2, p. 296: “Lembro-me muito bem do tempo quando pensar no olho me fazia esfriar todo, mas já superei esse estágio da doença, e agora pequenos particulares insignificantes de estrutura muitas vezes me deixam muito pouco à vontade. A visão de uma pena na cauda de um pavão, toda vez que a observo, me deixa doente!”]


Via Criacionismo

Declaração da Igreja Adventista sobre a crise migratória na Europa




A crise de refugiados e migrantes na Europa tem aumentado ao longo deste verão, deixando o continente dividido sobre como lidar com uma multidão de pessoas, em sua maioria formada por sírios, que fogem da guerra em sua terra natal.

Os migrantes desesperados em busca de asilo que agora partem para a Europa às dezenas de milhares, e a incapacidade para acomodá-los de uma forma organizada, pode estar dando início a um compromisso da Europa na luta em extinguir antigas fronteiras. Funcionários alemães e austríacos também estão aumentando os controles em sua região de fronteira.

A crise migratória europeia está crescendo com o aumento do número de chegadas de migrantes (uma combinação de migrantes econômicos e refugiados) para a União Europeia através do Mar Mediterrâneo e dos Bálcãs da África, do Oriente Médio e do Sul da Ásia. O termo tem sido usado desde abril de 2015, quando 5 barcos que transportavam quase 2.000 imigrantes para a Europa afundaram no mar Mediterrâneo, com o número de mortos estimado em mais de 1.200 pessoas.

Em 2014, os estados membros da UE receberam 132.405 solicitações de migrantes. No total, 23.295 pedidos foram aceitos para que esses migrantes recebessem alguma forma de proteção da UE (asilo, estatuto de refugiado, proteção subsidiária, proteção por motivos humanitários), enquanto que 109.110 pedidos foram rejeitados, para que deste modo esses migrantes fossem obrigados a abandonar o território da União Europeia. 

O Departamento de Relações Públicas da EUD (Divisão Intereuropeia) declarou:

"Como para milhões de europeus, a história imigrante é também a nossa história. Os cidadãos europeus são um povo acolhedor e generoso. Os europeus têm, naturalmente, o direito de exigir uma maior segurança das fronteiras e uma maior prevenção do tráfico de seres humanos. Por outro lado, temos que reconhecer a dificuldade de gerir esta enorme crise humanitária e prometer, por esse motivo, orar pelas autoridades competentes. Acreditamos que essas pessoas estão fazendo o que qualquer um de nós faria se tivéssemos a oportunidade de dar uma vida melhor para nossas famílias e crianças. Eles assumem o risco de vir aqui; muitos deles são extremamente pobres e estão reivindicando de volta a sua dignidade como seres humanos." 

Mario Brito, presidente da Divisão Intereuropeia da Igreja Adventista, declarou: "Somos todos filhos do mesmo Pai. Este é o momento de ficarmos juntos e compartilharmos o amor abundante de Deus por cada um de nós. Que o Senhor abençoe todos esses migrantes que sofrem, que o Senhor nos dê um coração misericordioso."

Em Mateus 25: 34-36, Jesus diz: "Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. "

De Megaphone Adventista Com informações de Adventist News Network

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Casamento Gay: Tabeliã cita Deus para negar licença




Por Júlio César Prado

Uma tabeliã do Estado norte-americano de Kentucky que se recusou a emitir licenças de casamento para casais homossexuais invocou a “autoridade de Deus” ontem desafiando uma decisão da Suprema Corte. Em um embate de forças que durou dois meses, Kim Davis, tabeliã do condado de Rowan, citou a Bíblia e sua crença religiosa para sustentar suas ações. Na segunda-feira, a Suprema Corte rejeitou o pedido de ordem de emergência feito por Kim, que lhe permitiria negar licenças de casamento para casais de pessoas do mesmo sexo enquanto apela da ordem de um juiz federal que a obriga a emiti-las. Ontem, quando indagada com que autoridade ela recusa os documentos, ela respondeu “com a autoridade de Deus”, repudiando a corte que, em junho, decidiu que a Constituição dos EUA concede aos pares gays o direito de se casarem.
O apóstolo Paulo, quando escreveu aos habitantes de Corinto, cidade corrompida pelos maus costumes, mencionou uma série de pecados que impediriam a entrada no reino do Céu, entre os quais o homossexualismo (“nem os efeminados, nem os sodomitas... herdarão o reino de Deus”) (I Coríntios 6:9 e 10).

Nos anais da História encontramos o registro de inúmeras civilizações que surgiram no cenário, floresceram, declinaram e, finalmente, desapareceram. Kim Davis, tabeliã do condado de Rowan, baseou sua decisão na Bíblia e nas características encontradas nas extintas civilizações do passado que podem ser observadas, com roupagem moderna, em nossa atual civilização. Babilônia, por sua vez, tornou-se um próspero e magnífico império, sob o reinado de Nabucodonosor. Numa geração apenas, ele elevou a sua capital “muito acima do esplendor antigo – a uma magnificência realmente impossível de se descrever; nem mesmo, maravilhosa como foi por seus encantos, conseguiu jamais apaga-la da imaginação e mente da raça humana como a grande cidade do mundo, o emblema de tudo que é magnificente, luxuoso e central. Os historiadores antigos não encontram palavras para descrever a grandeza de seus palácios, dos templos, dos jardins suspensos da grande cidade do Eufrates” (James Baike. Citado por Edwin R. Thile, Daniel – Estudos Esboçados, pág. 33). Não é sem razão que Nabucodonosor orgulhosamente indagou: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para a glória da minha majestade?” (Daniel 4:30).

Essa grande prosperidade nacional foi seguida de um profundo declínio e degradação moral. A culminância dessa degradação ocorreu na fatídica noite em que Belsazar, neto de Nabucodonosor, promoveu um grande banquete carnavalesco, no qual houve desenfreada glutonaria e imoralidade (Daniel 5). Como resultado, Babilônia foi sitiada pelos exércitos de Ciro, nessa mesma noite de outubro de 539 AC, caindo nas mãos dos seus inimigos; fato esse que deu fim ao grande Império Babilônico. Como juízo à sua idolatria e imoralidade, Babilônia foi mais tarde completamente destruída. Suas ruínas ainda permanecem como um cumprimento da profecia de Isaías 13:19 e 20, que diz: “Babilônia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transformou. Nunca jamais será habitada, ninguém morará nela de geração em geração; o árabe não armará ali a sua tenda, nem tão pouco os pastores farão ali deitar os seus rebanhos”. Essa profecia, escrita cerca de cem anos antes de Nabopolassar e Nabucodonosor subirem ao trono imperial, tem-se cumprido literalmente até os nossos dias (Siegfried H. Horn. The Spade Confirms the Book, págs. 42-51).

Os perigos em torno do sexo residem na sua perversão, ou seja, nos desvios que milhares de indivíduos procuram. Entre as perversões mais conhecidas, destaca-se o homossexualismo. E, modernamente, aumenta a tendência de se aceitar este problema como coisa normal. Da parte dos homossexuais, crescem os movimentos e campanhas com a finalidade de obterem a aceitação social de sua condição.
Se fizermos uma acurada investigação, comparando as características da “nova moralidade” com as que imperavam no período final da existência desses povos (a civilização antediluviana, Sodoma e Gomorra, os povos cananeus, o Império Babilônico e o Império Romano) que entraram em colapso, só poderemos chegar a uma conclusão acertada: A humanidade caminha hoje rumo ao colapso final da presente civilização! Na foto, a tabeliã Kim Davis citou a Bíblia para justificar sua recusa em realizar cerimônias homossexuais nos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Divulgação).

PAPA VAI PERMITIR QUE PADRES PERDOEM ABORTO




Por Júlio Cesar Prado

Durante o próximo “Ano Santo da Igreja Católica”, o papa Francisco vai autorizar os padres a perdoarem formalmente mulheres que fizeram aborto, na mais recente iniciativa do pontífice argentino no sentido de uma igreja mais aberta e inclusiva.

No ensinamento da Igreja Católica, o aborto é um pecado tão grave que aquelas que o procuram ou realizam são “ex-comungadas”. Normalmente, somente sacerdotes e missionários designados podem perdoar abortos.

No entanto, de 8 de dezembro deste ano a 26 de novembro de 2016, durante um extraordinário “Ano Santo” ou “Jubileu” sobre o tema da misericórdia, anunciado pelo papa Francisco em março, todos os sacerdotes poderão perdoar o aborto, disse ele em uma carta publicada ontem pelo Vaticano.
“Uma das principais doutrinas do romanismo é que o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo, investido de autoridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo. Mais do que isto, tem-se dado ao papa os próprios títulos da Divindade. Tem sido intitulado: ‘Senhor Deus, o Papa’, e foi declarado infalível. Exige ele a homenagem de todos os homens. A mesma pretensão em que insistia Satanás no deserto da tentação, ele ainda a encarece mediante a igreja de Roma, e enorme número de pessoas estão prontas para render-lhe homenagem. Mas, os que temem e reverenciam a Deus, enfrentam esta audaciosa presunção do mesmo modo por que Cristo enfrentou as solicitações do insidioso adversário: 

‘Adorarás ao Senhor teu Deus, e a Ele somente servirás’” (Lucas 4:8 – O Grande Conflito, pág. 47).
O que Satanás não conseguiu pela cruenta perseguição logrou alcançar, como já vimos, pela introdução pacífica do paganismo na igreja. Estabeleceu, na própria sede do cristianismo, o seu súdito, “o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que”, como predisse o apóstolo Paulo, “se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Tessalonicenses 2:3, 4). Assim, Satanás se entronizou na própria capital do cristianismo, em cumprimento da profecia: “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: ... Eu sei as tuas obras e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás...” (Apocalipse 2:12, 13).

A Bíblia ensina, em primeiro lugar, que Deus é quem perdoa os pecados (conforme Isa. 43:25; Jer. 31:34; comparar com Mar. 2:7 e Luc. 5:21). Esse perdão deve ser buscado diretamente dEle por meio de Cristo (ver João 14:6, 13 e 14; 1 Tim. 2:5). Em Mateus 6:19-13, Cristo ensinou os discípulos a orarem diretamente ao “Pai” em busca de perdão para as suas “dívidas”. Em 1 João 2:1 e 2, é dito que podemos obter o perdão para os pecados se buscarmos o único “Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”, que “é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

Somos admoestados também de que as faltas contra outras pessoas devem ser confessadas e restituídas, se necessário, diretamente a elas. Na oração do Senhor aparecem as seguintes palavras: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mat. 6:12). As implicações desta afirmação são enfatizadas por Cristo: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas), tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mat. 6:14 e 15; Col. 3:13).

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O Destino da mulher de Ló



 (“Lembrai-vos da mulher de Ló” - Lucas 17:32) – Quando os pastores de Abraão e Ló discutiram, Ló se mudou para Sodoma, uma cidade ímpia. Pouco depois, alguns reis do norte atacaram Sodoma e as cidades vizinhas, e levaram Ló entre os cativos. Abraão resgatou Ló, que então retornou para viver em Sodoma. Certo dia, o Senhor apareceu a Abraão, na forma de anjos, em corpos de homens, avisando-o de que Sodoma seria destruída. Ló seria poupado, por causa de Abraão.

Ló morava em Sodoma, uma cidade dominada pelas maldades humanas, onde imperava a corrupção, luxúria, violência e toda sorte de crueldades e perversões. A cidade era tão pecaminosa que Deus decidiu destruí-la, juntamente com todos os seus habitantes. Todos, menos Ló e sua família, aos quais Ele enviou dois anjos com a missão de retirá-los antes que sua sentença se cumprisse sobre Sodoma.

Deviam sair de casa, com o que pudessem carregar pelas montanhas, apenas com o necessário para a sobrevivência, deixando para trás: parentes, vizinhos e bens. Afinal, o que importava era salvar a própria vida e a principal recomendação era não olhar para trás. Saindo apressados, Ló, a mulher e suas duas filhas, subiram as montanhas para escapar do destino reservado aos cidadãos de Sodoma. A mulher, porém, desobedeceu à ordem de Deus e olhou para trás. Quis ver a cidade e foi convertida em uma estátua de sal.

Jesus citou o exemplo da mulher de Ló como um alerta a todos os que são apegados à sua vida: títulos, posição, posses e carreira. Quando Deus ordena ao homem mudar, sair de onde está, a razão é simples: quer salvar a vida desse homem, antes que sua alma se corrompa, seu corpo se prostitua e sua vida se perca.

A mudança só é bem-sucedida quando o homem abandona as velhas práticas e companhias e segue em frente, obedecendo à ordem de Deus. A determinação de não olhar para trás significa impedir que o apego ao passado venha atrapalhar essa mudança. Nada neste mundo é mais importante que a vida. Nenhuma riqueza é maior que a alma humana. Nenhum sucesso, por maior que seja, poderá pagar a sua salvação. Avalie o que Deus pede para você e, decididamente, siga a direção que Ele determinou. E não olhe para trás.

Por Júlio Cesar Prado

6 principais erros que você comete contra sua visão quase sem perceber




Enxergar bem depende de muitos fatores, inclusive genéticos. Muita gente, entretanto, descuida da visão a tal ponto que prejudica para sempre esse que é um dos sentidos mais importantes. O cirurgião oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, enumera os principais erros que as pessoas cometem até mesmo, às vezes, sem se dar conta. Confira:

1) Não retirar as lentes de contato antes de dormir, ainda que seja no sofá. “Por mais cansada que a pessoa esteja depois de um dia de trabalho, é preciso garantir um mínimo de asseio antes de ir para a cama. Afinal, durante o sono, o nível de lubrificação dos olhos diminui bastante, e as lentes podem ressecar junto com o globo ocular e desencadear uma série de problemas. Se você for tirar um cochilo por mais de vinte minutos, remova as lentes antes. Vale dizer que as lentes de uso prolongado devem ser evitadas ao máximo, já que elas oferecem um risco entre 10 e 15 vezes maior de desenvolver uma úlcera na córnea, quando comparadas às lentes de uso diurno.”

2) Coçar os olhos sem parar. “Com ou sem lentes de contato, coçar os olhos desenfreadamente – ainda que essa urgência se deva a um episódio alérgico – é altamente prejudicial para a visão. Além de aumentar as chances de romper pequenos vasos sanguíneos e provocar uma inflamação ocular, as mãos geralmente estão contaminadas com germes e bactérias que podem causar infecção. Além disso, quando crianças e adolescentes coçam demais os olhos, empregando muita força nas pálpebras, a córnea pode vir a sofrer alterações no formato, levando ao astigmatismo e ao ceratocone.”

3) Passar o dia todo e parte da noite conectado ao telefone celular. “De modo geral, passar muitas horas em frente ao computador, seja para trabalhar ou estudar, já oferece riscos que podem comprometer a visão. O grande problema da atualidade é que jovens e adultos passam horas e horas ligados, também, no telefone celular. Esse tipo de radiação, que vem sendo estudada por muitos cientistas, pode ser quase tão prejudicial para os olhos quanto a radiação ultravioleta da exposição ao sol sem proteção. Ou seja, sintomas como cansaço visual, dores de cabeça, lacrimejamento excessivo e irritação ocular podem surgir em decorrência de excessos desse tipo, sem contar a perda gradual da acuidade visual.”

4) Abusar dos colírios. “Muitas pessoas são dependentes de colírios da mesma forma com que outras não conseguem dormir sem descongestionantes nasais. O grande problema é que, ao mesmo tempo que parecem atenuar a irritação ocular, o uso abusivo desses medicamentos pode estimular um ciclo vicioso. Ou seja: quando o paciente realmente precisar de um colírio, o oftalmologista terá de prescrever um medicamento bem mais forte para tratar o problema.”

5) Sair de casa sem óculos de sol. “Desde muito pequenas, as pessoas devem ser acostumadas a proteger os olhos dos raios ultravioleta. Não é uma questão apenas de quem vai à praia, ao clube ou ao parque. Até mesmo em dias nublados todos deveriam se acostumar a proteger os olhos. Afinal, os raios UV deterioram a visão, levando à formação precoce de catarata, degeneração macular, até mesmo de tumores benignos e cancerosos na superfície dos olhos. As lentes escuras devem bloquear pelo menos 99% dos raios UVA e UVB. Quem passa bastante tempo ao ar livre deve preferir lentes polarizadas, tratadas para reduzir o brilho.”

6) Dormir de maquiagem. “Esse é um problema muito recorrente entre as mulheres. Ainda mais agora, quando muitas não tiram sequer os cílios postiços antes de se deitar. Os cuidados devem começar já ao fazer a maquiagem. Alguns tipos de sombra podem arranhar o cristalino e causar irritação, caso entrem em contato direto. Até mesmo durante a aplicação do rímel é preciso dobrar a atenção, já que é muito comum o aplicador atingir a parte interna dos olhos. Outro cuidado fundamental é descartar toda maquiagem vencida, já que pode desencadear alergias severas, irritação, vermelhidão e sensação de areia nos olhos. Se isso acontecer, é importante lavar os olhos com bastante água fria e buscar ajuda especializada.”

Vida e Saúde

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Morre Oliver Sacks, o poeta da neurociência que reconheceu o sábado como o dia de descanso.

"O meu pensamento vai para o Sábado. O sétimo dia da vida. Quando o trabalho está feito e se pode, em boa consciência, descansar" - Oliver Sacks





Jesus foi casado?



O recente anúncio de que cientistas comprovaram a autenticidade de um antigo papiro que traz a informação de que Jesus teria sido casado reacendeu a polêmica sobre o assunto. Três equipes de cientistas de Harvard, de Columbia e do MIT (Massachussetts Institute of Tecnology) concluíram que o chamado Evangelho da Esposa de Jesus, escrito na língua copta e descoberto em 2012, remonta mais provavelmente ao período entre os séculos 6 e 9 d.C. De acordo com o artigo publicado na Harvard Theological Review, “a composição química do papiro e os padrões de oxidação são consistentes com outros papiros antigos, ao comparar o fragmento do Evangelho da Esposa de Jesus [que tem 4 por 8 centímetros] com o Evangelho de João”.

O papiro contém a frase “Jesus disse-lhes: ‘Minha esposa…’” Mas o que a conclusão dos pesquisadores provaria, afinal: que Jesus teve mesmo uma companheira? Ou simplesmente que o papiro é genuíno?

O fato é que, apesar do “peso” das três instituições por trás da pesquisa, as conclusões ainda levantam dúvida. O egiptólogo Leo Depuydt, da Brown University, por exemplo, afirma que erros gramaticais do copta e o uso seletivo de negrito nas palavras “minha esposa” são indícios de que se trata de uma falsificação.

Falsificação ou não, nunca é demais relembrar que todos os textos que insinuam algum tipo de relação mais íntima entre Maria Madalena e Jesus são bem mais recentes que os evangelhos oficiais, tendo sido escritos por pessoas que queriam justamente desafiar as visões mais ortodoxas do cristianismo, como é o caso dos gnósticos, a maioria dos quais vivia na cidade de Alexandria, no Egito. Eles acreditavam numa espécie de revelação secreta e esotérica que lhes daria o “verdadeiro” conhecimento para a salvação. Maria Madalena passou a ser usada pelos gnósticos como um símbolo do “conhecimento verdadeiro” que eles teriam de Jesus, e como a verdadeira predileta de Cristo, da qual eles seriam seguidores (convenhamos, dá um ótimo enredo para filmes hollywoodianos, como O Código Da Vinci). O aspecto polêmico e tardio desses textos torna muito pouco provável que eles sejam fundamentados em alguma memória histórica envolvendo a Maria Madalena real.

Os gnósticos chegaram a negar a morte de Jesus na cruz, afirmando que quem teria morrido, na verdade, havia sido o homem Jesus, pois o espírito do Cristo teria voltado para o Pai. “Foi nessa ‘onda’ que surgiu também a necessidade de se criar uma esposa para Jesus de Nazaré, a fim de fazer jus às ideias de que espíritos evoluídos estavam sempre em pares (casais) e nunca sozinhos. O Cristo ou o Logos, que seria o espírito que teria dominado a mente do homem Jesus, também teria uma consorte, uma deusa chamada Sofia!”, explica o arqueólogo Rodrigo Silva.

Mas se Jesus tivesse tido uma esposa, isso não seria exatamente um problema. Em 1 Coríntios 7:9; 9:5 e em 1 Timóteo 3:2, Paulo defende o direito apostólico de ser casado e menciona os líderes da Igreja (Pedro, os apóstolos e os irmãos do Senhor) como casados. Se Jesus fosse casado, a igreja não teria motivos para esconder isso. Portanto, o completo silêncio da igreja primitiva sobre esse assunto nos leva a crer não que estavam escondendo uma verdade sobre o estado civil de Jesus, mas que Ele não era de fato casado. “Nessa região e naquela época se discutia muito se era apropriado ao cristão se casar. Por essas evidências, supõe-se que o Evangelho da Esposa de Jesus seja um documento surgido em um ambiente de gnosticismo”, diz o arqueólogo Jorge Fabbro.

É como li no Twitter certa vez (pena que não anotei a autoria): “Contra fatos (mais de cinco mil manuscritos bíblicos) não há fragmentos”.

Para saber mais sobre a natureza de Cristo, veja esse vídeo:



Notícias Adventistas

A Terra foi criada em menos de três minutos?



Radiohalos de polônio

Podemos encontrar evidências de uma “Terra jovem” nos elementos radioativos. Dr. Robert V. Gentry, físico nuclear e a maior autoridade mundial sobre halos de polônio, fez uma descoberta ímpar. Antes de anunciar a descoberta, é importante ressaltar que o Dr. Gentry trabalhou 13 anos para o Laboratório Nacional de Oak Ridge, EUA (1969-1982). Ao longo da carreira como cientista, ele passou a maior parte do tempo investigando vestígios de radioatividade de polônio 218 inscritos em granito.[1] O físico descobriu que os granitos (encontrados em toda parte do planeta) contêm alguns radiohalos produzidos por isótopos de polônio primordial (quando não existe um precursor identificável desse elemento). Os halos de polônio, anéis causados ​​por danos da radiação na estrutura cristalina do mineral hospedeiro, foram encontrados em granitos considerados pré-cambrianos, revelando que essa rocha possivelmente foi formada de forma repentina (em torno de três minutos).[2, 3] Porém, de acordo com princípios evolutivos, esses halos não poderiam estar ali (a radioatividade do polônio primordial não poderia ser capturada na forma de halo), pois se acredita que os granitos teriam sido originados de um estado derretido que se resfriou, cristalizou e endureceu após milhões de anos.[2: p. 61]

Por outro lado, os achados do Dr. Gentry mostram a impossibilidade de os granitos terem se formado em um período de tempo tão extenso, visto que a radioatividade dos halos de polônio desapareceria muito antes de a rocha ter se solidificado. Isso porque os halos possuem meia-vida (se dissolvem) aproximada de três minutos, a menos que a rocha se solidificasse em processo frio (abaixo de 300 ºC), nesse pequeno intervalo. Essas evidências parecem sugerir que as rochas [pelo menos as graníticas] deste planeta foram formadas instantaneamente, em condição fria. Se confirmado, é uma evidência clara de “Terra jovem”.

As pesquisas do Dr. Gentry resultaram na autoria e coautoria de mais de 20 artigos em publicações científicas, tais como Science, Nature, Geophysical Research Letters, Annual Review of Nuclear Science e Earth and Planetary Science Letters.[4] Ele realmente foi muito aclamado pelo mundo da ciência, até que alguém percebeu que sua descoberta colocaria em causa a teoria da evolução e o big-bang. Foi então que lhe cortaram verbas, não publicaram mais seus artigos e o baniram de alguns laboratórios norte-americanos.[5] Até onde se sabe, as publicações do Dr. Gentry ainda não foram refutadas por nenhuma publicação em periódicos revisados por pares.

O curioso é que quando Gentry começou sua pesquisa ele era evolucionista. Hoje o Dr. Gentry é um cientista criacionista plenamente convencido da “Terra jovem”, e defende a criação das rochas presentes na Terra de igual forma em uma etapa única da semana da criação, conforme relatado em Gênesis 1:1, 2. Gentry reuniu todas as evidências que ele acumulou ao longo de suas pesquisas em um livro intitulado Creation’s Tiny Mystery.[2] Diante disso, deixo aqui uma questão intrigante levantada pelo jornalista Michelson Borges: e se a origem da Terra não foi como uma massa superaquecida e sim modelada a frio, como sugerem as pesquisas de Robert Gentry com os radiohalos de polônio?

Quer saber mais sobre a verdadeira idade da Terra? Clique aqui e aqui e assista aos documentários de 1996 realizados pelo Dr. Gentry.[6] E clique aqui, caso você queira mais detalhes sobre os radiohalos de polônio.

(Everton Fernando Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM; seu e-book pode ser lido aqui)

Referências:
[1] Criação Wiki, 2012. Disponível em: http://creationwiki.org/pt/Robert_Gentry
[2] Gentry RV. Creation’s Tiny Mystery. 3ª ed. Tennessee: Earth Science Associates, 1992. Disponível em: http://www.halos.com/book/ctm-toc.htm
[3] Taylor S, McIntosh A, Walker T. “The collapse of ‘geologic time’”. Journal of Creation 2001; 23(4):30-34. Disponível em: http://creation.com/the-collapse-of-geologic-time
[4] Publicações do Dr. Robert V. Gentry. Disponíveis em: http://www.robertvgentry.com/
[5] Silva Júnior BG. “Criacionismo: A verdadeira idade da Terra.” Evidências, 2009. Disponível em: http://evidencias1.xpg.uol.com.br/
[6] Gentry RV. The Young Age of the Earth. Earth Science Associates LLC, Alpha Productions, 1996.
[7] Gentry RV. Fingerprints of creation. Earth Science Associates LLC, Alpha Productions, 1996.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Dormir não só protege as memórias do esquecimento, mas também as torna mais fáceis de serem acessadas no futuro.




Dormir não só protege as memórias do esquecimento, mas também as torna mais fáceis de serem acessadas no futuro.

Os resultados dos experimentos que demonstram essa ligação sugerem que, após um bom sono, somos mais propensos a lembrar de fatos que não conseguíamos nos lembrar antes de ir dormir.

Palavras inventadas

Em duas situações experimentais, nas quais voluntários se esqueciam de informações ao longo de um período de 12 horas de vigília, uma noite de sono foi suficiente para promover o acesso aos traços de memória que tinham inicialmente sido fracos demais para serem recuperados mais tarde, antes de dormir.

O experimento acompanhou a lembrança de palavras novas - palavras inventadas - aprendidas ou antes de uma noite de sono, ou de um período equivalente de vigília. Os voluntários tentaram se lembrar das palavras imediatamente após tê-las visto, e depois novamente após o período de sono ou de vigília.

A principal diferença foi entre as palavras que os participantes conseguiram se lembrar tanto no teste imediato quanto no reteste depois de 12 horas, e aquelas das quais eles não se lembravam no teste, mas conseguiram se lembrar no reteste.

Recuperar mais do que reter

Em comparação com a vigília diurna, o sono ajudou a resgatar mais memórias não lembradas no primeiro teste do que evitar o esquecimento das palavras já lembradas no teste - dito de outra forma, foi mais fácil recuperar palavras esquecidas inicialmente do que reter aquelas inicialmente lembradas.

"O sono praticamente dobra nossas chances de lembrar de um material previamente esquecido. O impulso pós-sono na acessibilidade da memória pode indicar que algumas memórias são aguçadas durante a noite. Isso dá suporte à noção de que, durante o sono, nós ensaiamos ativamente informações marcadas como importantes," interpreta o professor Nicolas Dumay, da Universidade de Exeter (Reino Unido).

Diário da Saúde

O que Evitar no Namoro? - Sem Tabus

domingo, 30 de agosto de 2015

Câncer é "desligado" em células em laboratório


Câncer é
Com o uso dos microRNAs, as células cancerosas são reprogramadas para voltarem a ser células normais. [Imagem: Mayo Clinic/Panos Anastasiadis]


Uma equipe de pesquisadores norte-americanos acredita ter encontrado uma forma de transformar células cancerosas em células saudáveis, efetivamente "desligando" o câncer.

Por enquanto, o experimento foi feito apenas em células em laboratório, mas sugere que há uma possibilidade de restaurar a normalidade das células e suspender a reprodução descontrolada que caracteriza as células tumorais.

A equipe juntou dois ramos da pesquisa científica, chamados aderência entre células e biologia do microRNA.

Pensava-se que as moléculas de adesão eram simplesmente a cola que mantém as células juntas. Mas descobriu-se que elas podem ter um papel de sinalização, emitindo sinais através dos microRNAs para controlar o crescimento de células.

Se esse processo fica desregulado, as células crescem descontroladamente, o que pode impulsionar o câncer. Mas reabastecer as células com microRNAs pode solucionar esse problema.

Esperanças e cautela

"Ao administrar os microRNAs afetados em células cancerosas para restaurar seus níveis normais, devemos ser capazes de restabelecer os freios (ao câncer) e restaurar a função normal da célula," disse Panos Anastasiadis, da Mayo Clinic, líder da pesquisa. "Experimentos iniciais em alguns tipos agressivos de câncer são de fato muito promissores."


Contudo, apesar de os primeiros testes parecerem promissores, ainda não está claro se esta técnica poderá ser utilizada diretamente no tratamento de pessoas que tenham a doença, uma vez que o ambiente tumoral real é bem mais complexo do que as células isoladas em laboratório.

O resultado da pesquisa foi publicado na revista Nature Cell Biology.

Diário da Saúde

Dormir de lado ajuda a limpar resíduos do cérebro


Dormir de lado ajuda a limpar resíduos do cérebro
A via glinfática do cérebro limpa compostos químicos que se acumulam no cérebro. Seu funcionamento é mais intenso durante o sono.[Imagem: Stony Brooks University]
Lixo cerebral

Dormir de lado, em comparação com dormir de costas ou de bruços, é a forma mais eficaz para remover o "lixo cerebral", resíduos que se acumulam pelo funcionamento normal do cérebro.

Por isso, o decúbito lateral pode ser uma técnica simples, mas importante, para ajudar a reduzir as chances de desenvolver Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurológicas.

"A análise nos mostrou de forma consistente que o transporte glinfático foi mais eficiente na posição lateral, em comparação com as posições decúbito dorsal ou ventral," disse Helene Benveniste, da Universidade Stony Brooks (EUA).

"Devido a esta conclusão, propomos que a postura corporal e a qualidade do sono devem ser consideradas quando da padronização de futuros procedimentos de diagnóstico de imagem para avaliar o transporte de CSF-ISF em seres humanos e, portanto, para a avaliação da limpeza das proteínas cerebrais prejudiciais que podem contribuir ou causar doenças cerebrais," defendeu a pesquisadora.

Rota glinfática

A equipe usou uma técnica de imageamento de ressonância magnética por contraste dinâmico para rastrear a rota glinfática do cérebro, um complexo sistema que remove resíduos e outros solutos químicos nocivos do cérebro.

Acredita-se que o acúmulo de resíduos químicos no cérebro possa contribuir para o desenvolvimento de doenças neurológicas.


"É interessante que a posição de dormir de lado já seja o mais popular entre os humanos e a maioria dos animais - mesmo os selvagens - e parece que adaptamos a posição lateral ao sono para limpar de forma mais eficiente nosso cérebro dos resíduos metabólicos que se acumulam enquanto estamos acordados," disse a professora Maiken Nedergaard, coordenadora da equipe.

Os resultados foram publicados no Journal of Neuroscience.

 Diário da Saúde

sábado, 29 de agosto de 2015

20 VERSÍCULOS QUE PROVAM QUE A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE ESTÁ CERTA!




Todos sabem que existem vários versículos que provam veementemente que a teologia da prosperidade está correta. Fiz uma pequena coletânea entre os milhares versos que existem e trouxe a vocês os 20 mais importantes.

1- “Deus quer te abençoar, mas se você não ofertar, Ele não terá poder de fazer isso por você” (II Heresias 3. 16)


2 – “Você pode desonrar seu pai e sua mãe e até deixá-los passar necessidades, mas nunca seu apóstolo” (I Apostolicensses 1.1)

3 – “A oferta é a alavanca que move a mão de Deus a seu favor” (1 Cretinices 4. 3)

4 – “A fé sem ofertas é morta” ( 1 Dólar 1. 8)

5 – “E Jesus entrou em Jerusalém montando seu jumentinho de dez mil talentos” (Juao 15. 23)

6 – “Disse o apóstolo, cheio do espírito, a todos que o ouviam: Minha conta corrente é 1.000/07” (II Conta Corrente 1. 71)

7 – “Assim que a oferta entrar na conta corrente deus dirá ao anjo Money: Destranque as janelas do céu e prenda o devorador na casinha” ( II Malaquias 3.15)

8 – “É com a semente que sai da sua carteira que a obra de deus é realizada na terra” ( I Heresias 2. 8)

9 – “Participe das campanhas de vitória financeira e Deus tirará dos ricos e dará a você” (1 Robin Hood 2. 3)

10 – “E alguns paulistanos foram mais nobres que os de Boraceia, pois semearam nesse ministério em dólar.” ( 1 Tio Patinhas 1. 7)

11 – “deus quer te dar a melhor roupa, o melhor carro, a melhor casa… só não te deu ainda porque você não tem determinado isso a ele com fé” (Absurdicensses 1. 25)

12 – “Assim ordenou também o senhor que os que pregam o evangelho que fiquem ricos com o evangelho” ( I Falácia 1. 1)

13 – “Primiciar é mover a mão de Deus a seu favor e a favor dos donos da igreja” ( I Primicias 1. 1)

14 -“Confia no senhor, dê sua oferta, faça sacrifícios financeiros e os seus desígnios serão estabelecidos” (Absurdicensses 8. 32)

15 – “E Gesuis encontrou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas e também os cambistas assentados; parabenizou-os pelas boas vendas que faziam, porém, expulsou os que ali oravam e quebrantavam seus corações, mas não ofertavam e nem compravam nada, bem como todo pobre que ali estava, e disse-lhes: A casa me meu pai é casa de negócio e não um covil de doentes e pobres!” (Indireticensses 2. 8)

16 – “É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que entrar alguém que não oferta, que não primicia, que não faz sacrifícios financeiros, nas igrejas da teologia da prosperidade” ( Sofismas 3. 12)

17 – “Porque o amor do dinheiro é a raiz de todas as bênçãos” ( 1 Mamon 1. 1)

18 – “Sacrifícios agradáveis a deus são os dízimos e as ofertas; coração que determina e exige, não os desprezarás, ó deus” (Salmos de Mamon 119. 3)

19 – “O maior mandamento é: Amarás a Mamon, teu deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. O segundo, semelhante a este, é: Honre e oferte aos seus líderes como a ti mesmo” ( 2 Leis de Mamon 2. 15)

20 – “Pelas suas ofertas o conhecereis. Pode, acaso, de um coração cheio de fé e do espírito, sair uma oferta pequena? (Apolion 15. 12)

E agora, sob o ponto de vista desses versículos, concorda que a teologia da prosperidade está certa?


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Esboçando Idéias

Perfeição X Perfeccionismo - Está Escrito

10 Hábitos Comuns que Prejudicam Seriamente os Rins

Resultado de imagem para dor nos rins

Nossos rins são super importantes para nossa saúde. Eles filtram nosso sangue, produzem hormônios, absorvem minerais, produzem a urina, eliminam toxinas e neutralizam os ácidos. Então, como um dos órgãos mais importantes em seu corpo, seus rins merecem um pouco de amor.
O dano ou o declínio constante de seus rins muitas vezes podem passar despercebidos durante anos, uma vez que seus rins ainda podem fazer seu trabalho com apenas 20% da sua capacidade. A doenças renais, portanto, são muitas vezes referidas como “As Doenças Silenciosas”. É por isso que é tão importante cuidar deles antes que seja tarde demais.
Aqui está uma lista de 10 hábitos comuns que colocam muita pressão sobre seus rins e podem causar sérios danos ao longo do tempo.

1. Não beber água suficiente
A função mais importante do seu rim é a de filtrar o sangue e eliminar toxinas e resíduos. Quando você não bebe água pura suficiente durante o dia, as toxinas e os resíduos começam a se acumular e podem causar danos graves ao seu corpo.


2. Muito sal em sua dieta
Seu corpo precisa de sódio ou de sal para funcionar corretamente. A maioria das pessoas, no entanto, consomem muito sal, o qual pode aumentar a pressão arterial e pôr muito estresse sobre os rins. Como uma boa regra de ouro, não mais do que 5 gramas de sal devem ser consumidos diariamente.


3. Retardar os frequentes apelos da natureza
Muitos de nós ignoramos o desejo de urinar, porque estamos muito ocupados ou queremos evitar os banheiros públicos. A periódica retenção de urina aumenta a pressão da urina e pode levar à insuficiência renal, pedras nos rins, e à incontinência. Então, ouça seu corpo quando a natureza chamar.

4. Largue o vício do açúcar
Estudos científicos mostram que as pessoas que consomem 2 ou mais bebidas açucaradas por dia são mais propensas a ter proteína em sua urina. Ter proteína na urina é um sinal precoce que seus rins não estão fazendo seu trabalho como deveriam.

5. Deficiência de vitamina e minerais
Comer uma dieta de alimentos integrais, cheia de frutas e legumes frescos é importante para sua saúde geral e uma boa função renal. Muitas deficiências podem aumentar o risco de pedras nos rins ou insuficiência renal. As vitamina B6 e magnésio, por exemplo, são super importantes para reduzir o risco de pedras nos rins.

Estima-se que 70 a 80 por cento dos norte-americanos não estão recebendo bastante magnésio, por isso pode haver uma boa chance de você ser um deles. 

6. Muita proteína animal
O consumo exagerado de proteína, especialmente de carne vermelha, aumenta a carga metabólica em seus rins. Então, mais proteína em sua dieta significa que seus rins têm que trabalhar mais e isso pode levar a danos nos rins ou disfunção ao longo do tempo.

7. Privação do sono
Todos nós já ouvimos o quão importante é ter uma boa noite de descanso. A privação crônica de sono está ligada à muitas doenças e as doenças renais também estão na lista. Durante a noite, seu corpo repara o tecido renal danificado, para dar ao seu corpo o tempo para se curar e reparar.

8. Vício de café
Assim como o sal, a cafeína pode aumentar a pressão arterial e colocar uma pressão adicional sobre seus rins. Ao longo do tempo o consumo excessivo de café pode causar danos aos rins.

9. Excesso de analgésicos
Muitas pessoas tomam analgésicos para seus mal-estares e dores, embora existam muitos remédios totalmente naturais e seguros disponíveis. O uso excessivo ou abuso de analgésico podem levar a danos graves do fígado e rins.

10. Consumo de álcool 
Embora não haja nada de errado em apreciar uma taça de vinho ou de uma cerveja de vez em quando, a maioria de nós não para depois de apenas um copo. O álcool é, na verdade, uma toxina legalizada que coloca muito estresse em nossos rins e fígado.

Para se manter saudável e evitar problemas nos rins é importante comer muitos alimentos integrais frescos, e se você manter as informações acima em mente e evitar estes hábitos comuns, tanto quanto possível, seus rins não estarão sob constante estresse e seu corpo vai te agradecer por isso.

Via Noticias Naturais



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Como a pornografia cria o “cliente”




Atores do filme Uma Linda Mulher

Hoje eu quero falar sobre a construção social da masculinidade, especificamente da construção social do cliente. Vamos partir do princípio de que homens não “são assim mesmo”. Na verdade, são socializados para serem clientes, estupradores, agressores de mulheres e cafetões. Mas o que temos que entender e nos perguntar é: De onde vem isso? O que faz um homem chegar ao ponto de pagar por sexo com uma mulher que ele nunca viu na vida? Uma mulher que ele sabe muito bem que prefere estar em qualquer lugar do que ali e que provavelmente está nessa situação por ter sido abusada sexualmente, por ser pobre e estar desesperada. Um dos fatores – não o único – mas um fator-chave que leva os homens a procurarem prostitutas é a pornografia. A pornografia é a principal fonte de “educação sexual” nos dias de hoje; não há nada mais poderoso como educação sexual do que ela, e vou falar de como a pornografia, a mídia e a cultura pop criam os clientes. Mas como a mídia e a cultura pop fazem isso? Glamourizando a prostituição e ignorando, polindo e reabilitando clientes. Vamos começar lembrando do filme Uma Linda Mulher. 

Pense na história: um cliente que se apaixona pela prostituta e eles vivem felizes para sempre. Todos concordam que foi um sucesso, não? Faturou milhões. Bilhões, provavelmente. E o que Hollywood faz sempre que um filme fatura milhões? Faz de novo, faz a parte 2. Minha pergunta é: Cadê Uma Linda Mulher 2?  Vamos imaginar como seria: eles fazem um lindo casamento entre a prostituta e o cliente e eles vão viver em uma linda casa. E um dia eles brigam, e então do que ele vai xingá-la? “Sua p...!”
“Sua p... imunda!” “Não discuta comigo porque, senão, adivinha, te jogo de volta na rua de onde você veio!” Me responda uma coisa: Quantas prostitutas você acha que vivem felizes para sempre com seus clientes? Está vendo por que eles não podiam fazer Uma Linda Mulher 2?

Mulheres foram assistir a isso, não foram? E todo mundo amou, certo? Esse é um sinal de quanto as mulheres estão colonizadas, de como o patriarcado está nas nossas mentes e molda quem somos.

Outra pergunta: Que ator estrela de Hollywood bateu tanto em uma mulher que ela acabou no hospital e o processou? Saiu em todos os jornais britânicos, mas nos EUA nem uma palavra: Jack Nicholson.[1] Se você não acredita em mim, existe um laudo que está no processo feito pela prostituta. E o laudo diz como ele bateu e jogou ela de cabeça no chão porque não queria pagar pelo programa depois de ter feito sexo com ela e outra mulher. Viu como a mídia colabora com o silêncio para manter isso invisível? E naquele mesmo ano, depois disso ter acontecido, ele estava na primeira fila do Oscar e ninguém tocou no assunto.

Conhece Eliot Spitzer, o cliente mais famoso dos Estados Unidos?[2] Sabe o que ele era antes de ser desmascarado como um cliente? Governador de Nova York. Antes de ser pego gastando 10.000 dólares por mês com prostitutas, sabe o que ele estava prestes a lançar? Uma campanha anti-prostituição. Ele era tão violento como cliente que era difícil achar prostitutas que aceitassem sair com ele. Ainda descobriram que ele traficava mulheres de um estado para outro. Ele foi “reabilitado” e agora tem um programa de TV. E sua esposa o apoia.

Mas o que leva homens como Charlie Sheen, Tiger Woods, Eliot Spitzer, Hugh Grant, Jerry Springer e Eddie Murphy a se tornarem clientes? Vamos analisar uma das forças sociais que constroem a masculinidade: a pornografia.

1. É a legitimação cultural da compra e venda de mulheres.
2. É a prostituição filmada: mulheres sendo pagas para fazer sexo. A diferença entre prostituição e pornografia é que você pode continuar vendendo a mulher quantas vezes quiser, mesmo depois de morta você pode vender sua imagem várias e várias vezes. Não existe limitação física das mulheres na pornografia, pois o sexo prostituído está gravado.
3. É a representação visual do sexo prostituído.
4. É o uso de mulheres traficadas sexualmente.
5. É criadora de demanda.

Vou explicar como ela cria a demanda explicando como a indústria pornográfica funciona. Sempre que falo sobre pornografia, me dizem que ela sempre existiu, e eu concordo com isso. Desde o início dos tempos, sempre existiu pornografia. Mas o que eu quero falar é sobre a indústria pornográfica.

A industrialização do sexo

É necessário conhecer e entender a indústria pornográfica para mudar a visão que temos sobre o assunto. A indústria pornográfica começou em 1953 com a primeira edição da Playboy. Nunca antes na história uma revista pornográfica tinha circulado pelo mainstream do capitalismo. É por isso que temos que pensar nisso como uma indústria. Temos que analisar como um plano de negócios de um pequeno grupo de administradores de empresas pensando em como criar demanda e construir mercado.

É difícil ter estatísticas exatas, mas é uma indústria que movimenta aproximadamente 97 bilhões de dólares no mundo todo. E lembre-se de que 97 bilhões de dólares compram muitos políticos na América. O montante de dinheiro que os pornógrafos investiram para o desenvolvimento da internet foi crucial para a sua criação. A internet não comanda a pornografia, a pornografia comanda a internet:

- 37% da internet é pornografia.
- Existem mais de 26 milhões de sites pornôs.
- A indústria pornográfica fatura 3.000 dólares por segundo.
- 40 milhões de usuários consomem pornografia regularmente nos EUA.
- Uma a cada quatro buscas do Google são por pornografia.
- Mais de um terço de todos os downloads feitos são pornografia.
- A cada ano são lançados mais de 13.000 filmes pornôs.

Numa conferência recente, os pornógrafos anunciaram que estão investindo em desenvolvimento de celulares, pois em países em desenvolvimento muitas famílias têm apenas um computador em casa e os homens não conseguem baixar pornografia no meio da sala. Já com um celular, os homens podem achar um lugar sozinhos para assistir pornografia. E onde a pornografia chega, o tráfico de mulheres e a prostituição vão atrás.

Esse é o nível de pesquisa que eles fazem para entrar em países superpopulosos. “A ‘corporatização’ da pornografia não é algo que acontece ou que vai acontecer, é algo que já aconteceu – e se você ainda não se ligou nesse fato, não há mais lugar nessa mesa para você. É Las Vegas acontecendo de novo: os independentes, mafiosos renegados e empreendedores visionários sendo varridos pelas grandes corporações” (Adult Video News, 2009).

Pornografia não é um amontoado de imagens aleatórias, não é fantasia – fantasia acontece na cabeça, pornografia acontece nos bancos internacionais do capitalismo. Dois lugares completamente diferentes. O que significa fazer parte da indústria pornográfica hoje:

- Aumentar o capital.
- Contratar gerentes e contadores.
- Fazer fusões e aquisições.
- Fazer exposições comerciais.
- Fazer negócios com outras empresas (bancos, empresas de cartão de crédito, operadoras de TV a cabo, etc.).

Cada vez que um homem compra pornografia, isso vai para um cartão de crédito. Agora imagine quanto dinheiro as empresas de cartão de crédito ganham com isso. Agora pense nas conexões entre a mídia mainstream e a pornografia. Um exemplo de como essa conexão funciona são as RealDolls, mulheres de silicone “anatomicamente corretas”, cuja lista de espera para comprar é de seis meses. Todos os anos em Las Vegas acontece uma convenção pornô. Eu fui lá e entrevistei o cara que estava no estande da RealDolls e perguntei: “Por que você acha que os homens compram essas bonecas?” Ele me olhou direto nos olhos e disse: “Isso os ajuda a desenvolver relacionamentos com mulheres.” Ok. Então perguntei: “Você já assistiu ao filme A Garota Ideal (Lars and the real girl)? Sabe, o filme em que um cara se apaixona por uma boneca? Estrelando Ryan Gosling, uma grande estrela de Hollywood.” Ele me respondeu: “Se eu já assisti? Nós fomos os consultores do filme e no dia do lançamento nosso site caiu de tanto que os homens acessaram.”

Quando lidamos com a indústria pornográfica, estamos lidando com um poder cultural, social e político que tem a capacidade de definir o panorama sexual, pois trabalha como qualquer outra indústria. Concordamos que a indústria de alimentos molda a maneira como comemos, que a indústria da moda molda a maneira como nos vestimos, então como é possível que a indústria do sexo seja a única que não molda o comportamento humano? Se a indústria pornográfica não molda a maneira como nos comportamos, então tudo que sabemos sobre sociologia e psicologia está errado. Teríamos que concordar que todos nós nascemos com certa sexualidade e que ela se mantém intocada pela cultura, e sabemos que isso é impossível; sabemos que a sexualidade é construída pela cultura.

Quando falo em pornografia, que imagens vêm a sua cabeça? Revista Playboy? Pessoas fazendo sexo? A revista Playboy está falida e só sobrevive porque vende sua marca e investe em outras empresas mais hardcore sob outros nomes para manter sua marca “limpa”. A Penthhouse faliu e a Hustler se diversificou. [...]

É assim que a pornografia é hoje: não existe mais soft-porn (pornô leve) e hardcore (pornô pesado), o que existe é feature-porn (pornô “longa metragem”) e gonzo-porn (pornô “sem roteiros”). O soft-core não existe mais porque migrou para a cultura pop. O nível de hipersexualização das artistas pop atuais seria considerado soft-porn 15 anos atrás. Hoje olhamos para a mídia e ficamos dessensibilizados a um nível de hipersexualização que é totalmente novo. E por causa dessa hipersexualização da cultura pop a pornografia teve que ficar mais hardcore para se diferenciar da MTV, por exemplo.

Para a indústria, o feature-porn é o que eles chamam de “mercado para casais”. É um filme de uma hora e meia, música suave, às vezes tem história, mas o sexo é hardcore. Os homens costumam mostrar esses filmes para as namoradas para elas se acostumarem com sexo hardcore.

No documentário The price of pleasure (O preço do prazer), por exemplo, um rapaz fala sobre como ele quer apresentar sexo anal para sua namorada, mas não sabe como fazer. Então ele pega um filme feature-porn, que sempre tem sexo anal, e espera o momento certo para propor sexo anal a ela: o momento em que ela não fizer mais careta para as cenas. Ou seja, quando um homem sugere assistir um feature-porn com uma mulher, geralmente ele quer que ela se anime a fazer sexo hardcore com ele. Resumindo, é esse tipo de pornô que homens e mulheres costumam assistir juntos. Mas quando homens estão sozinhos, o que eles assistem mesmo é gonzo-porn (pornô “sem roteiros”): é assim que eles chamam o pornô pesado sem história nenhuma. O “pai” desse tipo de pornô é um homem chamado Max Hardcore. [...] Ele é um sádico sexual e um dos donos da indústria gonzo. Ele, na verdade, inventou a pornografia com vômito. Esse homem usa espéculos como instrumento de tortura em vaginas e ânus de mulheres.

Quando comecei minhas pesquisas 15 anos atrás e entrevistei pornógrafos da indústria, nenhum deles queria chegar perto do Max Hardcore; ninguém queria ser dono dessa empresa; ele era considerado muito extremo. Da última vez que estive em Las Vegas, ele tinha o maior estande no centro da convenção pornô e tinha a maior fila de autógrafos lá.  Ele agora é o centro da indústria pornográfica. 

Não existe um jeito melhor de contar a história da pornografia do que contar a história da marginalização de Max Hardcore até sua chegada ao topo. [...] Você não pode deixar que o cara que vai se masturbar assistindo aquele sexo violento veja qualquer sinal de humanidade naquelas mulheres; porque na maioria das vezes os homens que chegam até esses filmes pornôs não são sádicos. Mas a questão é como fazer homens que não são sádicos sexuais se masturbarem vendo sexo sádico? Isso é um problema na indústria, porque você concorda que a maioria dos meninos de 13 anos não é sádico sexual ainda, não é mesmo?

Isso é muito importante. Porque quando você faz tráfico de mulheres, você tem que mostrar que aquelas mulheres “são diferentes das que você conhece”. Você faz essa divisão porque, quando chega a hora de assistir tortura sexual, ninguém vai olhar nos olhos daquela mulher e ver um ser humano, mas sim uma p.... Homens com frequência discutem comigo dizendo que as mulheres que fazem esse tipo de filme amam o que estão fazendo, e eu sempre rebato: “Você já pesquisou? Conversou com as atrizes?” E eles respondem: “Dá para ver que elas gostam.” E o mais interessante é que, na verdade, você vê o contrário. Elas são péssimas atrizes. Podemos ver que elas estão chorando, que elas estão chateadas e que, no final, elas estão completamente acabadas. [...]

Agora imagine um menino de 11 anos, hormônios aflorando, ele digita “pornô” no Google imaginando que vai ver alguns seios e é isso que ele encontra. Como eles o mantêm no site? Os pornógrafos pensaram nisso muito bem: “Sabe o que a gente diz sobre romance e preliminares? A gente diz [...]! Esse site não é para meias-bombas tentando impressionar vadias metidas. A gente pega lindas p... e faz o que todo homem realmente gostaria de fazer. A gente faz elas engasgarem até a maquiagem borrar e... [impublicável]” (texto de um site pornográfico).

Imagine um menino de 12 anos, ele não sabe que vai assistir isso e se assusta, mas os pornógrafos planejaram isso muito bem, eles dizem: “Faça o que todo homem realmente gostaria de fazer.” Essa é a isca. Eles estão dizendo para o menino: “Você é um homem de verdade? Porque se você for, é isso que você realmente gostaria de fazer.” E o que você acha que um menino de 12 anos vai fazer? Vai fugir assustado porque não é um “homem de verdade”? Claro que não! Ele está construindo sua masculinidade. E como você a constrói? Você vaga pela cultura se perguntando o que significa ser um homem. É assim que eles conquistam os meninos. Assim como as mulheres vagam pela cultura se perguntando “O que significa ser uma mulher?”, e encontram Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna, eles vagam pela cultura e encontram isso. É como uma aranha espalhando a teia.

Os meninos acabam excitados e traumatizados. Essas crianças são vítimas da indústria pornográfica porque fazer isso com um menino de 12 anos é vitimá-lo e traumatizá-lo, pois não é isso que ele procura. Essa é a idade em que ele desenvolve suas preferências sexuais, e quanto mais ele desenvolve suas preferências sexuais pela pornografia, mais a pornografia define quem ele é. Quanto mais a pornografia define quem ele é, mais provavelmente ele vai se tornar um cliente. Porque quantas mulheres ele vai encontrar que vão fazer esse tipo de coisa? Ele vai querer fazer essas coisas. E é assim que a pornografia cria demanda. [...] Ninguém precisa ser PhD para entender o que isso significa: nojo e ódio às mulheres numa idade em que os meninos estão desenvolvendo suas preferências sexuais. [...]

Você tem noção de que um pequeno grupo de homens em Los Angeles está construindo a preferência sexual dos meninos pré-adolescentes no mundo todo? Isso é o que eu chamo de colonização cultural na sua pior forma. Porque quando você coloniza sexualmente uma cultura, você a coloniza por completo.

Um relatório médico da indústria pornográfica mostrou que atualmente as atrizes estão contraindo gonorreia na garganta e nos olhos e clamídia no ânus. Você acha justo que a cada ano um grupo de mulheres de cada geração tenha que lidar com isso? Você acha que elas são diferentes de mim e de você?

Antigamente, o que os meninos adolescentes faziam quando os hormônios começavam a agir? Roubavam a Playboy do pai. Você tinha acesso limitado à pornografia. Por pior que a Playboy fosse, ela não chegava aos pés do que a pornografia é hoje. Nunca antes uma geração de meninos foi criada com acesso 24 horas à pornografia pesada. Esse tipo de experimento social nunca foi feito antes. E esses meninos vão crescer e se tornar políticos, advogados, médicos, ou seja, os líderes da próxima geração, pois quando eles crescerem ainda viveremos numa sociedade patriarcal. E eu pergunto: Que tipo de pais, advogados, juízes vão se tornar esses homens criados pela pornografia gonzo? Esse tipo de pergunta não está sendo feita. E como socióloga e estudiosa de pornografia, posso garantir que haverá implicações que você ainda nem pode entender. Porque assim que você perde a habilidade de se conectar emocionalmente com alguém, que tipo de ser humano você se torna?


E qual é o futuro da pornografia? Bom, a pornografia está num beco sem saída. Sabe por quê? O problema que eles enfrentam hoje é o seguinte: eles já fizeram tudo o que podiam com o corpo de uma mulher, até quase matá-la. Não sobrou mais nada. E porque a pornografia é tão rentável, acessível e anônima, e porque tantos homens a usam todos os dias, se instaurou uma total dessensibilização. O que faz o sexo ser interessante? A pessoa com a qual você está fazendo sexo e a conexão que tem com ela. Mas a pornografia destruiu toda essa conexão e deu lugar ao nojo e ao puro ódio às mulheres.

Veja o que disse um diretor de filmes gonzo: “O problema com o mercado de sexo extremo, o sexo gonzo, é que tantos fãs querem ver coisas cada vez mais extremas que estamos sempre procurando novos caminhos para fazer coisas diferentes.” Bom, e sabe para onde a indústria pornográfica está indo?

Em 2003, a lei que proibia pornografia com mulheres de 18 anos que aparentavam ter menos de 18 anos foi derrubada. Do dia para a noite, houve uma explosão do que eu chamo de “pornografia infantil legalizada”. Estão na sessão “teen” dos sites pornográficos. O tipo de filme que temos hoje em dia é: Primeira vez com o papai, P... do papai, Tudo bem, ela é minha enteada 7. Você sabe quantas enteadas são estupradas? Isso não é coincidência. Pedófilos costumam ir atrás de mulheres com filhos. E aonde tudo isso está nos levando?

Um tempo atrás entrevistei estupradores de crianças que não eram pedófilos. Explico: nenhum deles se encaixava na descrição do que é um pedófilo – homens que em média aos 14 anos começam a molestar crianças e quando chegam à fase adulta deixam um rastro de centenas de vítimas. Esses homens que entrevistei estavam presos por posse de pornografia infantil e por estuprar uma criança depois dos 50 anos, e quando eu perguntei se eles eram pedófilos, eles ficaram ofendidos e disseram: “Claro que não! A gente prefere sexo com mulheres adultas!” Então eu perguntei: “Mas se vocês não são pedófilos, por que estupraram crianças?” E a resposta que eles me deram foi: “Ficamos entediados com a pornografia adulta e queríamos tentar algo novo.” E sabe quanto tempo eles levaram para estuprar uma criança depois de ver pornografia infantil? Um ano.

É isto o que a sociedade fez: abriu as portas para uma nova geração de homens que nunca antes havia considerado uma criança como vítima, e agora considera.

Você conhece o termo aliciamento, não? Aliciamento é quando um molestador foca numa vítima criança, mas ele não bate ou violenta, ele diz o quanto ela é especial, o quanto ela é legal, ele compra presentes, ele diz o quanto ela é gostosa até que chega um ponto em que a criança acredita que a coisa mais importante na vida dela é o quanto ela é atraente.

Nesse dia das entrevistas, eu aprendi uma lição valiosa sobre a nossa cultura, e ela não me foi dada por um acadêmico, mas por um estuprador que estava preso por violentar a enteada de 10 anos. Vou chamá-lo de Dick. Quando entrevistei Dick e perguntei como ele estuprou a criança, ele disse: “A cultura fez boa parte do aliciamento por mim.” Foi aí que a minha ficha caiu. Vivemos numa sociedade aliciadora. Não existe mais um único aliciador aliciando uma única criança de cada vez; o que existe é uma cultura inteira aliciando nossas meninas a se comportarem inapropriadamente de maneira sexual e aliciando nossos meninos a serem fãs de pornografia gonzo. Nossa cultura se tornou um aliciamento coletivo.

(Gail Dines, FestivalMarginal)

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